H.A.M, ou Hélder Alves Martins, tenta se livrar de peso causado por confissão e busca vida nova em cinema da zona leste de São Paulo. Ele já é maior de idade
saiba mais
A sigla que ficou conhecida há um ano agora virou nome. Mas
um nome que quer ser esquecido após o envolvimento na morte de um garoto. H.A.M,
ainda com 17 anos, confessou ter sido o autor do disparo do sinalizador que
matou Kevin. Um ano depois, Hélder Alves Martins "sumiu" da Gaviões da Fiel, principal
torcida organizada do Corinthians, e tenta se reconstruir no primeiro emprego
de sua vida: em uma grande rede de cinemas na zona leste de São Paulo.
Dias depois da prisão de 12 torcedores corintianos em Oruro,
na Bolívia, dia 20 de fevereiro passado, o menor foi levado pelo advogado
Ricardo Cabral, da Gaviões, a um Distrito Policial em Guarulhos, na Grande São
Paulo. Lá, Hélder confessou o crime. Depois, foi ouvido por um promotor
boliviano e repetiu a confissão. Por ser menor de idade à época e pelo fato de
o Brasil não extraditar cidadãos nascidos no país, ele não voltou para a Bolívia.
H.A.M se entrega em Guarulhos, dias depois da
morte do garoto boliviano Kevin Espada
(Foto: Leandro Canônico)
Ameaçado por membros da Gaviões e tratado como grande
culpado da história - tanto pela morte de Kevin quanto pela prisão de 12 outros
torcedores - H.A.M parou de frequentar a quadra da organizada, retomou os
estudos por insistência da mãe e hoje busca uma formação técnica em Engenharia
Mecatrônica, de acordo com o advogado Ricardo Cabral, talvez o único envolvido
no caso a ter contato com o garoto.
A ideia é desvincular completamente o nome de Hélder da
tragédia de Oruro. De acordo com integrantes da Gaviões que estiveram naquele
fatídico San José x Corinthians e conheciam o garoto, ele teria levado
sinalizadores navais para "ganhar moral" com lideranças da torcida. Após a
morte de Kevin, o efeito contrário foi causado.
Menor é recebido pela Polícia Militar em Guarulhos Foto:Alberto Augusto/Sigmapress/Agência Estado)
Depois do arquivamento do caso, em meados de agosto, Hélder
evitou qualquer contato com o Corinthians. Não foi mais aos jogos no Pacaembu
com medo de represálias se fosse reconhecido. Viagens, menos ainda. Isolou-se e
contou com a ajuda da mãe para buscar um novo rumo com trabalho e estudos.
Morador do Parque do Gato, ex-complexo de favelas e atual
conjunto de moradias populares no bairro do Bom Retiro, o personagem central da
morte de Kevin caminha como um anônimo, usa transporte público para chegar ao
trabalho e não fala mais sobre o assunto. Hélder recusa qualquer pedido de
entrevistas e quer ficar longe do futebol.
Na Bolívia, o pai do garoto morto, Limbert Beltrán, fez um
pedido a H.A.M e aos 12 torcedores que ficaram presos durante cerca de cinco
meses.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2014/02/suposto-culpado-por-morte-de-kevin-some-de-organizada-e-tem-emprego.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário