Exibição acima da média dá título aos merengues graças ao critério de gols fora de casa. Cristiano Ronaldo e Messi deixam suas marcas com golaços
Bastaram 45 minutos de grande futebol para o Real Madrid colocar um
ponto final às precoces desconfianças. É como se todas as críticas
recebidas em pouco mais de uma semana de temporada pelo mau início se
transformassem em inspiração nesta quarta-feira. Com uma exibição muito
acima da média no primeiro tempo, a equipe de Cristiano Ronaldo
derrotou o Barcelona, por 2 a 1, no Santiago Bernabéu, e conquistou a
Supercopa da Espanha. O título veio no critério de desempate de gols
fora de casa, já que os catalães haviam vencido por 3 a 2 na última quinta, no Camp Nou.
Quem teve o privilégio de assistir ao superclássico viu uma grande
exibição de Cristiano Ronaldo. O craque português marcou o segundo gol
dos merengues com direito a um balão em Piqué e foi um dos destaques ao
lado do volante alemão Sami Khedira e do lateral brasileiro Marcelo. O
argentino Lionel Messi também deu suas caras com um golaço de falta, enquanto o compatriota Gonzalo Higuaín havia aberto o placar.
Cristiano e Messi também conquistaram novas marcas com mais um embate. Ao lado do chileno Iván Zamorano, o português se tornou o segundo jogador a fazer gols em cinco clássicos consecutivos. Já o argentino se igualou a Raúl González, ídolo do Real, como segundo goleador máximo de toda a história dos superclássicos, com 15 gols. O líder ainda é Di Stéfano, com 18.
Um primeiro tempo muito real
Esqueça o Real Madrid que empatou com Valencia e perdeu para o Getafe em seus dois primeiros jogos no Campeonato Espanhol. Esqueça até mesmo o Real Madrid da última quinta-feira, quando foi derrotado com justiça pelo Barcelona no Camp Nou - e ainda encontrou um gol no fim graças a uma falha de Victor Valdés. Pois o que atuou - e atropelou - durante o primeiro tempo no Santiago Bernabéu já entrou para a história do clássico.
Você pode se assustar e achar um exagero, ainda mais ao descobrir que o
placar parcial foi apenas de 2 a 1 para os donos da casa. Basta colocar
o resultado na conta da imprevisibilidade do futebol. Em campo, o Real
dominou do minuto inicial até o apito do árbitro Mateu Lahoz. Nesse
intervalo, criou ao menos nove ótimas chances de gol. Marcou apenas dois
gols, com Higuaín e Cristiano Ronaldo - e sofreu um até certo ponto
injusto, quando Lionel Messi cobrou falta com perfeição para vencer
Casillas.
O time de José Mourinho precisou apenas de 18 minutos para criar já uma grande vantagem. Aos seis, Higuaín recebeu de Marcelo e, em condição legal, perdeu frente a frente com Valdés. Ele não perdoaria mais um erro e abriria a contagem pouco depois, aos 11, ao aproveitar lançamento de Pepe e uma furada de Mascherano.
Já sentindo o título escapar das mãos, o Barcelona foi à frente e sofreu o segundo em um contra-ataque, talvez a sua maior fraqueza. Aos 18, Khedira colocou Cristiano Ronaldo no mano a mano com Piqué. O português tirou da cartola um lençol com o calcanhar antes de dominar e fuzilar. Valdés não conseguiu espalmar: 2 a 0.
Adriano é expulso, mas Messi desconta
O que já era uma vitória tranquila por pouco não se tornou goleada. Aos 21, Higuaín repetiu sua primeira jogada e vacilou cara a cara com o goleiro espanhol. Dois minutos depois, Pepe marcou de cabeça, mas teve o gol anulado por falta em Adriano.
O próprio Adriano seria personagem na sequência. Cristiano Ronaldo avançou livre em mais um contra-golpe e, quando ganhava na corrida, foi puxado. O lateral brasileiro, que atuava na direita por conta da ausência inesperada de Daniel Alves, levou o cartão vermelho.
Se o futebol respeitasse a lógica, a expulsão abriria as portas para um placar histórico a favor dos merengues. Mas o Barcelona, mesmo sem mostrar segurança, conseguiu descer para o vestiário com um semblante de alívio. Primeiro porque Messi, com uma linda cobrança de falta, diminuiu aos 44 minutos. E depois porque Valdés e a má pontaria mantiveram o Real "apenas" com dois gols.
Barça cresce e ameaça
Era de se esperar que o ritmo fosse outro na etapa final. Mas não tão diferente. O Barcelona voltou determinado a recuperar a posse de bola que lhe faltou em boa parte do primeiro tempo e o fez com sucesso. Tocava ali, tocava acolá e esperava por centímetros para que desse o bote.
O jogo se arrastou nessas condições até os 16 minutos. Foi quando o Barça atacou pela primeira vez com perigo. Pedro recebeu ótimo lançamento nas costas da zaga, mas viu Casillas sair bem do gol para abafar. O goleiro titular da Espanha teria o seu nome gritado minutos depois, novamente quando Pedro ganhou de Sergio Ramos, dessa vez pela direita.
A primeira grande aparição do Real no ataque saiu aos 23. E
surpreendentemente com Khedira. O volante alemão arrancou pela direita e
passou por três marcadores até concluir para a defesa de Valdés. Apesar
da vantagem do gol fora de casa, era muito pouco para quem sobrou nos
45 minutos iniciais e ainda jogava com um homem a mais.
Real se segura e leva a taça
O lance despertou o Real. Àquela altura já era frequente ver Cristiano Ronaldo, Higuaín e Di María correndo atrás da bola ainda no campo ofensivo. A cada recuperada da posse o time recebia um incentivo extra das arquibancadas repletas de madrilenhos. Em uma delas, Xabi Alonso aproveitou para deixar Higuaín livre. O centroavante argentino bateu colocado, mas acertou a trave após leve desvio de Mascherano.
Se não matou o jogo, o Real teve de sofrer nos minutos finais. Aos 46, Tello recebeu na direita, invadiu a área e chutou forte. Casillas fez a defesa. Na pressão, o Barça ainda chegou com Messi, aos 47, mas a sua conclusão de canhota foi para fora, bem perto da trave direita do espanhol. Para os Deuses do Futebol, melhor que ela tenha saído.
Real Madrid e a Supercopa da Espanha: vitória por 2 a 1 no Bernabéu foi suficiente (Foto: Agência EFE)
saiba mais
Desta forma, o Real não só dá o troco da Supercopa de 2011, como também
quebra um tabu em seu próprio estádio. A última vitória merengue em
clássicos no Bernabéu havia acontecido no dia 7 de maio de 2008, pelo
Campeonato Espanhol. Desde então, os catalães venceram cinco vezes, com
dois empates.Cristiano e Messi também conquistaram novas marcas com mais um embate. Ao lado do chileno Iván Zamorano, o português se tornou o segundo jogador a fazer gols em cinco clássicos consecutivos. Já o argentino se igualou a Raúl González, ídolo do Real, como segundo goleador máximo de toda a história dos superclássicos, com 15 gols. O líder ainda é Di Stéfano, com 18.
Cristiano Ronaldo marcou pela quinta vez consecutiva no clássico (Foto: Reuters)
Esqueça o Real Madrid que empatou com Valencia e perdeu para o Getafe em seus dois primeiros jogos no Campeonato Espanhol. Esqueça até mesmo o Real Madrid da última quinta-feira, quando foi derrotado com justiça pelo Barcelona no Camp Nou - e ainda encontrou um gol no fim graças a uma falha de Victor Valdés. Pois o que atuou - e atropelou - durante o primeiro tempo no Santiago Bernabéu já entrou para a história do clássico.
Xavi e o Barça foram engolidos no primeiro tempo
por um avassalador Real Madrid (Foto: EFE)
por um avassalador Real Madrid (Foto: EFE)
O time de José Mourinho precisou apenas de 18 minutos para criar já uma grande vantagem. Aos seis, Higuaín recebeu de Marcelo e, em condição legal, perdeu frente a frente com Valdés. Ele não perdoaria mais um erro e abriria a contagem pouco depois, aos 11, ao aproveitar lançamento de Pepe e uma furada de Mascherano.
Já sentindo o título escapar das mãos, o Barcelona foi à frente e sofreu o segundo em um contra-ataque, talvez a sua maior fraqueza. Aos 18, Khedira colocou Cristiano Ronaldo no mano a mano com Piqué. O português tirou da cartola um lençol com o calcanhar antes de dominar e fuzilar. Valdés não conseguiu espalmar: 2 a 0.
Higuaín não teve bom aproveitamento nas finalizações, mas deixou o seu (Foto: Agência Getty Images)
O que já era uma vitória tranquila por pouco não se tornou goleada. Aos 21, Higuaín repetiu sua primeira jogada e vacilou cara a cara com o goleiro espanhol. Dois minutos depois, Pepe marcou de cabeça, mas teve o gol anulado por falta em Adriano.
O próprio Adriano seria personagem na sequência. Cristiano Ronaldo avançou livre em mais um contra-golpe e, quando ganhava na corrida, foi puxado. O lateral brasileiro, que atuava na direita por conta da ausência inesperada de Daniel Alves, levou o cartão vermelho.
Se o futebol respeitasse a lógica, a expulsão abriria as portas para um placar histórico a favor dos merengues. Mas o Barcelona, mesmo sem mostrar segurança, conseguiu descer para o vestiário com um semblante de alívio. Primeiro porque Messi, com uma linda cobrança de falta, diminuiu aos 44 minutos. E depois porque Valdés e a má pontaria mantiveram o Real "apenas" com dois gols.
Lionel Messi cobrou falta por fora da barreira para superar Casillas (Foto: Agência Reuters)
Era de se esperar que o ritmo fosse outro na etapa final. Mas não tão diferente. O Barcelona voltou determinado a recuperar a posse de bola que lhe faltou em boa parte do primeiro tempo e o fez com sucesso. Tocava ali, tocava acolá e esperava por centímetros para que desse o bote.
O jogo se arrastou nessas condições até os 16 minutos. Foi quando o Barça atacou pela primeira vez com perigo. Pedro recebeu ótimo lançamento nas costas da zaga, mas viu Casillas sair bem do gol para abafar. O goleiro titular da Espanha teria o seu nome gritado minutos depois, novamente quando Pedro ganhou de Sergio Ramos, dessa vez pela direita.
Messi e Xavi comemoram (Foto: Agência AP)
Real se segura e leva a taça
O lance despertou o Real. Àquela altura já era frequente ver Cristiano Ronaldo, Higuaín e Di María correndo atrás da bola ainda no campo ofensivo. A cada recuperada da posse o time recebia um incentivo extra das arquibancadas repletas de madrilenhos. Em uma delas, Xabi Alonso aproveitou para deixar Higuaín livre. O centroavante argentino bateu colocado, mas acertou a trave após leve desvio de Mascherano.
Se não matou o jogo, o Real teve de sofrer nos minutos finais. Aos 46, Tello recebeu na direita, invadiu a área e chutou forte. Casillas fez a defesa. Na pressão, o Barça ainda chegou com Messi, aos 47, mas a sua conclusão de canhota foi para fora, bem perto da trave direita do espanhol. Para os Deuses do Futebol, melhor que ela tenha saído.
Assim como no Espanhol, Cristiano Ronaldo terminou o clássico como vencedor (Foto: Getty Images)
FONTE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário