Sem conseguir fazer o time render e abusando das improvisações, ex-técnico era questionado por parte dos jogadores e alguns até chegaram a comemorar a demissão
Segundo o treinador, a surpresa se deu por uma declaração recente do diretor executivo de futebol, Rodrigo Caetano. Após a derrota para o Flamengo, Luxemburgo disse que não gostaria de ser o treinador apenas da partida contra o Corinthians e sim dos seis jogos que restavam ao Fluminense. Caso contrário, preferia sair. Caetano teria dito que a demissão não passava pela cabeça da diretoria. A verdade, no entanto, é que Luxa já estava sendo fritado desde 28 de outubro, dia seguinte à derrota por 3 a 2 para o Vitória no Maracanã.
Luxemburgo na derrota para o Corinthians: demissão
após nove jogos sem vitória (Foto: José Patrício /
Agência estado)
após nove jogos sem vitória (Foto: José Patrício /
Agência estado)
Fritura e desabafo
Na terça, Peter chegou ao clube decidido a demitir o treinador antes mesmo do treino. Mas foi demovido da ideia pelo presididente da patrocinadora, Celso Barros, e aceitou manter Luxa no cargo. O processo de fritura, no entanto, já incomodava Luxemburgo, que precisava responder se ainda era o treinador sem ser informado de nada pela diretoria. A pessoas mais próximas, ele deixou claro que estavam tentando derrubá-lo. E até mesmo desabafou ao dizer que pensava em largar o futebol. No começo da madrugada de quarta, o treinador recebeu um telefonema de Celso e foi avisado de que seguia no clube. A permanência só foi oficializada por Siemsen diante da imprensa na quinta-feira.
A partida daqueles dias, Luxemburgo já sabia que sua queda era questão de tempo - ou derrotas. Mesmo assim, ele adotou uma postura estrategista e resolveu não ir para o combate direto. Em sua primeira entrevista coletiva após a semana conturbada, evitou reclamar daqueles que chegaram a cravar sua demissão e mostrou um discurso sereno. Disse que seguiu trabalhando normalmente e que o clássico contra o Flamengo não era o 'jogo de sua vida'.
Um dia antes da entrevista, o treinador repetiu uma prática que já tinha realizado recentemente no Rubro-Negro e ofereceu um churrasco em sua cobertura na Barra para todo o grupo. Foi uma tentativa de melhorar o ambiente e unir mais a equipe na luta contra o rebaixamento. Muitos jogadores e membros da comissão técnica compareceram. Se por um lado o capitão Fred, que se recupera de lesão, não apareceu, a alta cúpula de futebol tricolor esteve representada por Peter, Caetano e até mesmo Celso Barros.
Improvisações e comemoração
À noite, alguns jogadores chegaram a se falar pelo telefone para comemorar a mudança.
Enquanto os mais jovens admiravam Luxemburgo por sua carreira vitoriosa, muitos outros estavam insatisfeitos com o trabalho do treinador. O consideravam arrogante e seco, muito diferente do antecessor Abel Braga. Costumavam dizer ainda que faltava incentivo e elogios aos elenco nas entrevistas. Nas Laranjeiras, aliás, há quem aposte em uma resposta positiva da equipe já contra o Náutico.
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As
constantes mudanças na equipe também pesaram contra o Vanderlei. Por
causa de diversas lesões em jogadores como Deco (que chegou até a se
aposentar), Fred, Carlinhos, Ronan, Valencia, Bruno, Jean, Wagner e
Marcelinho, ele só conseguiu repetir a escalação por no máximo dois
jogos. Ainda assim, abusou de mudanças constantes entre os titulares e
improvisações. Sob seu comando, o Fluminense despencou dez posições nos
últimos nove jogos - mais de uma por rodada. Luxa parecia sem saber mais
o que fazer nos últimos jogos e faltava poder de reação ao time. Só na
lateral-esquerda, foram pelo menos cinco experiências após as lesões dos
dois especialistas da posição. Igor Julião, Rafinha, Anderson, Bruno e
Felipe chegaram a atuar no setor. Rafinha, aliás, representa bem a falta
de padrão da equipe: o volante jogou em mais de quatro posições sob o
comando do ex-técnico.Luxemburgo deixou o Fluminense no dia do aniversário de um ano da conquista do tetracampeonato brasileiro, mas o clube não tem muito o que comemorar. Depois de assumir o time na zona do rebaixamento, o técnico entrega a equipe a seu sucessor na mesma situação. Resta saber se Dorival Junior terá tempo suficiente de evitar a queda do Tricolor para a Série B.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/fluminense/noticia/2013/11/bastidores-de-luxa-no-flu-churrasco-discurso-inflamado-fritura-e-surpresa.html
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