Clube do desconhecido Zé Soares tem estádio pequeno, pouca torcida, mas CT moderno que virou concentração da Ucrânia. Time estará na Liga Europa
Zé Soares e a filha no saguão do CT do Metalurh
(Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
(Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
Confira a página especial da Eurocopa
- Não sei quantos clubes brasileiros têm um Centro de Treinamento como o nosso - diz Zé Soares, abrindo a porta do prédio onde passa boa parte do ano.
Não fosse o escudo do clube, os seis campos de futebol com grama impecável e o laboratório para exames médicos, o CT do Metalurh seria facilmente confundido com um hotel. Dois andares de quartos confortáveis, restaurante, salão de jogos, academia bem equipada, uma enorme piscina coberta e um vestiário com sauna e hidromassagem. A área conta até com uma oficina mecânica para consertar os carros dos jogadores. Durante a Eurocopa, o CT foi escolhido como concentração da dona da casa Ucrânia nas duas partidas que disputou em Donetsk (contra França e Inglaterra).
Entrada do CT do Metalurh, clube menos famoso de Donetsk (Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
- Ele fica nesse lugar com esse luxo todo e ainda diz que chega cansado em casa - brincou Allyne.
Mas, CT à parte, a realidade do baiano de 28 anos é bem diferente da dos brasileiros do clube mais famoso da cidade. O Metalurh foi fundado em 1996 e nunca conquistou um título nacional. A maior façanha do clube foi chegar duas vezes à final da Copa da Ucrânia. A última delas, na temporada passada. O adversário na final foi exatamente o Shakhtar, que venceu por 2 a 1 na prorrogação diante de quase 50 mil espectadores em campo neutro, o Estádio Olímpico de Kiev, local da final da Euro 2012.
- Nós jogamos muito bem e recebemos muitos elogios. Mas o time deles é forte demais, está em outro nível aqui. Mas agora vamos ter outra chance contra eles, no nosso primeiro jogo da temporada, na Supercopa da Ucrânia no dia 10 de julho - disse Zé.
O caminho de Zé Soares até chegar a Donetsk também não teve muito a ver com o dos nove brasileiros do Shakthar, todos contratados de grandes clubes do Brasil e do exterior. Nascido em Paulo Afonso (BA), o atacante passou pela base do Palmeiras, onde atuou com Vágner Love, depois rodou pelo interior paulista até chegar ao Remo. No time paraense, mesmo com o rebaixamento para a Série C em 2007, ele conseguiu se destacar e chamar a atenção do Levski Sofia, da Bulgária. Virou um dos favoritos da torcida ao brilhar nos clássicos da capital. O Metalurh foi buscá-lo em janeiro de 2010.
Piscina coberta no CT do Metalurh: estrutura impressiona (Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
Além dele, o clube conta com o meia Danilo, filho do ex-jogador Wamberto, maranhense que naturalizou-se belga e fez sucesso no Ajax no início da última década. Dos compatriotas do Shakhtar, o atacante tem mais contato com o volante Fernandinho
- A gente se encontra às vezes com a família para jantar. Fernandinho sempre diz que quando veio para cá a cidade não tinha nada, que Donetsk mudou muito.
Quadra de grama sintética no CT do Metalurh
(Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
(Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
- Nós queremos muito chegar à fase principal (de grupos). Poder disputar uma copa europeia é o grande sonho, para fazer o clube crescer e também chamar a atenção. Nosso time é bom, mas precisamos de alguns reforços para fazer frente aos grandes - disse Zé Soares.
Os jogos do time do atacante acontecem num estádio bem mais modesto do que a supermoderna Donbass Arena. O Metalurh Stadium tem capacidade para menos de 5 mil espectadores, mas é bem cuidado e com um gramado em ótimas condições. Virou campo de treinos opcional durante a Eurocopa e decorado com placas com o logo e os patrocinadores do torneio. Para um clube com poucos torcedores, está de bom tamanho. Mas o Metalurh tem planos de construir uma arena para 17 mil pessoas, e dinheiro não é problema.
Estádio do Metalurh é acanhado (Foto: Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
Camisa do clube na última temporada pendurada
no CT (Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
no CT (Rafael Maranhão / GLOBOESPORTE.COM)
- O estádio é demais. Grande, bonito, o gramado é muito bom, os vestiários são ótimos. A sensação de jogar ali é muito boa, com tanta gente em volta. Eu não joguei sempre em grandes estádios na minha carreira. E
ntão, agora vou poder fazer isso mais vezes nos estádios construídos para a Eurocopa.
Em Donetsk, o Shakhtar pode ter tudo do bom e do melhor. Mas na casa do primo (nem tão) pobre ninguém tem motivo para reclamar.
- Tenho mais dois anos de contrato e possibilidade de renovar por mais um. Mas, por mim, ficava até cinco. O momento no Brasil é bom, mas eu sou pouco conhecido, jamais ganharia o que recebo aqui. Tirando o frio do inverno, não tenho do que me queixar - explicou Zé.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/eurocopa/noticia/2012/06/primo-nem-tao-pobre-do-shakhtar-metalurh-tem-seu-destaque-brasileiro.html
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