Marido se emociona e mãe se cerca de cuidados para manter "o coração sossegado" para assistir à decisão deste domingo, contra o Osasco, na Arena da Barra
Do
banco de reservas, Fofão observava parte da família chegar para
acompanhar o treino deste sábado na Arena da Barra. Queria que os seis
primos, a mãe e o marido estivessem presentes na véspera de sua última
partida na Superliga. Queria estar cercada pelas pessoas de boa energia.
A vontade era ter ficado mais tempo em quadra, mas teve de seguir a
orientação da comissão técnica. Poupada, se divertiu filmando as
companheiras. Da arquibancada, a família achava graça. Mais ainda quando
via João Marcio tentar, sem muito sucesso, segurar as lágrimas ao falar
sobre o momento especial da esposa que será vivido neste domingo, na
decisão entre Rio de Janeiro e Osasco. A partida será às 10h15, com
transmissão da TV Globo e do SporTV. O GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real, com vídeos.
- São 45 anos de idade e 30 de carreira e acho que ela vai encerrar jogando em alto nível, disputando o campeonato mais importante do vôlei do país. Não estou preparando nada de especial porque não considero este o último jogo dela (ainda disputará o Mundial de Clubes). Mas estamos lidando com muito carinho. Estou organizando o jogo de despedida para o dia 24 de maio, em São Caetano, que vai contar com jogadoras de várias gerações que querem dar um abraço nela. A minha preocupação agora é com os muitos sentimentos que passam na cabeça dela. Temo que isso mexa com ela - disse João Marcio.
Fofão tem evitado ler as inúmeras mensagens enviadas durante a semana. Foi a forma que encontrou para tentar se blindar. Quer se manter concentrada na decisão. Garante que a parte sensível do casal é o marido. Juntos há 20 anos, ri ao relembrar o dia do casamento e do "presente" que deu a João. Pouco depois de trocar alianças, o chamou num canto e comunicou que havia assinado contrato para jogar na Itália. Com 15 anos trabalhando num mesmo banco, João fez as malas e se juntou a esposa um ano depois.
- Na quinta-feira, ele ainda estava forte. Não sei como está agora porque já estou com as meninas no hotel (risos). É mais chorão mesmo. Mas acredito que esteja sendo difícil para ele. Para mim difícil não pensar que estou fazendo algumas coisas, como colocar uma joelheira, que daqui a pouco não vão mais acontecer. Mas estou procurando me controlar. Hoje eu fiz poucas coisas no treino. Queria treinar mais, mas como fui bem durante toda a semana, acharam melhor eu ficar fazendo gelo (na panturrilha) para chegar 100%, como estou até agora.
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Na semana passada, quando ainda estava em casa, o marido e dona Eurides sentiram uma leve mudança no comportamento de Fofão. Passou a se importar com situações corriqueiras, que normalmente nem repararia.
- Ela chegava para mim e perguntava: "Por que você está fazendo isso agora?". Para a mãe, vinha e falava: "Por que você está lavando a louça a essa hora?". Olhava um carro de uma vizinha mal estacionado na garagem e me perguntava quando eu ia pedir para ela consertar aquilo? Estava se irritando com pequenas coisas com as quais nunca esquentaria normalmente. Perguntava se eu não ia levá-la ao treino, quando nunca questionou isso (risos). Mas nesta temporada ela me disse que ia procurar se divertir. Acho que chegou a hora de ela curtir um pouco porque sempre teve uma vida muito puxada, com grandes cobranças. As pessoas querem vê-la sempre em alto nível, buscando bolas lá na placa como a Gabi faz com facilidade. Não é fácil. E acho que ela não sabia o quanto era tão querida - contou o marido.
Sentada
ao lado do genro, a mãe da levantadora ostenta com orgulho um cordão
com o apelido da filha. Já perdeu as contas de quantas vezes foi chamada
de dona Fofa. Com a voz mansa e o jeito sereno que faz lembrar a filha,
admite que tem tomado "alguns cuidados para manter o coração
sossegado".
- Eu achava que ela ia chegar longe, mas não esperava que fosse jogar tanto tempo assim. E foi uma carreira bonita. Sempre fui de acompanhá-la nos ginásios, juntamente com o pai. Amanhã vamos estar aqui de novo para apoiá-la. Só tenho que dar os parabéns a ela. A gente sempre curtiu muito a carreira dela. Vai dar tudo certo e vamos ser campeões (sorriu). Ela vai sair vitoriosa e, depois que se despedir, a vida vai continuar - disse dona Eurides.
- São 45 anos de idade e 30 de carreira e acho que ela vai encerrar jogando em alto nível, disputando o campeonato mais importante do vôlei do país. Não estou preparando nada de especial porque não considero este o último jogo dela (ainda disputará o Mundial de Clubes). Mas estamos lidando com muito carinho. Estou organizando o jogo de despedida para o dia 24 de maio, em São Caetano, que vai contar com jogadoras de várias gerações que querem dar um abraço nela. A minha preocupação agora é com os muitos sentimentos que passam na cabeça dela. Temo que isso mexa com ela - disse João Marcio.
Família da levantadora prestigia os últimos
momentos da carreira da jogadora
(Foto: Danielle Rocha)
Fofão tem evitado ler as inúmeras mensagens enviadas durante a semana. Foi a forma que encontrou para tentar se blindar. Quer se manter concentrada na decisão. Garante que a parte sensível do casal é o marido. Juntos há 20 anos, ri ao relembrar o dia do casamento e do "presente" que deu a João. Pouco depois de trocar alianças, o chamou num canto e comunicou que havia assinado contrato para jogar na Itália. Com 15 anos trabalhando num mesmo banco, João fez as malas e se juntou a esposa um ano depois.
- Na quinta-feira, ele ainda estava forte. Não sei como está agora porque já estou com as meninas no hotel (risos). É mais chorão mesmo. Mas acredito que esteja sendo difícil para ele. Para mim difícil não pensar que estou fazendo algumas coisas, como colocar uma joelheira, que daqui a pouco não vão mais acontecer. Mas estou procurando me controlar. Hoje eu fiz poucas coisas no treino. Queria treinar mais, mas como fui bem durante toda a semana, acharam melhor eu ficar fazendo gelo (na panturrilha) para chegar 100%, como estou até agora.
Família de Fofão acompanha o último treino de
Fofão antes de sua despedida das quadras
(Foto: Danielle Rocha)
Thaísa é preocupação de Bernardinho na final: "Não entro na mente dela"
Número 1 no ataque, Gabi festeja amadurecimento e sonha com 3º título
Às vésperas da 10ª final de Superliga, Fabi não se vê com outra camisa
Thaísa vence disputa com Jaque e ganha o prêmio de Craque da Galera
Na semana passada, quando ainda estava em casa, o marido e dona Eurides sentiram uma leve mudança no comportamento de Fofão. Passou a se importar com situações corriqueiras, que normalmente nem repararia.
- Ela chegava para mim e perguntava: "Por que você está fazendo isso agora?". Para a mãe, vinha e falava: "Por que você está lavando a louça a essa hora?". Olhava um carro de uma vizinha mal estacionado na garagem e me perguntava quando eu ia pedir para ela consertar aquilo? Estava se irritando com pequenas coisas com as quais nunca esquentaria normalmente. Perguntava se eu não ia levá-la ao treino, quando nunca questionou isso (risos). Mas nesta temporada ela me disse que ia procurar se divertir. Acho que chegou a hora de ela curtir um pouco porque sempre teve uma vida muito puxada, com grandes cobranças. As pessoas querem vê-la sempre em alto nível, buscando bolas lá na placa como a Gabi faz com facilidade. Não é fácil. E acho que ela não sabia o quanto era tão querida - contou o marido.
Do banco, Fofão acompanha o treino de sua equipe (Foto: Danielle Rocha)
- Eu achava que ela ia chegar longe, mas não esperava que fosse jogar tanto tempo assim. E foi uma carreira bonita. Sempre fui de acompanhá-la nos ginásios, juntamente com o pai. Amanhã vamos estar aqui de novo para apoiá-la. Só tenho que dar os parabéns a ela. A gente sempre curtiu muito a carreira dela. Vai dar tudo certo e vamos ser campeões (sorriu). Ela vai sair vitoriosa e, depois que se despedir, a vida vai continuar - disse dona Eurides.
Fofão faz imagens das companheiras após
disputa do manchetão na Arena da Barra
(Foto: Danielle Rocha)
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