Ponteira deixou o Brasil para jogar no Fenerbahçe em setembro de 2013 e, mesmo acostumada ao novo estilo de vida, quer voltar ao país e ganhar um título nacional
Fernanda Garay visita mesquita do
Sultão Ahmed, em Istambul
(Foto: Arquivo Pessoal)
São muitas medalhas na carreira e a satisfação de ter escutado o Hino
Nacional brasileiro no lugar mais alto do pódio nos Jogos de Londres
2012. Entre tantas vitórias, uma lacuna a ser preenchida na estante de
glórias de Fernanda Garay: o título da Superliga feminina. Com passagens por
equipes como o Vôlei Futuro e Osasco, a ponteira não venceu o principal torneio
nacional. Em setembro do ano passado, ela trocou o Brasil pela Turquia para
defender o Fenerbahçe. Adaptada à cultura do país, a atleta ficou
encantada com a diversidade cultural e as belezas urbanas de Istambul. E
já escolheu seu prato preferido da culinária turca. Apesar de estar
acostumada ao novo estilo de vida, a campeã olímpica afirma que quer
retornar às raízes e garantir a conquista que lhe falta.
- Eu estava bem no Brasil, numa equipe campeã e com companheiras incríveis, mas eu
queria um desafio diferente, ter essa experiência de enfrentar as principais
escolas do vôlei mundial e aprimorar ainda mais meus fundamentos, então optei
por aceitar o convite do Fenerbahçe. Apesar de
estar muito feliz aqui na Turquia, eu ainda tenho o objetivo de retornar ao Brasil, com mais
experiência, e quem sabe vencer uma edição da Superliga.
Brasileira enfrentou dificuldades com o idioma,
mas já está adaptada à Turquia (Foto: Arquivo Pessoal)
Essa
não foi a primeira vez que Fê Garay deixou o Brasil em busca de outras
experiências profissionais. Em 2010, a jogadora trocou o Pinheiros, no
qual atuava desde 2008, pelo NEC,
no Japão. Na Turquia precisou passar novamente por uma fase de
adaptações, que incluíram vencer a barreira da comunicação e se
acostumar a uma cultura muito diferente da brasileira.
- A
primeira barreira que enfrentei foi a comunicação, fora das áreas turísticas
poucas pessoas falam inglês, mas com bom humor e paciência consegui me virar.
Hoje, já sei algumas palavras chaves que me dão mais segurança para andar pelas
ruas de Istambul e até arriscar umas pechinchas pelas lojas (risos).
Dentro de quadra, não encontrei dificuldades, minhas companheiras de equipe são
umas queridas e estão sempre me ajudando, tenho um bom diálogo com meu técnico
e um convívio maravilhoso com as outras estrangeiras do time.
- Istambul é
uma cidade incrível, tem lugares maravilhosos. Um dos
que mais me tocaram foi a Basílica de Santa Sofia. Estar dentro de um
edifício com
mais de dois mil anos de história foi
realmente uma sensação maravilhosa. Fiquei muito surpresa com o país,
pois aqui existe convívio pacífico entre as diferentes crenças. Mulheres
de cabeça
coberta, de burca ou de shortinho curto frequentam os mesmos ambientes
sem causar espanto. Em compensação, existem detectores de metal em
praticamente
todos os lugares onde possa existir um grande número de pessoas, como
shoppings e aeroportos, para nos lembrar que a tensão, apesar
de invisível, está ali.
A Basílica de Santa Sofia é o lugar preferido da
atleta entre os pontos turísticos
(Foto: Arquivo Pessoal)
Não
foi apenas o idioma da jogadora que precisou ganhar uma adaptação. O
cardápio também sofreu algumas alterações. Acostumada com o arroz e
feijão brasileiro, a atleta gostou muito da culinária turca, em
especial, dos doces.
Garay integra o Fenerbahçe desde setembro de 2013 (Foto: Reprodução / Facebook)
Trabalhando ao lado de jogadoras turcas e outras estrangeiras, a brasileira é comandada pelo técnico italiano Marcelo Abbondanza no Fenerbahçe e tem como principal objetivo ajudar a recolocar a equipe na disputa da Liga dos Campeões de vôlei.
- A minha rotina aqui é bem parecida com a do Brasil, treino em dois períodos e temos dois jogos por semana, um pela Liga Turca e o outro pela Cev Cup. Minhas expectativas são as mesmas do Fenerbahçe: vencer a Liga e a Copa da Turquia. Estamos batalhando muito para que isso aconteça.
Com uma medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres e outra no Grand Prix de Saporo, em 2013, além dos vice-campeonatos em Macau (2011) e em Ningbo (2012), Fernanda Garay não tira da cabeça a vontade de estar na seleção brasileira na busca por mais um pódio olímpico, agora nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
- Eu não me vejo com um lugar cativo na seleção. Me dedico ao máximo nos meus treinamentos e jogos para estar sempre em alto nível. Quero ser lembrada pelo Zé Roberto (técnico da seleção brasileira feminina) nas convocações e fazer parte do grupo neste novo ciclo olímpico. Já o meu sonho com a seleção é poder defender meu país dentro do nosso território e conquistar mais um ouro olímpico diante da nossa torcida - finalizou a jogadora.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/01/adaptada-cultura-da-turquia-fe-garay-ainda-sonha-vencer-superliga.html
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