Atacante teve apenas 15 minutos para mostrar serviço, mas protagonizou uma das principais cenas da Copa de 2002: batalhão correu atrás dele
A perseguição turca a Denilson na transmissão:
quatro contra um na ponta do campo (Reprodução)
quatro contra um na ponta do campo (Reprodução)
A Seleção já estava na frente do placar, com gol de Ronaldo no início do segundo tempo. Felipão decidiu colocar Denílson no lugar de Edílson, aos 30. E pediu que o então jogador do Betis prendesse a bola no ataque. Ele obedeceu e partiu para cima. Foi quando, aos 44 minutos, quatro turcos (Muzzy Izzet, Tugay Kerimoglu, Bulent Korkmaz e Alpay Ozalan), irritados com a firula do jogador, correram atrás dele até a lateral do campo no estádio de Saitama, no Japão.
Denílson iniciou a jogada na intermediária, com sua ginga característica. O atacante conseguiu chegar até a área, mas sem chance de chute, resolveu sair dela a caminho da lateral, carregando a bola. Até ser parado pelos turcos com falta.
- O Felipão me chamou e pediu que eu segurasse a bola lá na frente. Foi o que fiz. Não fugi da minha característica, que era o drible. Mas confesso que aquele lance me surpreendeu. Depois do jogo, o Galvão Bueno me viu e disse que eu tinha feito a jogada da Copa do Mundo – lembrou o ex-atacante.
“Quatro em cima dele, quatro em cima dele. É uma cena diferente na Copa do Mundo. Um batalhão para cima do Denílson!”, dizia Galvão, na TV Globo, dando emoção ao lance. Depois, na final contra a Alemanha, vencida pelo Brasil por 2 a 0, o locutor se empolgou com a entrada do atacante já nos minutos finais: “Denílson neles!”.
10 anos do penta
- É uma jogada que está na mente das crianças, dos adultos. Aqueles
quatro turcos correndo atrás de mim foi uma imagem que ficou marcada
mesmo. Quando fomos para o vestiário, depois da vitória, os caras riam,
falavam que tinha sido uma loucura, mas eu só tive noção quando voltei
para o Brasil, com os comentários.Antes do jogo em que brilhou ao fugir dos turcos, Denílson estava triste. Com a suspensão de Ronaldinho Gaúcho, expulso nas quartas de final, contra a Inglaterra, o atacante esperava atuar como titular. Mas Edílson ficou com a vaga. Chateado, o jogador deixou de lado o sorriso de sempre e fechou a cara na Seleção.
- Quando o Ronaldinho foi expulso contra a Inglaterra, eu fiquei na esperança de entrar. Mas quando vi que não ia jogar, me fechei. O Felipão percebeu e veio falar comigo. Ele disse que não queria que eu ficasse p..., que eu era importante para o grupo. Se foi estratégia, não sei, mas serviu – finalizou Denílson.
Felipão reanimou o atacante, o manteve no banco e o colocou no segundo tempo diante da Turquia. No fim, a chateação de Denílson com o treinador apenas aumentou a importância do seu lance contra o “batalhão turco”.
Izzet
(13), Kerimoglu (8), Korkmaz (3) e Ozalan (5) pressionam Denilson no
lance que entrou para a história da semifinal entre Brasil e Turquia na
Copa do Mundo de 2002 (Foto: Agência Getty Images)
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