Presidente do Fluminense admite ter bancado a saída de Renato e explica que o clube vai buscar novo técnico com recursos próprios. Decisão sairá em dois dias
Foi quase um grito de liberdade. Ainda com voz falha, nada
definitivo, mas que marca a primeira grande vitória do presidente do
Fluminense, Peter Siemsen, na queda de braço que virou a relação com o
presidente da patrocinadora do clube, Celso Barros. Ao decidir e bancar demitir
Renato Gaúcho, Peter não deixou valer a vontade do parceiro, que exigia a
permanência do treinador, e acompanhou a pressão interna no Tricolor que
forçava a queda do ex-atacante. Na manhã desta quarta-feira, Renato foi
dispensado antes do treino nas Laranjeiras.
Pouco depois, na sala da presidência e acompanhado do vice de futebol Ricardo Tenório, o mandatário anunciou o fim da quinta passagem do técnico pelo clube e justificou sua decisão. Peter minimizou o atrito com Barros no processo de demissão de Renato, o qual classificou como "divergência de opinião", mas ao mesmo tempo confirmou que a parceira não ajudará na chegada do novo comandante (o favorito é Ney Franco), cujo investimento ficará a cargo do clube. O anúncio, segundo ele, deve acontecer em até dois dias. Diante do embate com o patrocinador, a ser questionado sobre de quem era o comando do clube, mesmo sem tom ríspido, foi direto:
- Já foi anunciada a saída do Renato, uma coisa que acontece no futebol, faz parte. Nenhum de nós, torcedores, dirigentes, atletas, todos envolvidos no futebol, ninguém estava satisfeito com os resultados. Sabemos que hoje temos grandes jogadores, aliás, jogadores que poderiam estar em várias seleções. Mas o clube precisa se reforçar para dar equilíbrio maior ao elenco. Estamos procurando soluções importantes. Não temos ainda um técnico novo definido.
A gente deve informar a vocês em breve. Hoje , Marcão treina interinamente o time. Até que outro treinador possa assumir, Marcão estará nessa função. A falta de comando a gente acredita que ficará restrita a dois dias. Nem digo que é falta de comando. Será um transição. Curtíssima.
O presidente em seguida admitiu divergências com o patrocinador no processo que levou à saída de Renato, mas negou que o clima seja de briga e revelou que, diante da negativa de investimentos por parte da Unimed, o clube arcará com as despesas do novo comandante.
- Quero esclarecer que não há briga minha com o patrocinador. Temos divergências, algo normal. São conversas naturais e saudáveis. Como as que existem em empresas, casas e famílias. Muita coisa que eu leio não reflete a realidade. Ricardo e eu achamos por bem mudar agora. O patrocinador deixou claro que o ano é de poucos investimentos. Entendemos o recado. Estive pessoalmente com ele ontem. A decisão foi tomada. Assumo total responsabilidade. O patrocinador tem a opinião dele, e eu a respeito. Entendi que chegou o momento. É o Fluminense que vai custear esse novo treinador. Vamos trabalhar com o melhor custo-benefício possível. Temos condições de contratar um bom treinador.
O mandatário tricolor decidiu bancar a demissão de Renato, apesar de o parceiro se recusar a colocar dinheiro na contratação do novo treinador. No ano passado, as imposições de Celso Barros funcionaram quando Abel Braga saiu, em julho, e ao término do Brasileirão, em dezembro. O presidente da Unimed conseguiu fazer prevalecer sua vontade e contratou Vanderlei Luxemburgo e Renato Gaúcho, respectivamente. Nos dois momentos, Ney Franco, que está no Vitória, era o preferido de Peter. O treinador novamente é o nome mais forte para assumir o time.
O contrato entre Fluminense e Unimed termina no fim de 2016, mas a cada virada de ano pode ser rediscutido e até rompido. Peter Simsen descarta a ruptura.
- Nós temos um contrato de dois anos (além de 2014), sempre com a cláusula de saída no fim do ano. Da minha parte, a luta vai ser para caminhar junto. Existe um grande respeito meu pessoal. Minha luta é para continuarmos - frisou.
A eliminação na semifinal do Carioca e o risco de sair da Copa do Brasil na primeira fase fizeram crescer a resistência interna ao treinador nos últimos dias. Além disso, Renato não agradava pelo estilo de trabalho. A falta de coletivos e treinos táticos depois da pré-temporada gerou críticas nos bastidores. O técnico tinha um contrato com o Fluminense e outro com a Unimed-Rio. O treinador custava cerca de R$ 550 mil mensais. Deste valor, R$ 50 mil de responsabilidade do clube, e o restante da patrocinadora. A opção desejada por Siemsen significaria um custo de aproximadamente R$ 450 mil mensais.
Nesta
quinta passagem pelas Laranjeiras, Renato comandou o time em 18
partidas. Foram nove vitórias, cinco empates e quatro derrotas, um
aproveitamento de 59,2%. O Fluminense fez 33 gols e sofreu 21.
Confira trechos da entrevista de Peter Siemsen nas Laranjeiras:
Estuda nomes ou já fez contato?
explicação
Peter fala sobre a decisão de demitir
Renato Gaúcho
próprias pernas
Presidente diz que clube arcará com
custo do novo treinador
bem claro
Questionado, Peter Siemsen diz:
'Quem toma a decisão sou eu'
Pouco depois, na sala da presidência e acompanhado do vice de futebol Ricardo Tenório, o mandatário anunciou o fim da quinta passagem do técnico pelo clube e justificou sua decisão. Peter minimizou o atrito com Barros no processo de demissão de Renato, o qual classificou como "divergência de opinião", mas ao mesmo tempo confirmou que a parceira não ajudará na chegada do novo comandante (o favorito é Ney Franco), cujo investimento ficará a cargo do clube. O anúncio, segundo ele, deve acontecer em até dois dias. Diante do embate com o patrocinador, a ser questionado sobre de quem era o comando do clube, mesmo sem tom ríspido, foi direto:
- Já foi anunciada a saída do Renato, uma coisa que acontece no futebol, faz parte. Nenhum de nós, torcedores, dirigentes, atletas, todos envolvidos no futebol, ninguém estava satisfeito com os resultados. Sabemos que hoje temos grandes jogadores, aliás, jogadores que poderiam estar em várias seleções. Mas o clube precisa se reforçar para dar equilíbrio maior ao elenco. Estamos procurando soluções importantes. Não temos ainda um técnico novo definido.
A gente deve informar a vocês em breve. Hoje , Marcão treina interinamente o time. Até que outro treinador possa assumir, Marcão estará nessa função. A falta de comando a gente acredita que ficará restrita a dois dias. Nem digo que é falta de comando. Será um transição. Curtíssima.
Peter Siemsen concede coletiva na sala
da presidência do Flu (Foto: Nelson
Perez / Site Oficial do Fluminense)
O presidente em seguida admitiu divergências com o patrocinador no processo que levou à saída de Renato, mas negou que o clima seja de briga e revelou que, diante da negativa de investimentos por parte da Unimed, o clube arcará com as despesas do novo comandante.
- Quero esclarecer que não há briga minha com o patrocinador. Temos divergências, algo normal. São conversas naturais e saudáveis. Como as que existem em empresas, casas e famílias. Muita coisa que eu leio não reflete a realidade. Ricardo e eu achamos por bem mudar agora. O patrocinador deixou claro que o ano é de poucos investimentos. Entendemos o recado. Estive pessoalmente com ele ontem. A decisão foi tomada. Assumo total responsabilidade. O patrocinador tem a opinião dele, e eu a respeito. Entendi que chegou o momento. É o Fluminense que vai custear esse novo treinador. Vamos trabalhar com o melhor custo-benefício possível. Temos condições de contratar um bom treinador.
ReforçosFluminense buscará
equilíbrio com com novas contratações
planejamento
Para Peter, Copa do Brasil não
poderia nortear decisão
decisão
Peter sobre demissão de Renato:
'Dói muito nesse momento'
O mandatário tricolor decidiu bancar a demissão de Renato, apesar de o parceiro se recusar a colocar dinheiro na contratação do novo treinador. No ano passado, as imposições de Celso Barros funcionaram quando Abel Braga saiu, em julho, e ao término do Brasileirão, em dezembro. O presidente da Unimed conseguiu fazer prevalecer sua vontade e contratou Vanderlei Luxemburgo e Renato Gaúcho, respectivamente. Nos dois momentos, Ney Franco, que está no Vitória, era o preferido de Peter. O treinador novamente é o nome mais forte para assumir o time.
O contrato entre Fluminense e Unimed termina no fim de 2016, mas a cada virada de ano pode ser rediscutido e até rompido. Peter Simsen descarta a ruptura.
- Nós temos um contrato de dois anos (além de 2014), sempre com a cláusula de saída no fim do ano. Da minha parte, a luta vai ser para caminhar junto. Existe um grande respeito meu pessoal. Minha luta é para continuarmos - frisou.
A eliminação na semifinal do Carioca e o risco de sair da Copa do Brasil na primeira fase fizeram crescer a resistência interna ao treinador nos últimos dias. Além disso, Renato não agradava pelo estilo de trabalho. A falta de coletivos e treinos táticos depois da pré-temporada gerou críticas nos bastidores. O técnico tinha um contrato com o Fluminense e outro com a Unimed-Rio. O treinador custava cerca de R$ 550 mil mensais. Deste valor, R$ 50 mil de responsabilidade do clube, e o restante da patrocinadora. A opção desejada por Siemsen significaria um custo de aproximadamente R$ 450 mil mensais.
Peter Siemsen em coletiva no Fluminense (Foto: Nelson Perez / Site Oficial do Fluminense)
Confira trechos da entrevista de Peter Siemsen nas Laranjeiras:
Decisão de demitir Renato antes do jogo contra o Horizonte
Não
vou entrar nessa questão porque não é véspera do jogo, vamos ter alguns
dias para trabalhar. Entendemos que o time não está rendendo hoje o que
precisa render, até para enfrentar um jogo que precisamos de um grande
número de gols. Estamos focados no Brasileiro. Sabemos que é duríssimo,
difícil. Como teremos a parada para a Copa do Mundo, teremos jogos atrás
de jogos, calendário apertado. Não posso me preocupar apenas com um
jogo contra o Horizonte. Mesmo com o jogo tão importante, entendemos que
não era possível começar o Brasileiro do jeito que está hoje. Vamos ter
alguns dias para preparar o time contra o Horizonte e vamos ter mais
tempo para o Brasileiro.
Contratação de um técnico sem apoio do patrocinador
O
patrocinador deixou claro que esse era um ano de poucos investimentos.
Entendemos o recado, estive pessoalmente com ele ontem (terça-feira), a
decisão foi tomada após a conversa. Decisão que assumo a
responsabilidade. Patrocinador tem a opinião dele, entendo, respeitei.
Entendemos que havia chegado um momento. Fluminense vai custear o novo
treinador. Acho que Fluminense tem condições de ter um bom técnico para
enfrentar um desafio que vai ser o Brasileiro esse ano.
Chance de efetivar Marcão
Ainda
não. Passou a integrar recentemente a nossa comissão. Trabalho dele é
muito importante, tem potencial muito grande. Vamos acompanhar ao longo
do tempo. No momento seria prematuro dar a ele essa responsabilidade
enorme que vamos ter. Pretendemos em breve, hoje ou amanhã, apresentando
um novo nome de técnico.
São questões tratadas em sigilo, natural. Não posso adiantar muita coisa.
Relação com a Flusócio
Composta
de torcedores como eu, que em momentos de desempenho que não sejam
esperados tornam o ambiente mais tenso porque é uma pressão que vem da
arquibancada. Parte das críticas eu mesmo assumo e concordo com elas.
Concordo com a Flusócio, faz um trabalho importante. Não há ruptura. Há
um momento de tensão e ao mesmo tempo algumas críticas verdadeiras. Sou
bastante democrático, avalio, fazemos mudanças que consideramos
importantes. A questão tributária atrapalhou bastante o momento do
Fluminense e acabou criando o momento difícil do clube. Estamos
trabalhando bastante para que possamos retomar a fase de crescimento de
2011 e 2012.
Perfil do novo treinador
Não
traçamos um perfil na linha colocada. Identificamos técnicos que
poderiam ser opções hoje. Imediatamente após tomar a decisão, começamos a
trabalhar nessa linha do que é possível hoje no mercado. Não
pré-determinamos o limite aqui e acolá. (Sobre reforços) Buscar atletas
que possam dar equilíbrio maior ao elenco e possa fazer trabalho num
curto espaço para enfrentarmos o Brasileiro.
Planejamento para o ano começa errado?
Eu não vou entrar nos detalhes. O Renato é um cara
espetacular, um ídolo, pessoa que admiro muito. Dói tomar uma decisão dessa,
mas tenho que olhar a situação do Fluminense. Entendemos que o trabalho não
estava alcançando os resultados que deveria alcançar nesse momento. Teremos um
Brasileiro duro, com jogos espremidos, por conta da parada da Copa do Mundo.
Estratégia na busca de reforços
A falta de comando a gente acredita que ficará restrita a
dois dias. Será um transição. Curtíssima. Temos atletas de altíssimo nível.
Mais de um em algumas posições e apenas ou nenhum em outras. Precisamos buscar
equilíbrio
Contratação de um diretor executivo
A gente pensa, sim. Continuamos trabalhando com essa
hipótese, mas não é emergencial. Trabalhamos neste momento com a busca com o
técnico.
Clube precisava se impor na parceria?
Divergir é natural, o importante é conversar, ficou para
trás. A gente conviveu com isso, chegou o momento que a gente entendeu que era
a hora de mudança. Não há nada contra o patrocinador, pelo contrário. A gente
espera que a parceria siga por muitos e muitos anos no Fluminense além da minha
gestão. A gente espera que a decisão tomada colabore com o futebol do
Fluminense e com o projeto.
Quem manda no clube? Você ou Celso Barros?
Quem toma a decisão sou eu. O projeto é discutido. A gente
pretende repensar acertos e erros para que a gente possa caminhar. Eu e Ricardo
entendemos que esses dias antes do Brasileiro são preciosos para a nossa
preparação. Se a gente insistisse e percebesse que foi errado, não teríamos
tempo. O que não está sendo normal é o desempenho jogo a jogo. Ninguém está
satisfeito com o que estamos vendo em campo em termos de resultado. Seria pior
se a decisão não fosse tomada. Seria mais grave em termos de planejamento.
Troca constante de técnico
Existe alguma dificuldade, mas até que a gente encontre o treinador
para esse longo tempo. Não foi possível o Abel (Braga) continuar por várias
razões. A gente espera que esse treinador que chegará possa mudar isso.
Aposentadoria de Héverton
Não vou comentar a decisão de um jogador que se aposentou. É
bom (jogador). Ruim para o futebol. Todo mundo sabe que o Fluminense não tem
nada a ver com isso (queda da Portuguesa). Desejo sorte a ele.
Descarta romper com a Unimed?
Nós temos um contrato de dois anos, sempre com a
cláusula de saída no fim do ano. Da minha parte, a luta vai ser para caminhar
junto. Existe um grande respeito meu pessoal. A parceria é importante. Espero que a minha decisão ajude o clube e ao parceiro.
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