Ex-jogador tcheco, Antonin Panenka vai torcer pelo Brasil na Copa e diz que inventou cobrança como uma forma de superar goleiro companheiro de clube
Momento histórico: Panenka cobra pênalti de
cavadinha na final da Euro de 1976 contra a
Alemanha (Foto: Reprodução)
No Brasil, a cobrança ficou conhecida como cavadinha, mas, na Europa, o chute leva o nome de seu criador, de forma merecida. Naquele toque simples, Panenka desafiou convenções e também se arriscou: afinal, a Tchecoslováquia vivia sob uma ditadura comunista, e o futebol tinha seu papel como ferramenta de propaganda do regime. Um possível erro poderia colocar a carreira do meio-campista em risco, mas ele garante que não se importou.
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- Não tive medo. Eu tinha 1000% de certeza de que marcaria o gol. Ninguém estava esperando que eu batesse o pênalti daquele jeito - contou Panenka ao GloboEsporte.com, durante evento do Tour da Taça em Praga, na República Tcheca.
Tanta confiança não era apenas questão de autoestima. Antes de "estrear" a cavadinha, Panenka treinou duro para aperfeiçoar o chute. A princípio, porém, a razão era uma simples aposta com o goleiro Zdenek Hruska, seu companheiro no Bohemians, time da cidade de Praga.
- Eu estava deitado e comecei a pensar num jeito de surpreender os goleiros. Após cada treino, eu permanecia em campo com os goleiros e fazia apostas, tentando fazer gols em cobranças de falta e pênalti. O vencedor ganhava cerveja ou chocolate. Eu estava perdendo estas apostas, então comecei a pensar numa forma de vencer. Treinei durante dois anos antes de bater aquele pênalti na final da Eurocopa - relatou.
Antonin Panenka posa ao lado da taça da Copa
do Mundo de 2014 em evento em Praga
(Foto: Felipe Schmidt)
Apesar de ter ficado famoso por causa do pênalti, Panenka teve uma carreira de destaque. Atuou durante quase toda sua carreira no Bohemians e só deixou a Tchescolováquia aos 28 anos, quando, pela regra do país, um jogador de futebol estava liberado para atuar no exterior. O meia foi para o Rapid Viena, da Áustria, onde também virou ídolo.
Totti, o melhor 'discípulo'
Panenka depois do gol de cavadinha quando conquistou a Eurocopa em 76 (Foto: Reprodução)
No Brasil, nomes como Djalminha e Loco Abreu ficaram famosos pela cobrança, enquanto Maicosuel e, mais recentemente, Alexandre Pato erraram e foram criticados por suposta falta de responsabilidade. Para Panenka, porém, usar a cavadinha é, na verdade, o oposto: resultado de muita disciplina.
- Para bater bem você precisa de uma longa preparação, treinar bastante. É preciso ter 1000% de certeza de que vai marcar. Não se pode subestimar o goleiro. A base do sucesso é o corpo, o movimento, a corrida. É preciso convencer o goleiro de que você vai jogar a bola em algum lado - ensinou Panenka.
Torcida pelo brasil
- Ah, sempre fico muito feliz. Gosto muito quando os jogadores tentam este tipo de pênalti.
O ex-meia tchecoslovaco torce para que o Brasil
seja novamente campeão mundial: 'Sou fã' (Foto:
Felipe Schmidt)
Para a Copa de 2014, Panenka revelou estar na torcida pelo Brasil. Entretanto, adverte que não será fácil conquistar a competição em casa.
- Eu sou um grande fã do Brasil. Acho que a Seleção vai chegar na semifinal, provavelmente junto com Argentina, Espanha e Alemanha. Torço para o Brasil, mas vai ser difícil, porque o time joga em casa e terá uma grande pressão.
Não que pressão seja problema para Panenka. Quem sabe o Brasil não vence a Copa com uma cavadinha de Neymar?
- Primeiro de tudo, alguém tem que cair na área para haver o pênalti - brincou o ex-jogador.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2014/03/criador-da-cavadinha-conta-origem-do-chute-aposta-por-cerveja-e-chocolate.html
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