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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

João Batista mora em Mogi das Cruzes e vai começar a estudar Medicina. O sonho do jovem é se tornar médico e ajudar a cuidar da saúde das pessoas

Por GloboEsporte.com* Mogi das Cruzes, SP

Com 16 anos, João chegou a pesar 140kg
(Foto: Arquivo Pessoal / João Batista)

Aos 16 anos de idade, o ainda estudante do ensino médio João Batista passou por uma situação constrangedora que mudou a sua vida. Em uma manhã, a caminho da escola, o garoto quase ficou preso na catraca de um ônibus municipal, que estava cheio naquele dia. Com a situação desconfortável, ele notou que seus 140kg incomodavam e estava na hora de emagrecer.

- Eu estava indo à escola, de manhã, aí peguei um ônibus cheio. Quando fui passar na catraca fiquei meio preso, aí todo mundo olhou para mim. Fiquei com muita vergonha, aí eu vi que o excesso de peso estava me fazendo mal, e isso foi a gota d'água - disse ele.

O episódio foi um basta na vida de João, que criou coragem e força de vontade para trocar o tempo que dedicava para assistir televisão, enquanto comia bolachas recheadas, tomava refrigerante, achocolatado e fartos pratos de comida no almoço, pela academia e uma alimentação balanceada. Dois anos depois, ele atingiu sua meta e perdeu 43kg.

Hoje, com 20 anos, 1,89m de altura e 97kg, ele consegue manter o peso por meio de muito treino e o mesmo controle na alimentação, com frequência diária em uma academia de Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo, cidade onde mora, além de recomendação de uma nutricionista, que lhe ensinou uma tática para vencer a vontade de comer.

- Ela me disse uma coisa que uso até hoje: 'Pergunte para você mesmo se precisa disso'. Aí eu sempre me pergunto. Não deixo de comer nada, não faço essas dietas malucas, só controlo a quantidade. Depois de um tempo comecei a aprender um pouco e pesquisei mais sobre alimentação.

João Batista perdeu 43Kg em dois anos (Foto:

Artes GloboEsporte.com)

João fica cerca de 1h30 por dia na academia e faz aulas de ginástica e muita esteira. Para 2014, o garoto traçou uma meta de perder mais dez quilos. A corrida teve grande influência na sua perda de peso, já que pelo menos três vezes por semana ele atinge os 5km.

- Em partes, quis emagrecer por saúde. Sem contar as brincadeiras na escola que faziam comigo. Hoje em dia, como de três em três horas e em quantidades pequenas. No começo, eu não tomava café da manhã e isso era errado. Aí comecei a acordar e já tomar, o que me ajudou. Aí entre o café e o almoço, eu sempre como uma fruta, entre o almoço e o café da tarde, uma outra fruta. E durante a noite evito os carboidratos, fico mais na proteína - ensina.

João Batista frequenta academia diariamente
(Foto: Reprodução / Facebook)

João sempre teve o apoio de sua família para colocar a saúde em ordem. Uma prima dele, inclusive, fez uma aposta com o garoto, dizendo que se ele emagrecesse 20kg em um determinado período, ela o presentearia com R$ 100. Ou seja, além de perder peso, ainda ganharia dinheiro.

Como tem tendência familiar para engordar, ele diz que no começo foi difícil se adaptar à nova rotina, mas conseguiu. Além disso, conta que não fez nada muito drástico, com muitas restrições. No entanto, os resultados apresentados o motivavam

- É um sentimento muito gostoso. Corro pelo menos três vezes na semana, uns 5kg por dia, e a corrida e ginástica me ajudaram na perda de peso. Quero perder mais uns 10kg, mas não estou bitolado nisso. Agora eu quero mesmo crescer e ganhar músculos - concluiu.
O garoto acaba de conquistar um dos seus sonhos ao passar no vestibular para Medicina. Sua escolha pela profissão, segundo ele, não se deu pelo salário de um profissional da área e sim pela solidariedade que é possível fazer com as pessoas. Ele já havia sido aprovado para Engenharia, mas o amor pela área da saúde falou mais alto.

- Todo mundo pensa que é pelo dinheiro, mas eu vejo nessa profissão uma maneira de ajudar o próximo. Tenho três áreas em mente: Cirurgia Cardiovascular, Neurologia e Ortopedia. 'Cardio' porque sou fascinado pelo sistema circulatório e coração. 'Neuro' porque meu pai teve alguns problemas neurológicos e 'Orto' porque é a minha parte que mais tem traumas - contou ele.
*Thayana Alvarenga, sob a supervisão de Petterson Rodrigues

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