Treinador do Cruzeiro lamenta o resultado, que mantém a equipe na zona de rebaixamento, mas acredita que o time merecia a vitória no Independência
Mano Menezes apontou falhas táticas no Cruzeiro (Foto: Daniel Vorley/Light Press)
O resultado foi muito pior para o Cruzeiro do que para o Coritiba. A equipe paranaense, com o ponto ganho, segue fora da zona de rebaixamento, e o Cruzeiro continua na 18ª posição. Por isso, Mano disse que o resultado é mais sentido pelo time, que precisa sair logo da situação incômoda.
- Estes resultados, embora a gente não goste, vão fazer parte de uma campanha. Todo mundo, às vezes, empata um jogo em casa. É que no momento que o Cruzeiro está, custam mais esses pontos que a gente deixa escapar. Nesse momento tem que ter equilíbrio para pontuar em casa e fora de casa. Quando você não consegue fazer em casa, tem que buscar fora o que você deixou escapar. Acredito que a equipe está madura o suficiente e produzindo um futebol capaz de pontuar fora de casa, como fizemos contra o Corinthians. É isso que passei para os jogadores, tranquilidade para que eles saibam conviver com esses resultados que não são tão gostosos, porque vitória é o que a gente quer dentro de casa. Mas não tem nada de mais grave, que a gente não possa resolver.
Confira outros pontos abordados por Mano Menezes na entrevista coletiva:
O que deu errado?
- Não é uma questão de vontade. A gente saiu bem, fez um gol cedo, mas não conseguimos encaixar bem para neutralizar um volume de jogo que o Coritiba passou a ter pelo lado direito da nossa defesa, esquerdo do ataque deles. Ficamos distantes, Rafinha ficou muito aberto pela direita, e o time ficou com pouca armação. O adversário se aproveitou, teve a felicidade de fazer dois gols de bola parada, porque não chegava com frequência em termos de criação. Mas é gol, a gente faz e sofre gols de bola parada. No intervalo a gente fez essas correções. Perdemos o Fábio, foi a primeira alteração. Era mais necessário você mexer no posicionamento da equipe. Trouxemos o Rafinha para dentro do campo, empurramos o Ezequiel mais para frente. Empurramos o adversário para trás, criamos, marcamos cedo o gol de empate e criamos chances suficientes para virar o jogo ao meu ver. Mas as vezes você não vira.
Com apenas um volante, o time ficou desprotegido?
-
Quantos chutes a gol o Coritiba deu no jogo? A gente não
teve vulnerável. Se tivessem tido um volume de jogo e
chegado muito pelo centro, criado um número grande de chances, ia dizer
que
ficamos vulneráveis, mas não foi o que aconteceu. O adversário jogou com
bola longa
o tempo inteiro. Quando a gente deu algum
espaço, foi porque tinha que arriscar para virar o jogo. Não tem sentido
terminar um jogo em casa com o resultado de 2 a 2 sem ter se arriscado. A
equipe se arriscou, e às vezes, assim, você dá espaço. No
segundo tempo, acho que o Lucas (França) fez uma defesa numa cobrança de
falta, uma ou
outra em bolas lançadas na área. Foi o que o Coritiba conseguiu criar.
O Cruzeiro entrou com uma formação muito ofensiva em campo (Foto: Pedro Vilela/Light Press)
- Eu não posso olhar para trás porque eu não estava aqui e não
vou responder por questões que não dizem respeito a mim. Vou falar do Cruzeiro
que eu estou dirigindo. Foram dois jogos em casa e temos quatro pontos. É isso
que vai contar, é o turno que vamos fazer, que é o segundo. Tenho certeza que a
equipe vai apresentar os resultados que a gente precisa.
-
É bastante difícil entrar nessa hora dos jogos como
entrou ele e o Lucas (França). O que eu quero dar é
tranquilidade para que eles possam entrar e render bem. Foi bem, teve
iniciativa, chegou pelo lado com qualidade. Sofreu um pouco no primeiro
tempo
no setor dele porque ali estavam posicionados mais jogadores do
Coritiba, como o Neto Berola e outros jogadores, buscando a criação das
jogadas. Quando a
gente foi mais agressivo, ele cresceu no jogo, chegou à frente no
segundo tempo. É o
estágio natural. Jogadores chegam, vêm de outros clubes, de uma
estrutura
menor, outra categoria de disputa. Tem que ter paciência para o jogador
ficar no
nível do Cruzeiro. Não pode desistir com facilidade, senão vai ter que
fazer
isso com outro. É bom ir com calma, e a resposta tem sido boa nesse
aspecto.
Jogos decisivos pela frente e ajustes na equipe
-
Os jogos vão ter uma carga decisiva bastante grande,
temos que ter maturidade para conviver com eles. Precisa de experiência,
saber se
comportar no jogo, precisa se impor. Se não tecnicamente, de outra
maneira. Saber
encarar situações que um jogo desse apresenta. É o que estou tentando
passar para
eles. Coisas simples do futebol, mas coisas importantes. Coisas que vão
acontecer
dentro do jogo, que a gente não pode deixar que seja contra (o time) em
determinado momento. Também aproveitar as situações a favor. Eu treino,
cobro posicionamento e gosto que
as coisas funcionem lá dentro. Não gosto de tomar o gol de empate que
tomamos,
por exemplo. Trabalhamos para isso. A gente sabe que aquele jogador que
raspou a
bola não pode chegar sozinho na frente do jogador nosso. Aquela bola
raspada é
praticamente fatal. Temos que nos dedicar e concentrar o tempo inteiro.
São em
detalhes como esses que os jogos se resolvem. A gente pode fazer bem e
fazer
melhor.
Fábio machucou o joelho direito e teve que ser
substituído (Foto: Reprodução/ Premiere FC)
Instabilidade emocional ou falhas táticas?
- Não teve instabilidade emocional. Todos os problemas que
tivemos no primeiro tempo foram táticos. Senão teríamos ficado muito mais
nervosos quando Fábio saiu. Ele é uma liderança, capitão da equipe. A equipe,
no segundo tempo, respondeu bem quando o Lucas entrou. A situação não tem nada
a ver com isso. As dificuldades que tivemos foram táticas, tanto que foram
corrigidas com os mesmos jogadores para o segundo tempo.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/cruzeiro/noticia/2016/08/mano-menezes-aponta-falhas-taticas-no-time-e-define-empate-frustrante.html
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