segunda-feira, 8 de abril de 2013

Inquieto, Bernardinho leva a melhor sobre o sereno Luizomar na decisão


À beira da quadra do Ibirapuera, treinadores de estilos bem diferentes dão um show à parte no emocionante confronto entre Rio de Janeiro e Osasco

Por João Gabriel Rodrigues e Marcos Guerra São Paulo

 
Enquanto as meninas de Osasco e Rio de Janeiro se enfrentavam na final da Superliga feminina de vôlei, outro duelo se travava à beira da quadra do ginásio do Ibirapuera. O contraste entre a inquietude esbravejante do técnico Bernardo Rezende e a tranquilidade observadora de Luizomar de Moura foi um show à parte neste domingo. Dois estilos opostos, mas, cada um a seu jeito, bastante eficientes. Melhor para o agitado Bernardinho, que liderou o Rio de Janeiro numa virada incrível para chegar ao título.

Desde o início, os técnicos “dançavam” em ritmos diferentes. Bernardinho preferia ficar parado, mas não quieto. Com a mão no queixo, conversava pelo rádio e vociferava instruções para as meninas do Rio de Janeiro durante o primeiro set. Luizomar, por sua vez, passeava de um lado ao outro e só explodia a cada bela cortada de Fernanda Garay, a cada ponto de Jaqueline. Assim, com orientações serenas, porém firmes, o técnico liderou o Osasco ao triunfo no set inicial (25 a 22).

À medida que o segundo set passava, as características dos treinadores ficavam mais evidentes. Cada vez mais calmo, vendo o Osasco vencer novamente (dessa vez por 25 a 19), Luizomar apoiava as mãos na cintura, ou as unia atrás das costas. Para que usá-las, se apenas suas instruções já bastavam? Enquanto isso, a inquietude crescia em Bernardinho, que desistira de ficar parado e caminhava em frente ao banco de reservas, tendo de escutar provocações diretas da torcida do Osasco.

Bernardinho vôlei Rio de Janeiro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Bernardinho: tensão do início ao fim da decisão no Ibirapuera  (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

No entanto, os papéis se inverteram no meio da decisão. O Rio reagiu e amansou a fera Bernardinho nos dois sets seguintes. Ele quase não esbravejou na vitória do terceiro set por 25 a 20, muito menos no período seguinte, vencido com sobras (25 a 15). Luizomar, não perdeu a tranquilidade, mas passou a falar cada vez mais com suas jogadoras.

Era chegada a hora da decisão. Já não havia mais contraste entre calmo e agitado. Os nervos à flor da pele falavam mais alto. A cada ponto, os dois treinadores explodiam, ou em comemoração, ou em lamentos. Mais acostumadas a jogar sob o comando de um técnico inquieto, as meninas do Rio de Janeiro não fraquejaram, levaram o set decisivo (15 a 9) e o título. Só aí o esbravejante Bernardinho pôde relaxar e festejar mais uma conquista.

Luizomar vôlei Osasco (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Luizomar: da tranquilidade à decepção na final da Superliga (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

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