domingo, 7 de dezembro de 2014

Juntos em coletiva, Dorival e Valdivia afirmam: "Não há o que comemorar"

Técnico e meia lamentam situação do Palmeiras no Brasileirão; com empate diante do Atlético-PR, time só não foi rebaixado porque o Vitória não venceu o Santos


Por
São Paulo


O técnico Dorival Júnior e o meia Valdivia chegaram juntos à sala de imprensa da Arena Palmeiras para explicar a atuação do time no empate em 1 a 1 com o Atlético-PR, resultado que só não rebaixou o time pela terceira vez para a Série B do Campeonato Brasileiro porque o Vitória não venceu o Santos em Salvador.


Confira as declarações do treinador e do meia:

DORIVAL

- Nós não temos nada a comemorar. Essa é a realidade. Enfrentamos uma situação difícil e complicada. Reconheço isso. Talvez pudéssemos ter até já passado por esse momento, mas de repente tivemos uma caída brusca. No momento em que faltou nosso principal jogador (Valdivia), complicou e muito o nosso momento, o trabalho do grupo, até pela confiança dos jogadores no principal jogador da equipe.

Não me sinto fora do Palmeiras de maneira nenhuma. Gostaria de iniciar um novo trabalho com o Palmeiras
Dorival Júnior

- Foi um ano muito complicado desde o início, ficamos satisfeitos de termos conseguido a manutenção da equipe, mas longe de estarmos contentes com o trabalho com o que pensávamos de inicio para o Palmeiras.

- O Palmeiras tem de repensar o novo momento, voltar ao tempo de ter uma equipe competitiva brigando pelos campeonatos.

- Daqui para frente as coisas vão acontecer de outra forma pela própria postura do presidente que nos mostrou dentro do vestiário, que mostrou o início de uma recuperação da equipe.
- Não me sinto fora do Palmeiras de maneira nenhuma. Gostaria de iniciar um novo trabalho com o Palmeiras.

- Merecimento eu não discuto. Fui contratado e o maior problema era justamente o rebaixamento. A situação era muito complicada, não vou entrar em mérito, vou discutir internamente. Independentemente do que venha a acontecer, tenho obrigação de colocar tudo o que eu vi. Se vou ser mantido ou não, é a diretoria que tem de ter tranquilidade para fazer o que deve fazer.

- Claro que tenho vontade (de ficar) porque os melhores trabalhos que fiz na carreira foram trabalhos iniciados, montados e finalizados. Por esses eu me responsabilizo. Gostaria de iniciar novamente, até porque os últimos clubes que peguei, tirando Santos e Flamengo, todos peguei no meio do caminho sem essa possibilidade que talvez seja o melhor ponto da nossa carreira.

- Estou muito tranquilo, isso tem de ser estudado pela diretoria. Merecimento é muito relativo. A posição que eles tomarem vai ser a correta e melhor para o Palmeiras

Valdivia e Dorival, Palmeiras Coletiva (Foto: Felipe Zito)
Valdivia e Dorival, juntos em entrevista coletiva 
(Foto: Felipe Zito)


VALDIVIA
- Como falei na saída do campo, até quarta ou quinta eu estava bem, treinando com intensidade do jogo. A partir de sexta, passei a sentir incômodo de novo. Passei quinta, sexta e sábado só em tratamento.

Eu concordo também que teve situações em que a equipe precisava e eu não estava dentro de campo, mas nunca me escondi, nunca menti, sempre que falo com vocês tento ser verdadeiro, por mais que alguns não acreditem
Valdivia

- Era um jogo de Copa do Mundo. Na última coletiva que dei, falei que seriam jogos de Copa do Mundo. Infelizmente era o jogo do ano pela permanência. Não era o que a gente esperava. Se fosse outro jogo, com certeza seria difícil (jogar) porque não estava conseguindo nem caminhar.

- Era um jogo que significava muito porque foi um ano difícil e terminou difícil. Muito se falou que nos momentos complicados eu nunca joguei, e isso me deu força. Não para calar a boca de ninguém, mas para mostrar para os meus companheiros que podem confiar em mim.

- Em determinando momento, todo mundo se esforça mais, companheiros que não estavam bem e também foram lá. Pelo carinho que eu sinto por este clube e pelo carinho que minha família sente pelo Palmeiras, tudo isso, mais o que fizemos esses dias, me levaram a entrar em campo. O mais difícil da lesão era tirar da cabeça o incômodo. Mesmo com tudo que a gente fez, eu estava sentido muita dor. Mesmo assim, fui lá porque era um momento difícil, era o último jogo do ano.


- Queria agradecer as palavras do Dorival. A partir do momento que ele confia em mim e me dá faixa de capitão, passo a ter mais responsabilidade. Pelo o que eu senti, a partir desse momento eu consegui corresponder toda essa confiança.

- Sempre vou ter uma dívida com o Palmeiras, mesmo não sendo mais jogador do clube. Sempre vou ter uma dívida com o clube porque é o único clube em que poderia jogar aqui no Brasil, clube que, apesar de tudo, os erros que eu fiz... Eu vejo carinho que a torcida sente por mim, esse apoio incondicional. Eu concordo também que teve situações em que a equipe precisava e eu não estava dentro de campo, mas nunca me escondi, nunca menti, sempre que falo com vocês tento ser verdadeiro, por mais que alguns não acreditem.



O Colo Colo me procurou, é minha equipe no Chile. Foi a instituição que me formou como jogador. Mas ainda tenho muita lenha para queimar no Brasil
Valdivia
- Às vezes criei algumas brigas entre a gente, mas é porque, quando não gosto de uma coisa, eu falo.

- Nas vezes em que não joguei, não é porque não quis jogar, é porque não tinha condição de jogar. A lesão era mais complicada que as pessoas falam. Muitas vezes vejo matérias que falam de mim, que o departamento médico não se expressou muito bem sobre a lesão que eu tenho, mas o profissionalismo do DM do Palmeiras... não posso falar mal de ninguém do DM do Palmeiras. Tenho certeza que eles não vão falar que o Valdivia não jogou porque não quis. Sempre foi porque uma coisa grave aconteceu.


- Sempre vou me sentir em dívida com este clube. É o clube que me abriu as portas quando cheguei, que até agora acredita em mim. Pode ser que sejam menos que antigamente, mas continuam acreditando no meu trabalho e no meu potencial. Se tem uma coisa que posso fazer é agradecer pelo que fizeram hoje. Apesar de tudo o que aconteceu este ano, eles estavam aqui apoiando mesmo com o time perdendo.

- Cobrança é normal e acontece em qualquer time grande. Este ano já foi, não adianta falar aqui que aconteceu isso, faltou mais de lá, da diretoria, dos jogadores, da comissão. Não tem como mais falar sobre isso. Graças a Deus o ano acabou. E o ano acabou com a nossa ultima obrigação, que era deixar o Palmeiras na Série A. Ficar falando dos detalhes, dos erros não é o momento. Temos de pensar no que o Palmeiras tem de melhorar para o ano que vem. 

- Meu contrato vai até agosto do ano que vem, e antes de eu viajar para o Chile ia ter uma reunião com o presidente para falar sobre isso. Já comuniquei minha postura, minha decisão já foi tomada, ele sabe. Agora vamos conversar. O mais importante de tudo é a vontade tanto do clube quanto do jogador. A vontade dos dois é clara.

- O Colo Colo me procurou, é minha equipe no Chile. Foi a instituição que me formou como jogador. Mas ainda tenho muita lenha para queimar no Brasil.

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