segunda-feira, 4 de maio de 2015

Inter impõe início avassalador, vence o Grêmio e é pentacampeão gaúcho

Colorado marca dois gols em menos de 20 minutos, deixa de impor goleada e, apesar de tentativa de reação gremista, segura quinto título seguido e mantém rival em jejum


Por
Porto Alegre

 

O futebol tem as suas peças, artimanhas e surpresas. Mas também vive de lógica. Nada mais justo do que o time que liderou a primeira fase, chegou à final com a melhor campanha e apresentou uma superioridade impressionante na etapa inicial da grande decisão saísse do Beira-Rio campeão gaúcho, neste domingo. Foi assim com o Inter, no Gre-Nal 406, da ratificação das inovações, como a torcida mista e o Caminho do Gol, mas também da confirmação do que se tornou uma tradição: o Rio Grande do Sul ser pintado de vermelho. O Colorado venceu o Grêmio por 2 a 1 e comemora o pentacampeonato, o 44º triunfo no total.

Saíram dos pés dos melhores em campo os gols que fizeram justiça a um primeiro tempo de rotundo massacre do Inter. Em menos de 20 minutos, estava 2 a 0, obras de Nilmar e Valdívia. Desorganizado, envolvido, quase humilhado, o Grêmio melhorou com a saída de Fellipe Bastos e a entrada de Walace. Diminuiu para 2 a 1 com Giuliano, mas não conseguiu empatar e ser favorecido pelo saldo qualificado, após empate sem gols na Arena, no primeiro duelo.


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Ao menos a expectativa do comportamento da torcida mista, sucesso nos outros dois clássicos, em duelo decisivo, agradou a todos os lados, todas as cores. Mais uma vez, êxito total no espaço em comum entre rivais, com 2 mil pessoas, além da reedição do Caminho do Gol, trajeto a pé para torcedor chegarem ao estádio, como na Copa.


O Beira-Rio reformado viu a sua primeira taça ficar com o Inter, que não era penta do Gauchão desde 1973, ou seja, há 42 anos. Diego Aguirre faz a sua história particular, ao ser o primeiro treinador estrangeiro do clube a levantar um troféu desde 1950 - e o quarto no geral, sendo o 13º comandante gringo do Colorado. Ao Grêmio, que colocava o Gauchão como Copa do Mundo, ficam a decepção e o jejum - o último título fora em 2010. Nem o estilo copeiro de Felipão surtiu efeito. Scolari jamais havia perdido uma final para o Inter. Mas o futebol, desta vez, não deu espaço para o passado. Prevaleceu a lógica do presente. 

gre-nal 406 grêmio inter internacional final gauchão beira-rio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Valdívia foi um dos melhores em campo no 
Beira-Rio (Foto: Diego Guichard
/GloboEsporte.com)


Inter poderia ter goleado; Grêmio sobrevive

Assim que a bola começou a rolar, parecia, na verdade, que todos ainda estavam na Arena, naquele segundo tempo de domingo passado, em que o Inter, com um homem a mais, dominava amplamente. Só que, desta vez, todos estavam com 11. Nem parecia. Aos 4, Dourado já obrigava Marcelo Grohe a fazer milagre. Dois minutos depois, o gol. Enfurecido, o Inter atacava como se não houvesse amanhã, como se não estivesse na Libertadores, como se ele próprio agonizasse em seca de título. Assim, Nilmar abriu o placar, em carrinho corajoso.

O massacre continuou. O Grêmio estava tão envolvido que, até quando esteve perto de empatar, acabou levando gol. Aos 18, Fellipe Bastos cobrou falta, a bola foi na trave e, no retorno, o próprio volante errou passe e ofereceu a bola a Nilmar. Em alta velocidade e com direito à bela meia-lua sobre Matías, deixou Valdívia sem goleiro para ir às redes: 2 a 0, fora o baile. 



2º tempo sem emoções antes da festa vermelha

O Grêmio só voltaria a assustar em chute de Luan, aos 32. Enquanto isso, Grohe salvava como podia as investidas de um rival amplamente superior, com jogadas envolventes, velozes, que arrancaram o grito de olé das cadeiras. Mas o futebol tem das suas. Ainda mais num clássico. Já nos acréscimos, o Grêmio arrancou um falta na intermediária. Douglas cobrou, Rhodolfo cabeceou para milagre de Alisson. Que não evitou o gol no rebote, do ex-colorado Giuliano: 2 a 1, e um sopro de vida ao Tricolor.


No segundo tempo, os times praticamente não tiveram chances de gol. Yuri Mamute e Lisandro López entraram, mas pouco fizeram. Faltou para o Grêmio mais qualidade. O que sobrara ao Inter nos primeiros 20 minutos. Tempo suficiente para fazer do penta realidade. No final, Rhodolfo, que poderia levantar a taça pelo lado tricolor, foi expulso por falta em Sasha. Nada mais simbólico. Ninguém mais poderia erguer o troféu do que o Inter na tarde deste domingo.

gre-nal 406 grêmio inter internacional final gauchão beira-rio (Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)
Gre-Nal 406 coroa Inter como campeão gaúcho 
(Foto: Diego Guichard/GloboEsporte.com)


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