sexta-feira, 23 de março de 2012

Com sotaque nordestino, sueca tenta pódio no 'quintal de casa' na Paraíba

Naturaliza brasileira, Karin treina e mora a menos de cinco minutos da arena montada na Praia do Cabo Branco para a etapa de João Pessoa do Circuito

Por Helena Rebello Rio de Janeir
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Karin Lundqvist mora a menos de 100 metros da arena montada em João Pessoa. Enquanto as colegas se hospedam em hotéis, a jogadora descansa na própria casa nos intervalos das partidas da etapa paraibana do Circuito Brasileiro. Nascida em Estocolmo e morando há cerca de um ano e meio na capital nordestina, a sueca naturalizada brasileira conhece a Praia do Cabo Branco, sede da competição, como poucos e promete usar as manhas desenvolvidas nos treinamentos no “quintal de casa" para buscar o segundo pódio da temporada.


Karin e Raquel, jogadoras suecas que disputam o circuito brasileiro. (Foto: Arquivo Pessoal)Karin na praia do Coqueirinho: local só 'perde' para a praia do Cabo Branco na preferência (Arquivo Pessoal)
 
- A cidade tem muito vento, que atrapalha muitas duplas. Para nós é ótimo ter esse treinamento aqui, exatamente nas condições em que estaremos no jogo. Fora que tudo aqui é muito perto. Levo cinco minutos de casa para a praia, para a academia. Posso ficar muito mais tempo descansando ao invés de perdê-lo em um carro dirigindo em uma cidade  – disse a jogadora, que considera seu sotaque ao falar português semelhante ao nordestino.

Karin e Raquel no pódio no pódio do Circuito Sueco de 2010 (Foto: Divulgação)Raquel e Karin celebram o título do Circuito Sueco
de 2011: 8 vitórias em 8 etapas (Foto: Divulgação)
 
Karin joga ao lado de Raquel desde o meio do ano passado. A atleta conheceu o marido e treinador Wesley em uma de suas participações no Circuito Mundial. Em 2009, com o casamento, decidiu se mudar para Fortaleza, onde o amado vivia. Após tirar a dupla cidadania, passou a disputar o Circuito Brasileiro e atuou com Camila, Thati e Bruna antes de estrear a nova parceria. Parceria essa que, até o momento, vem rendendo bons frutos tanto aqui quanto na Europa.

Como não disputam o Circuito Mundial, Karin e Raquel competiram no Circuito Sueco no ano passado. A paulista foi liberada pela federação local para participar da competição e, com 100% de aproveitamento, a dupla sagrou-se campeã. No caso da sueca, este foi sétimo título no torneio, que também venceu em 2001, 2004, 2005, 2007, 2008 e 2010. Nesta temporada, em território verde e amarelo, as duas conquistaram a medalha de bronze na etapa de abertura do Nacional, em Salvador.

Apesar de fazer aulas de português há quase três anos, Karin se sente mais confortável falando em inglês, que aprendeu quando criança. Ela e Wesley ainda têm o hábito de conversar no idioma mesmo em casa e, durante os treinos, a língua também domina.

- Ela acaba aprendendo mais com os outros do que comigo. Como ela está fazendo curso e falando cada vez melhor, no futuro provavelmente vamos falar mais português. Mas o voleibol não deixa de ser um negócio. E é a transmissão correta da informação que faz a coisa andar. É a melhor forma que encontramos para ela entender o que quero passar e, como a Raquel morou muitos anos nos Estados Unidos, não preciso falar duas vezes a mesma coisa – explicou o marido/treinador.


Karin com o marido e técnico Wesley (Foto: Arquivo Pessoal)Karin com o marido e técnico Wesley: casal mora em João Pessoa há um ano e meio (Foto: Arquivo Pessoal)
 
Apesar do clima favorável à prática da sua profissão e de apreciar a culinária brasileira – feijão, tapioca e frutas são citados como os destaques -, Karin sente saudades de sua terra natal. Com a proximidade da abertura do Circuito Mundial em Brasília, a atleta de 30 anos tem tido contato com muitos colegas escandinavos que estão treinando na Paraíba. E, no futuro, se imagina morando novamente na Europa.

- Acho que nos sentimos em casa mesmo no lugar onde crescemos, mas me sinto em casa aqui também. Tenho minha casa, meu marido, gatos, cachorro. Fora que o clima é ótimo para treinar. Mas um dia vou ter que escolher não só por mim. Quando eu tiver filhos, num futuro, acho que gostaria que eles estudassem por lá.


Sistema de disputa


Karin e Raquel no pódio no pódio do Circuito Sueco de 2010 (Foto: Divulgação)Karin (dir.) e Raquel em etapa no Brasil: melhor
resultado da dupla foi em Salvador (Foto: CBV)
 
A etapa de João Pessoa é a terceira do Circuito Brasileiro nesta temporada. A novidade para as 16 duplas masculinas e 12 femininas que disputam o título é a realização de jogos no período noturno. Nesta sexta, as quatro últimas partidas da fase classificatória serão disputadas após às 18h (horário de Brasília). No sábado, no mesmo horário, serão jogadas as semifinais. As decisões e disputas de terceiro lugar, porém, seguem no domingo de manhã.

O sistema de disputa é simples. Entre os homens, haverá quatro grupos com quatro duplas em cada. As duas melhores de cada grupo avançam para as quartas de final. No feminino, serão três chaves. As duas primeiras colocadas de cada grupo, além das duas melhores terceiras colocadas, se classificam para a fase seguinte.

Confira todas as duplas que disputarão a etapa:

No masculino

Ricardo/Pedro Cunha (BA/RJ)
Alison/Emanuel (ES/PR)
Evandro/Harley (RJ/DF)
Billy/Bruno Schmidt (ES/DF)
Márcio/Pedro Solberg (CE/RJ)
Bruno/Hevaldo (AM/CE)
Thiago/Ferramenta (SC/RJ)
Franco/Jan (CE/PA)
Benjamin/Álvaro Filho (MS/PB)
Jorge/Renatão (PB)
Beto Pitta/Lipe (RJ/CE)
Fábio Luiz/Juca (ES/BA)
Moisés/Vitor Felipe (BA/PB)
Marcus/Guto (RJ)
Ícaro/Bernat (PB/RJ)
Gilmário/Luciano (PB/ES)

No feminino

Juliana/Larissa (CE/PA)
Talita/Maria Elisa (AL/PE)
Val/Shaylyn (RJ/CE)
Karin/Raquel (SUE/SP)
Taiana/Vivian (CE/PA)
Ângela/Lili (DF/ES)
Maria Clara/Raquel (RJ)
Izabel/Pri Lima (PA/RJ)
Renata/Elize Maia (RJ/ES)
Josi/Thais (SC/RJ)
Neide/Rebecca (AL/CE)
Chell/Michelle Carvalho (DF/RJ)


FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2012/03/com-sotaque-nordestino-sueca-tenta-podio-no-quintal-de-casa-na-paraiba.html

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