Fundado em 1912, clube supera o Coritiba - maior campeão do estado - e conquista o título inédito. Gritos de incentivo, "fica, Itamar" e Fantasmas marcam a vitória histórica
O
Operário-PR esperou 103 anos para, enfim, soltar o grito de campeão.
Fundado em 1912, a equipe de Ponta Grossa - cidade a cerca de 100
quilômetros de Curitiba - tinha sido vice em 14 oportunidades. Mas nunca
campeão. Na final, venceu os dois jogos contra o Coritiba: 2 a 0 no
Estádio Germano Krüger e 3 a 0 no Couto Pereira. O placar agregado de 5 a
0 pode indicar certa facilidade, mas isso foi algo raro para o Fantasma
na sua campanha rumo ao título.
O clube brigou no grupo da morte no ano passado e reformulou praticamente todo o grupo para 2015. No início do ano, o discurso era de que o objetivo seria apenas terminar entre os oito e garantir a permanência na elite estadual. Porém, jogadores, comissão técnica, diretoria e funcionários definiram uma meta, sem divulgá-la para imprensa e torcida: o time brigaria por Série D do Campeonato Brasileiro e, na sequência, pelo título do Paranaense. Deu resultado.
Confira a galeria de fotos da decisão do Paranaense-2015
O
jogo contra o Coxa no Couto, aliás, simboliza essa união. O técnico
Itamar Schülle convocou todos os jogadores que estavam à disposição - 12
deles ficaram no banco. E, no túnel de acesso ao campo, todos - mesmo
os reservas - tentavam incentivar seus companheiros. Eles gritavam "hoje
é o nosso dia", "falta pouco" e "vamos fazer história". Também
minimizavam o apoio da torcida adversária: "Vocês estão ouvindo isso? Eu
não estou ouvindo nada", gritou um jogador.
Se por um lado o Coritiba contava com o incentivo desses cerca de 22 mil, que deu um show antes e durante o jogo, o Operário-PR tinha ao seu lado mais de 3 mil torcedores - que lotaram o espaço visitante do Couto Pereira. Eles, assim como no jogo de ida, abusaram da criatividade. Levaram imagens de Mick Jagger (vocalista que tem fama de pé frio) vestido com a camisa do Coxa e vários fantasmas - feitos de lençol, camisa branca ou cartazes.
Dentro
de campo, a união deu resultado. A defesa conteve a pressão que o
Coritiba tentou exercer principalmente no primeiro tempo, e o setor
ofensivo garantiu a vitória. O atacante Juba abriu o placar, e o meia
Ruy anotou o segundo gol. Aos 30 minutos do segundo tempo, depois de
tantos anos de espera, o torcedor soltou o grito de "campeão". Juba
ainda marcaria mais um. A emoção era evidente no rosto de jogadores e
torcedores.
Aí foi só esperar o apito final de Rafael Traci para partir para a comemoração. Douglas, por exemplo, subiu na baliza. Os jogadores tiraram várias fotos com as medalhas, cantaram junto com a torcida e se emocionaram. Até o técnico Itamar Schülle, famoso por ser linha dura, foi em direção à arquibancada e jogou seu boné. Ouviu "fica, Itamar" dos mais de 3 mil operarianos presentes. Depois, na roda de oração, ele parabenizou a todos:
- Parabéns! Parabéns para a nossa diretoria, que cumpriu o que prometeu. E parabéns para vocês, atletas. Vocês foram profissionais dentro de campo e foram profissionais fora de campo. O trabalho de vocês, que nunca reclamaram, o bom ambiente de trabalho e tudo aquilo que vocês lutaram... Todo o suor que caiu dentro de campo, todo o suor foi premiado hoje com isso aí. Em 103 anos, nunca o Operário tinha levado o título. Até hoje, só tinha vice-campeão. A partir de agora, vocês vão estar no pódio, mas não vai ter duas palavras. Vai ter só uma: campeão!
Depois de festejar no campo, todos partiram para o vestiário para, na sequência, já voltar para Ponta Grossa - onde a torcida esperava o time no Germano Krüger. Uma festa intensa e marcante. Afinal, a espera não foi pequena. A torcida espera, agora, que gritar campeão vire rotina e que ela não precisa esperar mais uma "eternidade" para festejar mais uma vez.
O clube brigou no grupo da morte no ano passado e reformulou praticamente todo o grupo para 2015. No início do ano, o discurso era de que o objetivo seria apenas terminar entre os oito e garantir a permanência na elite estadual. Porém, jogadores, comissão técnica, diretoria e funcionários definiram uma meta, sem divulgá-la para imprensa e torcida: o time brigaria por Série D do Campeonato Brasileiro e, na sequência, pelo título do Paranaense. Deu resultado.
Confira a galeria de fotos da decisão do Paranaense-2015
Fundado em 1912, Operário-PR nunca tinha
sido campeão (Foto: Fernando Freire)
Se por um lado o Coritiba contava com o incentivo desses cerca de 22 mil, que deu um show antes e durante o jogo, o Operário-PR tinha ao seu lado mais de 3 mil torcedores - que lotaram o espaço visitante do Couto Pereira. Eles, assim como no jogo de ida, abusaram da criatividade. Levaram imagens de Mick Jagger (vocalista que tem fama de pé frio) vestido com a camisa do Coxa e vários fantasmas - feitos de lençol, camisa branca ou cartazes.
Fantasmas multiplicam-se pelo Couto Pereira
(Foto: Fernando Freire)
Aí foi só esperar o apito final de Rafael Traci para partir para a comemoração. Douglas, por exemplo, subiu na baliza. Os jogadores tiraram várias fotos com as medalhas, cantaram junto com a torcida e se emocionaram. Até o técnico Itamar Schülle, famoso por ser linha dura, foi em direção à arquibancada e jogou seu boné. Ouviu "fica, Itamar" dos mais de 3 mil operarianos presentes. Depois, na roda de oração, ele parabenizou a todos:
- Parabéns! Parabéns para a nossa diretoria, que cumpriu o que prometeu. E parabéns para vocês, atletas. Vocês foram profissionais dentro de campo e foram profissionais fora de campo. O trabalho de vocês, que nunca reclamaram, o bom ambiente de trabalho e tudo aquilo que vocês lutaram... Todo o suor que caiu dentro de campo, todo o suor foi premiado hoje com isso aí. Em 103 anos, nunca o Operário tinha levado o título. Até hoje, só tinha vice-campeão. A partir de agora, vocês vão estar no pódio, mas não vai ter duas palavras. Vai ter só uma: campeão!
Depois de festejar no campo, todos partiram para o vestiário para, na sequência, já voltar para Ponta Grossa - onde a torcida esperava o time no Germano Krüger. Uma festa intensa e marcante. Afinal, a espera não foi pequena. A torcida espera, agora, que gritar campeão vire rotina e que ela não precisa esperar mais uma "eternidade" para festejar mais uma vez.
Douglas sobe na baliza para comemorar o
inédito título do Operário-PR
(Foto: Fernando Freire)
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