Ex-atleta afirma que só teve sonhos em pé, andando e que gostaria de voltar a sentir a mão para colocar no rosto e se ajeitar: "O cabelo só fica bom quando a gente arruma"
Um ano e meio após sofrer acidente de esqui nos Estados Unidos, Lais Souza passa por uma dura rotina de exercícios físicos, que fazem parte do tratamento fisioterapêutico que ela está submetida. Embora sua vida tenha mudado completamente pela falta dos movimentos corporais do pescoço para baixo, a ex-atleta revelou acreditar que voltará a andar. Além disso, afirmou também ainda não ter sonhado nenhuma vez na cadeira de rodas (assista ao vídeo).
- Eu só sonho que estou normal. Não tive sonho na cadeira ainda, até hoje. Desde quando eu estava no hospital, não tive. Mas já sonhei que eu estava deitada na cama e falava para a minha mãe "sarei". Aí eu levantava fraca, magra, mas levantava. Esse foi um dos piores sonhos que eu tive - revelou.
Lais revelou que sente preconceito como cadeirante. E que além disso, às vezes, se sente mal e feia. Olhar no espelho se tornou uma atitude rara. Mas quando olha, nem sempre a ex-atleta gosta do que vê. Às vezes uma espinha e na maioria dos momentos o cabelo bagunçado. Exatamente por isso ela revelou um desejo.
- Minhas mãos, queria muito minhas mãos para pôr no rosto, no cabelo. O cabelo só fica bom quando a gente arruma. E se fica, porque às vezes fica horrível. Mas eu queria voltar pelo menos o movimento da mão um pouco, escovar os dentes eu mesmo, tocar o rosto. Sinto falta, muita falta - disse.
Lais faz revelações sobre vida após acidente e
afirma querer pelo menos movimento das
mãos (Foto: Reprodução/SporTV)
A busca por uma melhora não para. Lais, família e amigos se agarraram a um projeto. Quando ela estava internada nos Estados Unidos, o Miami Project to Cure Paralysis, um instituto que pesquisa a cura da paralisia, a escolheu. Lais faz parte de um projeto pioneiro. A injeção de células-tronco na coluna, na altura da lesão. Elas podem, eventualmente, devolver algum tipo de sensibilidade a ela.
- Ninguém me falou que ia colocar células e daqui alguns anos eu estaria andando, não. É coisa leve, é um estudo. Quem fez foi o macaco, o porco e a Lais Souza. Fizeram a mesma lesão no macaquinho e estão lá vendo. Então sempre que eu vou a Miami tem sempre muito exame. Um monte de picada de agulha. É difícil, não é fácil, mas é uma forma de motivar - contou.
No dia 27 de janeiro de 2014, Lais treinava com Josi Santos e o técnico Ryan Snow em uma pista de esqui em Salt Lake City. Naquela segunda-feira, Lais perdeu o controle dos esquis e chocou-se com uma árvore, o que provocou uma torção na coluna cervical. O primeiro boletim médico divulgado pelo Time Brasil confirmava a perda dos movimentos dos braços e pernas, mesmo após as cirurgias que realinharam a coluna. Lais superou o risco de morte, conseguiu respirar sem a ajuda de aparelhos e deixou a UTI, sendo depois transferida para o Jackson Memorial Hospital, em Miami.
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