VÔLEI DE PRAIA
Aos 38 anos, Michelle Peters, a Chell, descobriu a doença de pele dois anos depois
de encerrar a carreira. Brasiliense segue em tratamento e faz alerta aos mais jovens
Uma das manchas cancerígenas que apareceram no corpo da ex-jogadora (Foto: Arquivo pessoal)
- Foram 14 anos de exposição solar, e a doença só começou a aparecer dois anos depois de eu encerrar a carreira, quando a minha pele já estava muito menos queimada. No vôlei de praia, nós jogadores costumamos ser alertados sobre a proteção solar, mas em dias de competição é muita tensão, então muitas vezes você não repõe adequadamente essa proteção. Foi o que aconteceu comigo. Eu passava protetor, mas vez ou outra não renovava. Isso ficando cerca de 6h exposta ao sol. Estou pagando um preço caro e faço um alerta para que todos se cuidem e não esqueçam de se proteger - disse Chell.
Michelle já removeu boa parte dos sinais cancerígenos que apareceram pelo corpo. As próximas manchas a serem retiradas estão numa das pernas da ex-atleta. As remoções têm sido feitas em consultório sem necessidade de cirurgia. O câncer de Chell é do tipo carcinoma basocelular, o mais frequente e menos grave. Há também o carcinoma espinocelular (sinais com a forma de um nó e que formam uma casquinha) e o melanoma maligno (pinta escura que vai se deformando ao longo do tempo), este último o mais grave e que pode ser fatal se não for detectado a tempo.
Chell (à esq.) e sua antiga parceira Andrezza
durante competição (Foto: Reprodução Facebook)
JOGADORES DEMONSTRAM PREOCUPAÇÃO COM O PROBLEMA
- Proteção solar é igual a roupa para a gente. Temos que nos proteger bastante todos os dias, em competição ou treinamento. Costumo ir frequentemente ao dermatologista observar isso e ver se tenho alguma mancha, alguma coisa suspeita, porque eu me preocupo bastante quanto a isso - afirmou Bárbara.
A medalhista olímpica Bárbara Seixas possui
cuidados redobrados com a pele
(Foto: Divulgação/FIVB)
- Felizmente nunca tive problema de pele. O sol é o nosso pior inimigo, mesmo porque a gente fica mais de 5h por dia treinando na praia. Passo muito protetor solar, hidratante e faço limpeza de pele em casa - revelou.
Campeã do Circuito Brasileiro 2016/17 ao lado de Larissa, nesta sexta, em Maceió, Talita contou que a dupla costuma treinar em horários de menor incidência de raios ultravioleta - até às 10h e após às 16h. No entanto, nem sempre é possível se preservar do sol mais nocivo à pele.
- A exposição que a gente tem no sol é muito grande, vou ao dermatologista todos os anos, mas esse negócio é muito ruim, porque mesmo se cuidando a gente ainda corre um risco. Fico sempre atenta para ver se tem alguma pinta no corpo, e o caso da Chell serviu de alerta - disse.
LÁBIOS TAMBÉM DEVEM SER PROTEGIDOS
- Como o atleta tem que estar focado em sua performance, sugiro que os jogadores de vôlei de praia sempre tenham uma pessoa para aplicar protetor. Na testa, como é uma área de muito suor, o ideal é proteger com um boné. Atento também para a importância da proteção aos lábios. Atletas que recebem muita radiação solar devem usar uma pasta labial. O câncer de pele nos lábios é muito agressivo - frisou.
Pessoas de pele clara, como Bruno Schmidt e
Alison são os que correm mais risco
(Foto: Paulo Frank/CBV)
- As pessoas mulatas e negras não estão livres do câncer de pele, mas estão mais protegidas. A melanina (proteína que determina o tom de pele do indivíduo) age como se fosse um protetor solar natural - afirmou o médico, lembrando que o atleta deve procurar um dermatologista para saber qual grau de proteção solar deve usar.
Para os atletas que apresentaram os primeiros sintomas de câncer de pele, o especialista dá duas notícias boas. Os sinais cancerígenos quase sempre podem ser removidos em consultórios ou em cirurgias simples, e aqueles desportistas que passam pelo problema não precisam abandonar a carreira.
- O atleta de vôlei de praia que passar pelo problema pode seguir com a sua carreira. Ele só precisa remover as manchas e passar a ter cuidado redobrado com a exposição ao sol - finalizou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2017/02/ex-jogadora-luta-contra-cancer-apos-14-anos-de-exposicao-ao-sol-se-cuidem.html
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