domingo, 23 de fevereiro de 2014

Renato diz que percebeu no início que 'coisa estava feia' e critica arbitragem

Após 3 a 0, técnico do Fluminense afirma que time pagou pelos próprios erros e deu muito espaço para os alvinegros ao tentar buscar o resultado positivo no Maracanã

 Por Rio de Janeiro

 
Sem terra arrasada, mas fica a lição. Foi essa a avaliação de Renato Gaúcho após a derrota por 3 a 0 para os reservas do Botafogo, neste domingo, pela décima rodada do Campeonato Carioca (veja os lances no vídeo ao lado). Mesmo com todos os titulares à disposição, o Tricolor foi superado pelo rival e não conseguiu retomar a liderança, que agora está com o Flamengo. Renato disse que percebeu que não era dia do Fluminense logo no início do clássico. Para o treinador, o resultado deixa  claro que há muito a melhorar, mas que vê a equipe ainda no caminho certo. 
- É uma incógnita. Hoje a equipe não se encontrou, com cinco ou dez minutos de jogo falei com o Alexandre (Mendes), preparador físico, que a coisa estava feia. Jogamos muito abaixo do que podemos. O Botafogo, que veio para se defender, achou o gol. Achou o segundo, o terceiro. Demos espaço quando fomos tentar buscar o resultado e sofremos contra-ataques. Fica a lição. Não significa que está tudo errado e que antes estava tudo certo. Estamos trabalhando. A equipe jogou abaixo e pagamos pelos nossos erros – disse. 
Se fizer um levantamento de quantos pênaltis o Fred bateu, você vai ver o aproveitamento dele. É excelente. O Fred, se for ver
durante a semana, cansou de
treinar pênaltis. Bate muito bem. Está numa semana não muito feliz em termos de penalidade (perdeu pênalti contra o Boavista há duas rodadas). Vou conversar. Se estiver com a cabeça ruim, boto outro para bater. Se estiver boa, vai continuar"
Renato, sobre o cobrador oficial de pênaltis
Outro tema da entrevista coletiva foi o novo erro do atacante Fred numa cobrança de pênalti, o quarto seguido. O técnico pretende conversar com o camisa 9, não descarta mudar o batedor, mas prefere passar confiança ao capitão.

- Se fizer um levantamento de quantos pênaltis o Fred bateu, você vai ver o aproveitamento dele. É excelente. O Fred, se for ver durante a semana, cansou de treinar pênaltis. Bate muito bem. Está numa semana não muito feliz em termos de penalidade (perdeu pênalti contra o Boavista há duas rodadas). Vou conversar. Se estiver com a cabeça ruim, boto outro para bater. Se estiver boa, vai continuar. Hoje, as pessoas estão chateadas com o Fred, mas se tiro ele, tiro a moral dele. É um jogador de Seleção. O técnico decide (o cobrador). Aí coloco o Conca, ele erra, tiro o Conca. Aí vai o Wagner, erra, tiro ele. Quem vai bater? Eu? Quem decide é o treinador. Se estiver ruim de cabeça, o que não acredito, até posso tirar ele (Fred) de bater pênaltis. Se achar que está bem, vai bater novamente. 
O treinador também não gostou da atuação do árbitro João Batista de Arruda. Para ele, houve conivência com as faltas sobre Darío Conca e rigor com Diego Cavalieri, que recebeu amarelo antes mesmo de a partida começar por fazer um buraco com a chuteira na linha da pequena área.

- Vou conversar com ele (Cavalieri). Tem tanta coisa para as pessoas se preocuparem. O Conca cansou de apanhar. Porque o árbitro não cumpriu o regulamento. Era simples. O árbitro está certo (sobre o cartão para o goleiro). Até aí tudo bem. Mas que cumpra as regras durante a partida também. O Airton teria sido expulso. A gente vai conversar para ver o que pode ser feito. Quantas faltas o Airton fez e não levou o segundo amarelo, e o árbitro ainda avisa ao técnico adversário que vai expulsar da próxima. Está de brincadeira. Que cumpra as leis, as regras. Não só antes da partida. Ou o craque não consegue jogar, o diferenciado não vai jogar. Recebe o amarelo depois de 15 faltas. Como o craque vai jogar? Tem que quebrar a perna do craque para expulsar o cara? 
O Fluminense tem 22 pontos e está em segundo, três atrás do Flamengo. Na próxima rodada, o time enfrenta a Cabofriense, em Macaé, às 22h (de Brasília). 

Renato Gaúcho Fluminense x Botafogo (Foto: Ricardo Ayres / Photocâmera) 
Fator tático: Renato Gaúcho disse que o Flu se 
expôs na derrota para o Botafogo (Foto: 
Ricardo Ayres / Photocâmera)
 
 
Confira outros trechos da entrevista coletiva:
Tática do Botafogo
- Na preleção falei que o Botafogo jogaria dessa forma. É difícil enfrentar uma equipe que não seja a principal, todo mundo se entrega, num clássico, no Maracanã. Alertei durante a semana que o Botafogo colocaria todo mundo atrás da linha da bola. Infelizmente numa falha nossa sofremos o gol, e o Botafogo soube usar os contra-ataques. 
Flu sem criatividade
- O Botafogo tem contra-ataque rápido. Quando joga com time misto, que não é titular, é final de Copa do Mundo para o jogador. É assim em todo o lugar. O nosso time aceitou muito a marcação do Botafogo. Foi fatal para a gente. Que sirva de lição, mas é sempre assim. Contra uma equipe que só vem para se defender, as dificuldades foram enormes. O Botafogo não veio para jogar futebol, veio para não tomar uma goleada. Infelizmente acharam um gol, acharam um gol depois acharam mais dois.  
Peso da derrota
- Há males que vêm para o bem. Tem dia que é noite. Hoje foi assim. Nada deu certo para a gente, tudo deu certo para o Botafogo. Perdemos na hora que podemos perder. Temos mais cinco rodadas para conseguir a classificação. E lá na frente que esse jogo sirva de lição. No momento que o time voltar a render, espero que seja na quarta, a história será diferente. 
Há males que vêm para o bem.
Tem dia que é noite. Hoje foi assim. Nada deu certo para a gente, tudo deu certo para o Botafogo. Perdemos na hora que podemos perder. Temos mais cinco rodadas para conseguir a classificação. E lá na frente que esse jogo sirva de lição. No momento que o time voltar a render, espero que seja na quarta, a história será diferente"
Renato Gaúcho, técnico do Fluminense
Substituto de Valencia na quarta-feira
- Hoje vamos procurar absorver a derrota, a partir de amanhã (segunda) vamos ver o que vai acontecer, com calma. Aí passo a pensar na equipe que vai enfrentar o Cabofriense. 
Erros do time
- Não é por causa de uma derrota que tudo está errado. Até esse jogo a equipe era maravilhosa. O treinador tem que ter cabeça fria para pensar, decidir. 
Reação da torcida após o jogo
- A torcida tem que vir, apoiar, o time faz uma excelente campanha, é a segunda derrota (a primeira foi para ao Madureira, na estreia, por 3 a 2). Nos últimos sete jogos, foram sete vitórias. Uma hora aconteceria a derrota. Aconteceu na hora certa, para nos alertar. Ele (torcedor) tem que continuar vindo, incentivando. Todo mundo precisa do apoio da torcida. 
Mudança no intervalo
- É só ver no Brasil quantas equipes jogam no 4-4-2. Ficam me enchendo o saco para colocar dois meias. Quando ponho dois meias fui ousado demais? Ousado eu sou. Mas era uma forma de tentar mudar as coisas. Estávamos perdendo, eles estavam fechados. Coloquei mais um homem de armação (Wagner no lugar de Valencia) para ajudar o próprio Conca. É óbvio que vai ficar mais exposto. Tentei, criamos, mas a bola não entrou. Hoje foi muito mais feliz para o Botafogo do que para a gente. 
Fragilidade da zaga
- Fragilidade é você que está falando. Então a zaga do Flamengo é frágil, pois ganhamos 3 a 0. Sabíamos que teríamos de deixar espaço, e o Valencia já estava com cartão amarelo, e o Botafogo tem contra-ataque rápido.




FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2014/02/renato-gaucho-diz-que-percebeu-no-inicio-do-classico-que-coisa-estava-feia.html

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