A CRÔNICA
por
GLOBOESPORTE.COM
Primeiro, a comemoração na entrada em campo no Mineirão. Depois, um
susto contornado ainda no primeiro tempo. E durante os 45 minutos
finais, a pintura num gol de voleio de Marcelo Moreno – daqueles para
serem sempre lembrados –, sacramentando a virada por 2 a 1. A
tarde-noite deste domingo foi de êxtase para os celestes na despedida do
Brasileirão. Após o apito final, a festa foi completa de mais de 46 mil
torcedores (o público foi de 46.906) erguendo cartazes com o distintivo
do clube, além da entrega das faixas e da volta olímpica com a taça. Um
fecho com o mesmo nível apresentado pela equipe nas 37 rodadas
anteriores. Um domínio que já dura dois anos, desde o título de 2013, já
sob comando de Marcelo Oliveira.
O Flu bem que tentou carimbar a faixa ao abrir o placar num gol de Fred de carrinho, quando a Raposa mandava em campo. Mas Nilton empatou de cabeça no fim da primeira etapa, e depois o bis de Marcelo Moreno no voleio – sim, ele já marcara contra o Tricolor dessa forma no empate em 3 a 3, no Maracanã, no turno da competição – garantiu mais uma vitória e um recorde para deixar o Cruzeiro versão 2014 na história: na era dos pontos corridos com 20 clubes, chegou aos 80 pontos e bateu o recorde do São Paulo de 2006 de Muricy Ramalho, até então detentor da marca com 77.
A equipe celeste também alcançou 24 vitórias, outro número histórico. Substituído aos 36 minutos do segundo tempo, o atacante Marcelo Moreno, dúvida do Cruzeiro para a temporada de 2015 – o Grêmio, dono dos direitos federativos, pede alto pelo jogador –, saiu ovacionado pela torcida. Ao Fluminense, restaram dois consolos: o time terminou o Brasileiro com o artilheiro do campeonato. Fred chegou aos 18 gols, contra 16 de Henrique e 15 dos cruzeirenses Ricardo Goulart e Marcelo Moreno. Além disso, o sexto lugar na tabela garantiu passagem direta para as oitavas de final na Copa do Brasil em 2015.
Flu dá susto
O domínio do Cruzeiro no primeiro e no segundo tempo refletiu o que foi o time durante o Campeonato Brasileiro. Com inúmeras jogadas de ataque, sempre em velocidade, explorando os buracos deixados na defesa adversária. Mas o susto com o gol de Fred abrindo o placar para o Fluminense chegou a resgatar no Mineirão uma velha máxima teimosa no futebol: o "quem não faz leva" ameçou estragar a festa dos celestes, desde o começo desfilando enredo de jogadas ensaiadas. Seja a de Willian com Egídio pela esquerda, com o centro para Marcelo Moreno mandar para fora a primeira chance; seja com as três seguidas por Ricardo Goulart. Em uma delas, furou a bola na pequena área, e em outra obrigou Cavalieri a salvar com a ponta dos dedos. Depois, Lucas Silva mandou uma bomba com uma curva daquelas de fazer o goleiro pular e rezar.
Everton Ribeiro e Willian eram os maestros da orquestra, com tabelinhas e lançamentos que deixavam a zaga tricolor atordoada, especialmente Elivelton e Valencia. Do meio-campo para frente, Conca e Wagner não conseguiam encaixar as jogadas de ataque, Sobis se movimentava pouco, e Fred com isso tinha poucas chances. Mas no futebol tudo pode mudar. Aos 31, o camisa 9 chegou a dominar no peito na área, mas não conseguiu bater. Dois minutos depois, viu sua diferença na artilharia aumentar graças a uma bomba atômica desferida por Wagner. Rafael espalmou, a bola foi para o travessão e caiu quase na linha do gol. Fred, de carrinho, abriu o placar e comemorou timidamente: 1 a 0 para o Flu. Mas o time não conseguiu segurar a vantagem até o fim do primeiro tempo. Aos 44, Everton Ribeiro cobrou escanteio com perfeição para Nilton subir no 20º andar e cabecear para as redes. O empate era menos injusto.
Golaço de voleio
Quem vai aos treinos na Toca da Raposa sabe: os escanteios cobrados com perigo são treinados à exaustão. E o Cruzeiro tentou logo no começo do segundo tempo usar a arma responsável pelo empate. Everton Ribeiro novamente. Dessa vez na cabeça de Manoel, mas a cabeçada foi para fora. O Flu respondeu, mas Sobis bateu fraco para a defesa de Rafael. A Raposa contra-atacou com um golaço de Marcelo Moreno de peixinho, mas anulado por impedimento. Daí em diante, o Tricolor chegou a alugar o meio-campo e imprimiu jogadas de perigo pelo lado esquerdo, deixando a defesa do Cruzeiro confusa. Kennedy entrou no lugar de Guilherme Mattis.
Mas o Cruzeiro buscava a vitória para coroar toda a campanha regular. Tentava bater o recorde na era de pontos corridos. E os objetivos foram alcançados como em todo campeonato. Com jogadas bonitas, gols bonitos. Mayke foi ao ataque, pela direita. O centro se tornou perfeito porque Marcelo Moreno foi milimétrico ao calcular o giro do corpo para o lindo voleio. Golaço aos 14 minutos, repetindo o que já fizera no Maracanã, no empate em 3 a 3 com o próprio Flu. Daí em diante, para o torcedor cruzeirense não seria necessário mais nada. O gol já valeu o ingresso. O Flu tentou reagir, mas a Raposa ainda criou melhores chances, com Ricardo Goulart de cabeça, Judivan (que substituíra Willian) fazendo jogada individual. Walter entrou no Flu, Marcelo Moreno saiu ovacionado e deu abraço em Marcelo Oliveira. Se foi de despedida – o jogador é do Grêmio e deve voltar –, o fez em alto estilo. Tal como o Cruzeiro, campeão do começo ao fim.
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O Flu bem que tentou carimbar a faixa ao abrir o placar num gol de Fred de carrinho, quando a Raposa mandava em campo. Mas Nilton empatou de cabeça no fim da primeira etapa, e depois o bis de Marcelo Moreno no voleio – sim, ele já marcara contra o Tricolor dessa forma no empate em 3 a 3, no Maracanã, no turno da competição – garantiu mais uma vitória e um recorde para deixar o Cruzeiro versão 2014 na história: na era dos pontos corridos com 20 clubes, chegou aos 80 pontos e bateu o recorde do São Paulo de 2006 de Muricy Ramalho, até então detentor da marca com 77.
A equipe celeste também alcançou 24 vitórias, outro número histórico. Substituído aos 36 minutos do segundo tempo, o atacante Marcelo Moreno, dúvida do Cruzeiro para a temporada de 2015 – o Grêmio, dono dos direitos federativos, pede alto pelo jogador –, saiu ovacionado pela torcida. Ao Fluminense, restaram dois consolos: o time terminou o Brasileiro com o artilheiro do campeonato. Fred chegou aos 18 gols, contra 16 de Henrique e 15 dos cruzeirenses Ricardo Goulart e Marcelo Moreno. Além disso, o sexto lugar na tabela garantiu passagem direta para as oitavas de final na Copa do Brasil em 2015.
Voleio, pintura de Marcelo Moreno no gol da
virada do Cruzeiro sobre o Fluminense
(Foto: EFE)
O domínio do Cruzeiro no primeiro e no segundo tempo refletiu o que foi o time durante o Campeonato Brasileiro. Com inúmeras jogadas de ataque, sempre em velocidade, explorando os buracos deixados na defesa adversária. Mas o susto com o gol de Fred abrindo o placar para o Fluminense chegou a resgatar no Mineirão uma velha máxima teimosa no futebol: o "quem não faz leva" ameçou estragar a festa dos celestes, desde o começo desfilando enredo de jogadas ensaiadas. Seja a de Willian com Egídio pela esquerda, com o centro para Marcelo Moreno mandar para fora a primeira chance; seja com as três seguidas por Ricardo Goulart. Em uma delas, furou a bola na pequena área, e em outra obrigou Cavalieri a salvar com a ponta dos dedos. Depois, Lucas Silva mandou uma bomba com uma curva daquelas de fazer o goleiro pular e rezar.
Everton Ribeiro e Willian eram os maestros da orquestra, com tabelinhas e lançamentos que deixavam a zaga tricolor atordoada, especialmente Elivelton e Valencia. Do meio-campo para frente, Conca e Wagner não conseguiam encaixar as jogadas de ataque, Sobis se movimentava pouco, e Fred com isso tinha poucas chances. Mas no futebol tudo pode mudar. Aos 31, o camisa 9 chegou a dominar no peito na área, mas não conseguiu bater. Dois minutos depois, viu sua diferença na artilharia aumentar graças a uma bomba atômica desferida por Wagner. Rafael espalmou, a bola foi para o travessão e caiu quase na linha do gol. Fred, de carrinho, abriu o placar e comemorou timidamente: 1 a 0 para o Flu. Mas o time não conseguiu segurar a vantagem até o fim do primeiro tempo. Aos 44, Everton Ribeiro cobrou escanteio com perfeição para Nilton subir no 20º andar e cabecear para as redes. O empate era menos injusto.
Golaço de voleio
Quem vai aos treinos na Toca da Raposa sabe: os escanteios cobrados com perigo são treinados à exaustão. E o Cruzeiro tentou logo no começo do segundo tempo usar a arma responsável pelo empate. Everton Ribeiro novamente. Dessa vez na cabeça de Manoel, mas a cabeçada foi para fora. O Flu respondeu, mas Sobis bateu fraco para a defesa de Rafael. A Raposa contra-atacou com um golaço de Marcelo Moreno de peixinho, mas anulado por impedimento. Daí em diante, o Tricolor chegou a alugar o meio-campo e imprimiu jogadas de perigo pelo lado esquerdo, deixando a defesa do Cruzeiro confusa. Kennedy entrou no lugar de Guilherme Mattis.
Mas o Cruzeiro buscava a vitória para coroar toda a campanha regular. Tentava bater o recorde na era de pontos corridos. E os objetivos foram alcançados como em todo campeonato. Com jogadas bonitas, gols bonitos. Mayke foi ao ataque, pela direita. O centro se tornou perfeito porque Marcelo Moreno foi milimétrico ao calcular o giro do corpo para o lindo voleio. Golaço aos 14 minutos, repetindo o que já fizera no Maracanã, no empate em 3 a 3 com o próprio Flu. Daí em diante, para o torcedor cruzeirense não seria necessário mais nada. O gol já valeu o ingresso. O Flu tentou reagir, mas a Raposa ainda criou melhores chances, com Ricardo Goulart de cabeça, Judivan (que substituíra Willian) fazendo jogada individual. Walter entrou no Flu, Marcelo Moreno saiu ovacionado e deu abraço em Marcelo Oliveira. Se foi de despedida – o jogador é do Grêmio e deve voltar –, o fez em alto estilo. Tal como o Cruzeiro, campeão do começo ao fim.
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