Desde a chegada
do capitão e referência técnica da equipe, demais estrangeiros vão mal
em campo e ainda somam saídas tumultuadas, casos de Forlán e Scocco
Por GloboEsporte.comPorto Alegre
Os
números de D'Alessandro não deixam dúvida: a parceria entre um gringo e
um clube brasileiro pode render muitos frutos. Além de capitão e
referência técnica, o argentino coleciona sete títulos, 251 jogos e 59
gols em mais de cinco anos de Inter. O problema, no entanto, é que os
estrangeiros que chegaram após o argentino não conseguiram trilhar o
mesmo caminho. Perderam espaço e acabaram com adeus sem grandes emoções,
discreto e, por vezes, turbulento com a direção.
Segundo
levantamento feito pelo GloboEsporte.com, são oito estrangeiros
que chegaram depois de D’Alessandro e não deram certo: Bolaños, Bruno
Silva, Pato Abbondanzieri, Cavenaghi, Bolatti, Dátolo, Forlán e Scocco. O
último exemplo é Forlán, que, apesar do status de melhor jogador da
Copa do Mundo de 2010, terminou 2013 na reserva e, na última quarta,
anunciou a rescisão de contrato para atuar no Japão. Do atual elenco,
Scocco é outro gringo que não conseguiu se firmar. Chegou como uma das
grandes contratações para o ataque, mas acabou decepcionando. Está
treinando separadamente e aguarda por acerto com um novo clube.
De Forlán a Bolatti: muitas expectativas e pouco
resultado em campo (Foto: Editoria de Arte/
Globoesporte.com)
A
direção do Inter minimiza a situação. Não virou regra, garante a
cúpula, que não desistiu de investir em estrangeiros caso novos nomes
agradem. O diretor de futebol Roberto Melo lembra que é preciso avaliar a
situação de cada contratação.
- A adaptação é um fato, uma
realidade. Todo o jogador que vem de fora passa por um período de
adaptação. É diferente a carga de jogos, a carga de concentração, lá
(países do exterior) eles jogam menos, então sentem a diferença. Também
tem a diferença de cidade, de cultura - explica, ao GloboEsporte.com.
Melo aponta que, para minimizar os efeitos da adaptação, o ideal é contratar a tempo do início da pré-temporada.
-
Eu acredito que essas contratações têm que ser feitas em início de
temporada, porque facilita um pouco. Quando ele chega aqui no meio da
temporada, tem mais dificuldades. Tudo faz parte de critérios de
contratação, de se informar mais para tentar minimizar erros. Todo mundo
bateu palmas quando Scocco chegou aqui. A gente achou que agora, com
treinador novo (Abel), ele pudesse ir bem, mas o jogador se desmotivou -
completou.
> Confira a lista em ordem cronológica:
(Foto: Divulgação / site oficial)
Bolaños (2009) - Em
sua primeira partida, o equatoriano indicou que teria uma passagem
promissora. Estreou com três gols na vitória de 3 a 0 contra o Coritiba,
em 2009. Depois, porém, não marcou mais e perdeu espaço. Acabou
emprestado para o Barcelona, do Equador, e depois voltou para a LDU,
clube no qual havia se destacado e chamado a atenção do Colorado.
(Foto: Banco de dados)
Bruno Silva (2010) - Da
confiança de Fossati, o uruguaio chegou para ser titular da lateral
direita, mas, logo depois, perdeu a posição para Nei. Participou da
campanha do Inter no título da Libertadores, porém sequer esteve na
lista que viajou para o Mundial. No final da temporada, não teve seu
vínculo prorrogado, retornando para o Ajax-HOL. Pelo clube gaúcho,
marcou um gol e deu duas assistências.
(Foto: Jefferson Bernardes / Vipcomm)
Pato Abbondanzieri (2010) -
O argentino chegou para resolver os problemas da camisa 1. Aos 38 anos,
começou bem, mas perdeu espaço para Renan após troca de técnicos (Jorge
Fossati por Celso Roth). Encerrou a carreira ao final daquela
temporada. Como homenagem, entrou no segundo tempo da decisão do
terceiro lugar em Abu Dhabi e levou os dois gols do Inter na ocasião, no
4 a 2 sobre o Seongnam, da Coreia do Sul.
(Foto: Lucas Uebel / VIPCOMM)
Cavenaghi (2011)
- Maior contratação do início do ano, o argentino chegou com tanta
moral a ponto de ter aeroporto lotado e música própria logo no
desembarque. Mas em campo... fez dois gols em 14 jogos. Também acabou
atrapalhado por um problema que se tornaria crônico no Inter: o excesso
de estrangeiros (só três podiam ser usados numa partida nacional). Em
junho, pediu para sair.
(Foto: Alexandre Lops / Divulgação Inter)
Bolatti (2011) -
Após três anos de Beira-Rio, há um entendimento de que o volante
argentino apresentou “falta de interesse”. No entanto, começou de forma
avassaladora, com gols importantes na Libertadores daquele ano. Aos
poucos, perdeu espaço com os mais variados treinadores, além de ter a
concorrência de outros gringos. Acabou emprestado ao Botafogo em 2014.
(Foto: Diego Guichard)
Dátolo (2012) -
Estreou da melhor forma possível, com gol em Gre-Nal. Com o limite de
três estrangeiros por partida, acometido por lesões consecutivas e
atuando no meio, função com forte concorrência, o argentino não
conseguiu se firmar. Ainda discutiu com Fernandão em treino, acabou
afastado e foi para o Atlético-MG, no qual também não convenceu.
(Foto: Tomás Hammes)
Forlán (2012) -
Melhor jogador da última Copa do Mundo, o uruguaio foi umas das maiores
contratações da história do clube. Mas nunca conseguiu deslanchar. O
uruguaio chegou a se defender em entrevista coletiva, mostrando que tem
boa média de gols e o problema seria a falta de sequência, muito por
causa de suas convocações à seleção. Foi o vice-artilheiro do time em
2013, com 17 gols. No Gauchão, acabou como o artilheiro. Jogará no
Cerezo Osaka, do Japão, após rescindir contrato.
(Foto: Tomás Hammes)
Scocco (2013) -
Destaque do Newell´s Old Boys na Libertadores, foi contratado como uma
grande esperança de gols, custando US$ 6 milhões. Mas, após seis meses
de clube, mostrou insatisfação à imprensa argentina e depois alegou à
direção "falta de adrenalina". Está afastado até conseguir novo
clube. Em 20 partidas, marcou apenas quatro gols.
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FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/internacional/noticia/2014/01/de-solucao-problema-apos-sucesso-de-dale-gringos-fracassam-no-inter.html
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