Vilarejo português volta a despertar atenção do mundo com previsão de ondulação de até 80 pés. Azulejos, farol, Forte de São Miguel Arcanjo e lenda são marcas do local
No
ano passado, uma ondulação épica colocou a vila portuguesa de Nazaré,
de 10.300 habitantes, no mapa do surfe mundial. Um fenômeno típico da
região, capaz de formar ondas de enormes proporções, é o que atrai os
mais destemidos surfistas do mundo para o pico. Em janeiro, os olhos se
voltaram para o americano Garrett McNamara, que surfou uma onda de cerca de 30m na Praia do Norte. Em
outubro, uma expedição liderada por Carlos Burle tentou superar o
feito, mas a experiência não saiu como planejada. Conhecida pela coragem
nos mares mais perigosos, Maya Gabeira, ao se arriscar em um paredão
estimado em 25m, sofreu uma queda que quase lhe custou a vida. Inconsciente, foi reanimada por Burle. Por sorte, fraturou apenas o
tornozelo. Depois salvar a amiga, o pernambucano teve fôlego e sangue frio para surfar outra onda gigantesca,
que entrou para a eleição das maiores pelo prêmio XXL. Nesta
quinta-feira, um novo e enorme swell está previsto para atingir a
região.
Mais
uma vez, quase um ano depois, a pacata vila repleta de falésias, rochas
e penhascos, despertará a atenção do mundo. Um swell está previsto para
atingir a região nesta quinta-feira, e as ondulações prometem ser de 60
a 80 pés (de 20 a 30 metros). Além de Garrett McNamara, Burle, Pedro
Scooby, Andrew Cotton e outros atletas são os aventureiros que vão se
arriscar na modalidade mais extrema do surfe. A expectativa é que alguns
surfistas aproveitem o adiamento da etapa do Circuito Mundial de Surfe
(WCT), em Peniche, para visitar a pequena cidade, que fica a cerca de
meia hora de Peniche, onde está sendo disputado o evento. Líder do
ranking mundial, Gabriel Medina pode se tornar o primeiro brasileiro
campeão do mundo até mesmo se terminar em nono lugar, dependendo de uma
combinação de resultados envolvendo Kelly Slater, seu principal rival,
Joel Parkinson, Mick Fanning e John John Florence.
Os turistas que estão de passagem pelo vilarejo também prometem ir ao farol da Nazaré, no Forte de São Miguel Arcanjo, para acompanhar de perto o espetáculo fascinante e ao mesmo tempo tenebroso. A distância entre o público no alto da montanha e o surfista que se arrisca nos "monstros dos mares", às vezes, do tamanho de um edifício, é mínima, o que torna o lugar ainda mais especial. O americano G-Mac, radicado desde a infância no Havaí, tem cidade portuguesa como sua segunda casa e passa cerca de cinco meses por ano na região atrás de ondas.
- Nazaré é a minha segunda casa. Gosto muito da cidade e aqui é um paraíso de ondas gigantes. Descobri esse pico em 2010 e venho sempre. Vários surfistas também gostam de vir para cá. O Kelly Slater é um deles, já surfamos muitas vezes aqui. Agora mesmo, alguns que estão disputando a etapa de Peniche me mandaram emails perguntando sobre o swell, porque gostariam de visitar a cidade. Esta quinta-feira será o maior dia, mas haverá ainda outro swell no final de semana, com ondas superiores aos 40 pés. A sensação de estar em cima daquela onda é indescritível. E é o único lugar do mundo que você fica tão perto do público em uma onda daquele tamanho - contou Garrett.
O Canhão de Nazaré, ou Cana da Nazaré, é um desfiladeiro submarino de origem tectônica situado ao largo da costa de Nazaré, que começa a se definir a cerca de 500 metros do litoral. Considerado por muitos o maior da Europa, o cânion separa a costa da Península Ibérica na direção leste-oeste desde a plataforma continental, numa extensão de 211km - a partir de 50 metros de profundidade até a planície abissal ibérica, onde atinge profundidades de cinco mil metros. No Canhão, as ondas viajam a uma velocidade maior por conta da falha de Nazaré-Pombal e chegam à costa praticamente sem perder energia, formando grandes dimensões, ao contrário do restante do país. Um ambiente ideal para a prática mais radical do surfe.
Além das ondas gigantes, Nazaré também conserva o charme dos azulejos e outras construções históricas portuguesas. O Santuário de Nossa Senhora, com uma imagem de uma Virgem Negra, assim como a Capela da Memória e a Lagoa da Pederneira, são outros destaques do vilarejo. A cidade portuguesa é marcada pelo misticismo da Lenda de Nazaré.
A lenda remonta ao ano de 1.180, quando D. Sancho I liderava a reconquista do Alentejo e do Algarve e D. Fuas Roupinho, seu cavaleiro, enfrentava os mouros em Porto de Mós, fazendo do rei Gamir e de sua filha seus prisioneiros. O rei mouro morreu, e jovem princesa inconsolável quis conhecer o Deus dos cristãos e, sobretudo, a Mãe dele. O nobre levou-a para conhecer a imagem de Nossa Senhora da Nazaré e foi caçar. Roupinho andava à cavalo quando viu passar um vulto negro. Pensando ser um veado, perseguiu o animal até chegar a um precipício sobre o mar. Desesperado, o cavalo empinou e o veado virou pó. Ele clamou por Nossa Senhora da Nazaré, e cavalo e cavaleiro se salvaram. As patas traseiras do animal ficaram gravadas no rochedo, marca que existe até hoje. Roupinho agradeceu pela proteção e prometeu levar a imagem ao local do milagre. Assim, mais tarde, ele mandou construiu a Capela da Memória.
Cidade aguarda swell nesta quinta-feira, com
ondas de 60 a 80 pés (Foto: Bruno G. Camargo)
Os turistas que estão de passagem pelo vilarejo também prometem ir ao farol da Nazaré, no Forte de São Miguel Arcanjo, para acompanhar de perto o espetáculo fascinante e ao mesmo tempo tenebroso. A distância entre o público no alto da montanha e o surfista que se arrisca nos "monstros dos mares", às vezes, do tamanho de um edifício, é mínima, o que torna o lugar ainda mais especial. O americano G-Mac, radicado desde a infância no Havaí, tem cidade portuguesa como sua segunda casa e passa cerca de cinco meses por ano na região atrás de ondas.
- Nazaré é a minha segunda casa. Gosto muito da cidade e aqui é um paraíso de ondas gigantes. Descobri esse pico em 2010 e venho sempre. Vários surfistas também gostam de vir para cá. O Kelly Slater é um deles, já surfamos muitas vezes aqui. Agora mesmo, alguns que estão disputando a etapa de Peniche me mandaram emails perguntando sobre o swell, porque gostariam de visitar a cidade. Esta quinta-feira será o maior dia, mas haverá ainda outro swell no final de semana, com ondas superiores aos 40 pés. A sensação de estar em cima daquela onda é indescritível. E é o único lugar do mundo que você fica tão perto do público em uma onda daquele tamanho - contou Garrett.
O Canhão de Nazaré, ou Cana da Nazaré, é um desfiladeiro submarino de origem tectônica situado ao largo da costa de Nazaré, que começa a se definir a cerca de 500 metros do litoral. Considerado por muitos o maior da Europa, o cânion separa a costa da Península Ibérica na direção leste-oeste desde a plataforma continental, numa extensão de 211km - a partir de 50 metros de profundidade até a planície abissal ibérica, onde atinge profundidades de cinco mil metros. No Canhão, as ondas viajam a uma velocidade maior por conta da falha de Nazaré-Pombal e chegam à costa praticamente sem perder energia, formando grandes dimensões, ao contrário do restante do país. Um ambiente ideal para a prática mais radical do surfe.
Além das ondas gigantes, Nazaré também conserva o charme dos azulejos e outras construções históricas portuguesas. O Santuário de Nossa Senhora, com uma imagem de uma Virgem Negra, assim como a Capela da Memória e a Lagoa da Pederneira, são outros destaques do vilarejo. A cidade portuguesa é marcada pelo misticismo da Lenda de Nazaré.
A lenda remonta ao ano de 1.180, quando D. Sancho I liderava a reconquista do Alentejo e do Algarve e D. Fuas Roupinho, seu cavaleiro, enfrentava os mouros em Porto de Mós, fazendo do rei Gamir e de sua filha seus prisioneiros. O rei mouro morreu, e jovem princesa inconsolável quis conhecer o Deus dos cristãos e, sobretudo, a Mãe dele. O nobre levou-a para conhecer a imagem de Nossa Senhora da Nazaré e foi caçar. Roupinho andava à cavalo quando viu passar um vulto negro. Pensando ser um veado, perseguiu o animal até chegar a um precipício sobre o mar. Desesperado, o cavalo empinou e o veado virou pó. Ele clamou por Nossa Senhora da Nazaré, e cavalo e cavaleiro se salvaram. As patas traseiras do animal ficaram gravadas no rochedo, marca que existe até hoje. Roupinho agradeceu pela proteção e prometeu levar a imagem ao local do milagre. Assim, mais tarde, ele mandou construiu a Capela da Memória.
Garrett McNamara surfou onda gigante em
Nazaré, Portugal (Foto: Reprodução
/ Desporto Público
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