quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Pai de Gabriel se emociona e faz coro a Claudinei: 'Coisa de Deus'

Valdemir Silva não esconde alegria com primeiro gol do filho, de 16 anos e exalta superação após sequência de jogos sem o atacante ser relacionado

Por Lincoln Chaves Santos, SP

Quando o jovem Gabriel Barbosa, de 16 anos, marcou o gol que garantiu a vitória do Santos por 1 a 0 sobre o Grêmio, na quarta-feira, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, é possível que ninguém nas arquibancadas da Vila Belmiro estivesse tão feliz quanto Valdemir Silva, pai do atacante. Foi ele que levou o garoto ao estádio, pouco antes do jogo começar, para que o filho participasse da oração com os companheiros de equipe. Já em casa, foi pego de surpresa com a ligação de um funcionário do Peixe, avisando que Gabriel estaria em campo pelo corte de Victor Andrade, por conta do uso de um antialérgico com substâncias que poderiam ser identificadas no exame antidoping. Valdemir, então, correu de volta para a Vila, acompanhado da esposa. Daí para frente, foi história.

- Mesmo nos jogos que ele não é relacionado, o Gabriel vai à Vila rezar com o pessoal. A gente até achou estranho, porque ele tinha treinado de manhã e no começo da tarde, tomou banho e ficou jogando no videogame. Eu nem imaginava que ele fosse entrar no jogo. Mas, como o Claudinei (Oliveira, técnico) disse, foi uma coisa de Deus. Quando tem de acontecer, acontece. De repente, entrou lá e fez o gol. Quando chegamos em casa, eu disse a ele que aquilo era fruto do trabalho. Ele é muito guerreiro, trabalhador, empenhado – declara o pai, emocionado, ao GLOBOESPORTE.COM.

No momento do gol, marcado aos 36 minutos da etapa final, após jogada de Montillo, um filme passou na cabeça de Valdemir e da família de Gabriel, com cenas do tempo que o garoto, ainda na base do São Paulo, no início dos anos 2000, dependia de três conduções para deixar São Bernardo do Campo, no ABC, e treinar no Tricolor. Imagens, também, de quando o atacante desceu a serra e veio morar em Santos para atuar no clube do coração, em 2004, depois de brilhar em um jogo de futsal contra o próprio Peixe.

- A família é toda santista, então é uma emoção que não tem preço. Na época do São Paulo, minha esposa é que levava o Gabriel aos treinos, porque eu estava trabalhando. Às vezes, não dava para pagar a condução, então a gente tinha de pegar emprestado com amigos. Aqui em Santos, era tudo mais perto. A Vila é próxima, o CT é próximo - recorda.

O detalhe é que Gabriel, dono de uma multa rescisória de € 50 milhões (R$ 160 milhões), pouco vinha sendo relacionado no Santos. A última vez tinha sido no fatídico 8 a 0 sofrido para o Barcelona, há quase três semanas. Mesmo contra Corinthians e Vasco, partidas disputadas na Vila e para as quais o Peixe vinha levando um número maior de opções no banco, ele sequer ficou na reserva. O garoto, admite Valdemir, já estava até ficando triste...

- Em casa, nós conversamos, dizemos para ele trabalhar bastante, porque é pelos treinos que o Claudinei vai analisar se ele poderá jogar. É também a hora de respeitar o momento dos outros meninos, como Neilton, Giva e o Leandrinho. Claro que ele (Gabriel) tem vontade de jogar, mas sem abaixar a cabeça. Até porque, nas vezes que ele tinha entrado em campo, foi bem. O Gabriel soube levar. Trabalhou e mostrou serviço - conta.

O curioso é que apesar do feito de Gabriel, a comemoração pós-primeiro gol foi tímida: uma pizza, em casa, com a família – sem esquecer, claro, de agradecer aos telefonemas de amigos e parentes parabenizando-o pelo gol. Mas a justificativa pela festa ser pequena é plausível: nesta quinta-feira, o atacante já retoma os treinos, visando ao jogo deste sábado, às 18h30m (de Brasília), contra o Vitória, na Vila Belmiro, pela 16ª rodada do Brasileirão.

O momento, como um todo, é mágico na vida de Gabriel – que, aliás, comemora 17 anos no próximo dia 30. Um dia antes de ir às redes diante do Grêmio, o santista foi convocado, pelo técnico Alexandre Gallo, para uma série de atividades com a seleção brasileira sub-17, de olho no Mundial da categoria. A hora, no entanto, também é de foco.

- Eu sempre digo para o Gabriel que o futebol é feito de gols, e isso a gente sabe que é o que ele mais gosta de fazer. Foi só o primeiro (gol). É momento de continuar trabalhando – conclui Valdemir.

Gabriel Barbosa Gabigol Santos Grêmio (Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC) 
Gabriel vibra com primeiro gol vestindo a camisa do Santos (Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC)

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/santos/noticia/2013/08/pai-de-gabriel-se-emociona-e-faz-coro-claudinei-coisa-de-deus.html

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