Membros da direção e da comissão técnica divergem sobre futuro. Atuações, salário e tempo de vínculo pesam contra; histórico decisivo e mercado ruim estão a favor
Emerson durante treino do Timão no CT (Foto: Daniel Augusto Jr / Agência Corinthians)
As opiniões de dirigentes e integrantes da comissão técnica
se dividem. Há quem veja o ciclo dele como praticamente encerrado. Uma outra
ala, porém, aposta que ele ainda pode fazer a diferença. Sheik precisaria de um novo vínculo para disputar a
segunda partida da final da Taça Libertadores, caso o Timão chegue até lá.
Quem é favorável a não renovar argumenta que Emerson não tem mais o mesmo vigor
físico de antes para transpor a marcação e criar jogadas imprevisíveis, como
fez em 2012. As partidas contra Ponte Preta e San Lorenzo, na arena, são
referência para isso. Com o Timão muito marcado, Emerson seria a válvula de
escape para abrir as defesas rivais, mas parou na disputa com os laterais
Rodinei, dispensado pelo Timão, e Buffarini, famoso na Argentina mais por
atacar do que defender.
O lado financeiro e a crise vivida pelo clube também pesam negativamente. Sheik
tem um dos maiores salários do elenco, cerca de R$ 500 mil, e fará 37 anos em
setembro. Pessoas contrárias à renovação alegam que a direção poderia investir
esse dinheiro na contratação de um atleta de impacto e mais jovem. Além disso,
Emerson dificilmente aceitaria assinar um novo contrato só até o fim de 2015,
como querem alguns dirigentes.
O comportamento do atacante é outro fator que não colabora
para a permanência. O clube não gostou de alguns atrasos do jogador a treinamentos
e da postura de “escolher partidas”, dando preferência à Taça Libertadores.
Mais que isso, ele perdeu jogos importantes de maneira infantil. Primeiro,
levou cartão amarelo contra a Ponte Preta por simular um pênalti e ficou fora
da semifinal do Paulistão, diante do Palmeiras. Nesta semana, foi expulso ao
dar uma rasteira em Rafael Toloi, do São Paulo, e terá de cumprir suspensão no
primeiro duelo das oitavas da Libertadores, frente ao Guaraní, do Paraguai.
Atacante Emerson faz treino
físico na academia do CT
Joaquim Grava (Foto:
Rodrigo Coca/Agência Corinthians)
Por outro lado, Emerson ainda tem uma quantidade considerável de admiradores no
Corinthians. Muitos deles apostam que o jogador se transforma em momentos de
decisão e é iluminado para brilhar quando a equipe mais precisa. Leia-se: o
mata-mata da Taça Libertadores.
Os favoráveis à renovação lembram que, mesmo aos 36 anos,
Emerson ainda está muito acima de seus concorrentes no elenco. Hoje, Mendoza é
o reserva imediato, mas chegou recentemente e ainda não é visto como
um jogador que poderia ameaçar a soberania de Sheik na posição. Luciano e
Malcom estão ainda mais abaixo e não conseguiram atuar em alto nível até agora.
Os aliviados de Emerson reforçam também que o mercado de
jogadores não anda aquecido para encontrar um atacante rápido, com boa
participação tática e decisivo. Por isso, entendem ser mais fácil apostar em
uma opção já conhecida do que buscar uma nova peça, seja no Brasil ou no
exterior.
O presidente Roberto de Andrade já declarou que pesará tudo
na hora de decidir e pretende ouvir seus pares e a comissão técnica antes de
negociar. Tite será determinante no caso. Decisivo para que o jogador fosse
reintegrado após o empréstimo ao Botafogo, o treinador chegou a dizer que
gostaria de ter todo o elenco até o fim de 2015. Pode ser o argumento que Sheik precisava para ficar.
Emerson recebe cartão vermelho na derrota
do Corinthians para o São Paulo no
Morumbi (Foto: Agência Estado)
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