Deputados federais relatam problemas no estádio depois de visita ao lado de presidente do Crea e representantes do Botafogo
A prefeitura do Rio ainda não sabe como e quando vai resolver o
problema da cobertura do Engenhão. Mas, se depender da Comissão de
Legado da Copa do Mundo e das Olimpíadas da Câmara dos Deputados, há uma
certeza: não haverá emprego de dinheiro público nas obras. Integrantes
da comissão visitaram o estádio nesta segunda-feira e se reuniram com o
presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia), Agostinho Guerreiro, e o gerente executivo do Botafogo,
Sérgio Landau, para entender os problemas ocorridos no local e buscar
opções para resolução.
Comissão faz vistoria no Engenhão na tarde desta segunda-feira (Foto: Fernando Rabelo)
O Botafogo não autorizou o acesso dos jornalistas à vistoria, alegando
que o clube ainda não recebeu qualquer laudo explicando os motivos da
interdição do Engenhão. Estiveram no estádio os deputados federais
Alessandro Molon, Arolde de Oliveira, Lilian Sá e Marcelo Mattos. Ao fim
do encontro, eles falaram com os repórteres na porta do estádio. Molon,
que é presidente da comissão, afirmou que o grupo vai lutar para
impedir o uso de dinheiro público.
- Vamos requisitar todas as informações necessárias, todos os laudos, e
tornar isso público, porque é importante a população saber disso. Vamos
pedir para que os responsáveis respondam pelos erros cometidos e pelo
mau uso do dinheiro público. Numa obra que custou quatro vezes o valor
previsto, é inaceitável que o dinheiro para consertar seja novamente
público. É necessário que quem é responsável responda. Se foi um erro de
projeto, responda quem fez o projeto. Se for um erro de execução, quem a
fez. E sobretudo as empresas que entregaram a obra. Alguém tem que
responder por isso. O que não pode é mais uma vez a população pagar a
conta - disse Molon.
Além disso, Molon relatou alguns problemas que o estádio enfrenta desde
a inauguração, em 2007. O deputado revelou que ficou impressionado com a
ausência de uma comunicação oficial ao Botafogo até o momento. Segundo
ele, a diretoria recebeu apenas informações em conversas informais.
- Na reunião, houve um relato do histórico de problemas no Engenhão.
São de duas ordens, que atrapalham o funcionamento desde o início do
estádio. Na energia elétrica, há problemas no suprimento elétrico,
geradores que não funcionam, baterias inadequadas, problemas com
infiltração de água e no suprimento de água para os andares superiores
nos dias de jogo. Não é possível dizer em que ponto está o problema. E a
segunda é um problema estrutural na cobertura do estádio. A cobertura
teria se deslocado 50% desde a inauguração. Um vento de 63 quilômetros
por hora colocaria em risco a estrutura e pode até desabar. O Botafogo
tem recebido apenas informações verbais, não tem laudo.
Engenheiros responsáveis podem ter registro cassado
Deputado Molon (em primeiro plano) observa maquete do estádio (Foto: Fernando Rabelo)
Segundo o presidente do Crea, Agostinho Guerreiro, se for comprovado
que houve má-fé dos engenheiros responsáveis pelas obras do Engenhão, os
mesmos poderão ter o registro no orgão cassado. Ele informou ainda que a
instituição não tem poderes para exigir uma documentação da prefeitura
sobre o caso e nem da concessionária responsável pela interdição.
- Se da parte dos profissionais e empresas envolvidas ficar comprovado
que houve leniência ou algum comportamento que fere a ética, certamente o
Crea entrará com um processo para a perda do registro. Se ficar
comprovado, será punido. A lei é madrasta com o Crea, não podemos fazer
nada que se relacione com obras, só com o profissional envolvido. Isso
já foi feito e fizemos o que deve ser feito. Nos dá a tarefa de
fiscalizar, mas não temos o poder de exigir que os poderes públicos nos
enviem projetos.
Inaugurado em 2007 para o Pan do Rio de Janeiro, o Engenhão custou cerca de R$ 380 milhões ao cofres públicos.
* Texto de Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Luciano Mello
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/04/comissao-faz-vistoria-no-engenhao-e-quer-vetar-verba-publica-na-reforma.html
Deputados federais relatam problemas no estádio depois de visita ao lado de presidente do Crea e representantes do Botafogo
A prefeitura do Rio ainda não sabe como e quando vai resolver o
problema da cobertura do Engenhão. Mas, se depender da Comissão de
Legado da Copa do Mundo e das Olimpíadas da Câmara dos Deputados, há uma
certeza: não haverá emprego de dinheiro público nas obras. Integrantes
da comissão visitaram o estádio nesta segunda-feira e se reuniram com o
presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e
Agronomia), Agostinho Guerreiro, e o gerente executivo do Botafogo,
Sérgio Landau, para entender os problemas ocorridos no local e buscar
opções para resolução.
O Botafogo não autorizou o acesso dos jornalistas à vistoria, alegando
que o clube ainda não recebeu qualquer laudo explicando os motivos da
interdição do Engenhão. Estiveram no estádio os deputados federais
Alessandro Molon, Arolde de Oliveira, Lilian Sá e Marcelo Mattos. Ao fim
do encontro, eles falaram com os repórteres na porta do estádio. Molon,
que é presidente da comissão, afirmou que o grupo vai lutar para
impedir o uso de dinheiro público.
- Vamos requisitar todas as informações necessárias, todos os laudos, e tornar isso público, porque é importante a população saber disso. Vamos pedir para que os responsáveis respondam pelos erros cometidos e pelo mau uso do dinheiro público. Numa obra que custou quatro vezes o valor previsto, é inaceitável que o dinheiro para consertar seja novamente público. É necessário que quem é responsável responda. Se foi um erro de projeto, responda quem fez o projeto. Se for um erro de execução, quem a fez. E sobretudo as empresas que entregaram a obra. Alguém tem que responder por isso. O que não pode é mais uma vez a população pagar a conta - disse Molon.
Além disso, Molon relatou alguns problemas que o estádio enfrenta desde a inauguração, em 2007. O deputado revelou que ficou impressionado com a ausência de uma comunicação oficial ao Botafogo até o momento. Segundo ele, a diretoria recebeu apenas informações em conversas informais.
- Na reunião, houve um relato do histórico de problemas no Engenhão. São de duas ordens, que atrapalham o funcionamento desde o início do estádio. Na energia elétrica, há problemas no suprimento elétrico, geradores que não funcionam, baterias inadequadas, problemas com infiltração de água e no suprimento de água para os andares superiores nos dias de jogo. Não é possível dizer em que ponto está o problema. E a segunda é um problema estrutural na cobertura do estádio. A cobertura teria se deslocado 50% desde a inauguração. Um vento de 63 quilômetros por hora colocaria em risco a estrutura e pode até desabar. O Botafogo tem recebido apenas informações verbais, não tem laudo.
Engenheiros responsáveis podem ter registro cassado
Segundo o presidente do Crea, Agostinho Guerreiro, se for comprovado
que houve má-fé dos engenheiros responsáveis pelas obras do Engenhão, os
mesmos poderão ter o registro no orgão cassado. Ele informou ainda que a
instituição não tem poderes para exigir uma documentação da prefeitura
sobre o caso e nem da concessionária responsável pela interdição.
- Se da parte dos profissionais e empresas envolvidas ficar comprovado que houve leniência ou algum comportamento que fere a ética, certamente o Crea entrará com um processo para a perda do registro. Se ficar comprovado, será punido. A lei é madrasta com o Crea, não podemos fazer nada que se relacione com obras, só com o profissional envolvido. Isso já foi feito e fizemos o que deve ser feito. Nos dá a tarefa de fiscalizar, mas não temos o poder de exigir que os poderes públicos nos enviem projetos.
Inaugurado em 2007 para o Pan do Rio de Janeiro, o Engenhão custou cerca de R$ 380 milhões ao cofres públicos.
* Texto de Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Luciano Mello
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/04/comissao-faz-vistoria-no-engenhao-e-quer-vetar-verba-publica-na-reforma.html
Comissão faz vistoria no Engenhão na tarde desta segunda-feira (Foto: Fernando Rabelo)
- Vamos requisitar todas as informações necessárias, todos os laudos, e tornar isso público, porque é importante a população saber disso. Vamos pedir para que os responsáveis respondam pelos erros cometidos e pelo mau uso do dinheiro público. Numa obra que custou quatro vezes o valor previsto, é inaceitável que o dinheiro para consertar seja novamente público. É necessário que quem é responsável responda. Se foi um erro de projeto, responda quem fez o projeto. Se for um erro de execução, quem a fez. E sobretudo as empresas que entregaram a obra. Alguém tem que responder por isso. O que não pode é mais uma vez a população pagar a conta - disse Molon.
Além disso, Molon relatou alguns problemas que o estádio enfrenta desde a inauguração, em 2007. O deputado revelou que ficou impressionado com a ausência de uma comunicação oficial ao Botafogo até o momento. Segundo ele, a diretoria recebeu apenas informações em conversas informais.
- Na reunião, houve um relato do histórico de problemas no Engenhão. São de duas ordens, que atrapalham o funcionamento desde o início do estádio. Na energia elétrica, há problemas no suprimento elétrico, geradores que não funcionam, baterias inadequadas, problemas com infiltração de água e no suprimento de água para os andares superiores nos dias de jogo. Não é possível dizer em que ponto está o problema. E a segunda é um problema estrutural na cobertura do estádio. A cobertura teria se deslocado 50% desde a inauguração. Um vento de 63 quilômetros por hora colocaria em risco a estrutura e pode até desabar. O Botafogo tem recebido apenas informações verbais, não tem laudo.
Engenheiros responsáveis podem ter registro cassado
Deputado Molon (em primeiro plano) observa maquete do estádio (Foto: Fernando Rabelo)
- Se da parte dos profissionais e empresas envolvidas ficar comprovado que houve leniência ou algum comportamento que fere a ética, certamente o Crea entrará com um processo para a perda do registro. Se ficar comprovado, será punido. A lei é madrasta com o Crea, não podemos fazer nada que se relacione com obras, só com o profissional envolvido. Isso já foi feito e fizemos o que deve ser feito. Nos dá a tarefa de fiscalizar, mas não temos o poder de exigir que os poderes públicos nos enviem projetos.
Inaugurado em 2007 para o Pan do Rio de Janeiro, o Engenhão custou cerca de R$ 380 milhões ao cofres públicos.
* Texto de Raphael Bózeo, estagiário, sob a supervisão de Luciano Mello
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/campeonato-carioca/noticia/2013/04/comissao-faz-vistoria-no-engenhao-e-quer-vetar-verba-publica-na-reforma.html
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