Onze clubes da Premier League estão entre os 25 que mais investiram no mercado. Novo contrato de TV faz médios e pequenos tirarem destaques de outros europeus
Lá vem mais uma temporada do Campeonato Inglês,
há alguns anos o nacional mais abastado e badalado do planeta. Desta
vez, de contrato renovado: em fevereiro, a Premier League assinou um
acordo recorde pela venda dos direitos de TV apenas na Inglaterra,
recrutando mais de cinco bilhões de libras. A divisão igualitária de 50%
deste montante motivou clubes médios e pequenos a gastarem cada vez
mais, contratando jogadores de outros cantos da Europa, até mesmo de
países tradicionais como Espanha, Alemanha e França. Muitos deles não
serão capazes de perseguir o Chelsea na tabela, mas sabem que a luta pela sobrevivência é árdua e desgastante. É preciso ter elenco de gente grande.
SAIBA MAIS:
Confira a tabela do Campeonato InglêsVeja as camisas dos 20 times da Premier LeagueMourinho renova contrato com Chelsea por quatro anos
Até esta sexta-feira, a Premier League era disparada a liga que mais investiu no atual mercado: 517,23 milhões de libras (R$ 2,8 bilhões). Mais do que o dobro do Espanhol (R$ 1,639 bilhão), Italiano (R$ 1,629 bilhão) e Alemão (R$ 1,120 bilhão), e acima do triplo do Francês (R$ 815,3 milhões). Tudo isso em 110 jogadores, o suficiente para escalar metade dos participantes do campeonato. O recorde geral, no entanto, ainda pertence à temporada passada, com 835 milhões de libras (R$ 4,534 bilhões) gastos. O mercado fecha no dia 31.
É justo dizer que o dinheiro é preponderante para atingir qualquer ambição. Se o campeão sairá do G-5 (grupo formado por Chelsea, Arsenal, Manchester United, City e Liverpool), e ninguém espera algo diferente, é porque ele se consolidou em escalas globais para não depender exclusivamente das receitas de televisão. Não significa, porém, que eles sejam os mais ativos na janela: Chelsea e Arsenal não estão nem entre os 30 times mais compradores do continente.
Por outro lado, 11 entre os 25 maiores são da Premier League. O Liverpool é o segundo da lista, já que buscou novamente reformular a base depois do decepcionante sexto lugar na temporada passada. O Manchester United é o quarto, ciente de que o elenco anterior estava desgastado e incapaz de competir por títulos. As surpresas são o Aston Villa (12º), Newcastle (14º), Sunderland (16º) e West Ham (17º). O Watford, do goleiro brasileiro Gomes, e recém-promovido, é o 23º.
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Acho que a nossas realidade é diferente de qualquer outro mercado de
futebol. Ganhamos 120 milhões de libras com o acesso, a grana da TV
também é altíssima. E, para permanecer na elite, temos que gastar mesmo,
trazer jogadores experientes. Eu mesmo já tinha essa noção dos valores
porque o clube não quer ir e voltar – disse Gomes, em entrevista ao
GloboEsporte.com. O Watford, com tantas necessidades, soma 22
nacionalidades diferentes no elenco. Há lituânio, camaronês, uruguaio,
argelino, grego, suíço...
- A crise ainda não chegou por aqui. Pelo contrário. A cada ano que passa o pessoal injeta mais dinheiro. E isso faz com que todo mundo olhe diferente para a Premier League. Até mesmo a nossa Segunda Divisão é uma das melhores do mundo, para falar a verdade. Tudo passa pela maneira do inglês de organizar. Quem investe tem retorno garantido – completou o brasileiro.
Ver um estreante Bournemouth mais poderoso financeiramente que o tradicional Ajax já era algo esperado. De acordo com as divisões de direitos de TV das cinco principais ligas, clubes como o Sunderland (R$ 379 milhões), quase rebaixado, arrecadaram mais do que o Juventus na Itália (R$ 369 milhões), o PSG na França (R$ 174,7 milhões) e o Bayern na Alemanha (R$ 194,3 milhões).
- Nessa condição, os clubes que recebem mais têm mais dinheiro ainda, mas proporcionalmente os menores conseguem ter um potencial muito maior que os outros países. Tem clube médio inglês ganhando mais do que o Bayern. Para um West Ham, por exemplo, a TV vai representar 70% do orçamento, enquanto nos grandes vai ficar na casa dos 30%. Isso gera extrema dependência também, não é diferente do que acontece no Brasil, com clubes com até 60% vinculados a essas receitas – opinou o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi.
Em campo, o Chelsea é o líder nas casas de apostas para repetir o sucesso de 2014/15. As movimentações no elenco foram pequenas: saíram Drogba, Filipe Luís e Cech, e chegaram Falcao García e Begovic. Se contratar um lateral-esquerdo, os Blues terão mantido a base apenas trocando algumas peças. É nos rivais que José Mourinho enxerga um equilíbrio.
- Eu acredito que times que não são favoritos estão mais fortes. A distância entre eles será menor.
Talvez eu esteja errado, mas acho que o campeão terá menos pontos neste ano. Você tem um mínimo de cinco grandes candidatos ao título e os outros estão investindo. Anos atrás, os melhores jogadores dos melhores times em outros países vinham para os grandes da Inglaterra. Hoje estão reclamando na França porque Payet foi para um clube médio (West Ham). É difícil porque eles têm jogadores que podem jogar no meu time, como Cabaye (Crystal Palace), Wijnaldum (Newcastle) e Gradel (Bournemouth). Qual é a dúvida? Essa é a realidade – disse Mou.
- O que tende a acontecer é o fortalecimento da liga. A partir do momento que todos têm dinheiro para gastar, os patrocinadores põem mais dinheiro, a torcida vai mais, é um círculo virtuoso. Por isso a visão de liga americana – afirmou Amir Somoggi.
A caça a Mourinho parte com um Arsenal mais entrosado - e empolgado com o reforço de Petr Cech, que promete acabar com uma carência de década no gol. Os Gunners, aliás, derrotaram os Blues na decisão da Supercopa há uma semana. O Manchester City também não mudou tanto, e ainda contratou o meia-atacante Raheem Sterling, do Liverpool, por 49 milhões de libras. Precisa, porém, reencontrar os melhores dias de nomes como Kompany, Yaya Touré e David Silva, todos abaixo na última temporada do que já renderam com a camisa azul.
Quem
atrai a maior expectativa talvez seja o Manchester United. Foram cinco
reforços no mercado: Schneiderlin, Schweinsteiger, Depay, Darmian e
Romero. A saída de Van Persie deixa Rooney praticamente como única opção
de referência para o ataque, mas a força estrutural no meio-campo pode
ser o suficiente para guiar Louis van Gaal aos títulos que ele prometeu
(ainda que não da boca para fora).
O Liverpool, também tradicionalíssimo, é quem mais se mexeu – e talvez por isso saia um pouco atrás da concorrência. Terá de jogar pela primeira vez desde 1998 sem o capitão Steven Gerrard, além de Sterling. Como reforços, trouxe Benteke, Milner, Clyne, Joe Gomez, Ings e o brasileiro Roberto Firmino, que fará companhia no setor criativo a Philippe Coutinho.
A Premier League também traz novidades no campo da arbitragem. O jogador que simular lesão para expulsar o rival poderá ser punido por até três jogos se os juízes desconfiarem do ato e reverem a decisão. A regra do impedimento também muda: o atleta avançado que tentar tocar na bola invalidará a ação – o Chelsea fez um gol na temporada passada quando Diego Costa não encostou, mas atrapalhou o adversário.
SAIBA MAIS:
Confira a tabela do Campeonato InglêsVeja as camisas dos 20 times da Premier LeagueMourinho renova contrato com Chelsea por quatro anos
Até esta sexta-feira, a Premier League era disparada a liga que mais investiu no atual mercado: 517,23 milhões de libras (R$ 2,8 bilhões). Mais do que o dobro do Espanhol (R$ 1,639 bilhão), Italiano (R$ 1,629 bilhão) e Alemão (R$ 1,120 bilhão), e acima do triplo do Francês (R$ 815,3 milhões). Tudo isso em 110 jogadores, o suficiente para escalar metade dos participantes do campeonato. O recorde geral, no entanto, ainda pertence à temporada passada, com 835 milhões de libras (R$ 4,534 bilhões) gastos. O mercado fecha no dia 31.
Chelsea é o dono da taça: alguém vai tirá-la
das mãos de José Mourinho?
(Foto: Getty Images)
É justo dizer que o dinheiro é preponderante para atingir qualquer ambição. Se o campeão sairá do G-5 (grupo formado por Chelsea, Arsenal, Manchester United, City e Liverpool), e ninguém espera algo diferente, é porque ele se consolidou em escalas globais para não depender exclusivamente das receitas de televisão. Não significa, porém, que eles sejam os mais ativos na janela: Chelsea e Arsenal não estão nem entre os 30 times mais compradores do continente.
"A CRISE AINDA NÃO CHEGOU AQUI"
Por outro lado, 11 entre os 25 maiores são da Premier League. O Liverpool é o segundo da lista, já que buscou novamente reformular a base depois do decepcionante sexto lugar na temporada passada. O Manchester United é o quarto, ciente de que o elenco anterior estava desgastado e incapaz de competir por títulos. As surpresas são o Aston Villa (12º), Newcastle (14º), Sunderland (16º) e West Ham (17º). O Watford, do goleiro brasileiro Gomes, e recém-promovido, é o 23º.
Gomes será titular pelo Watford (Foto: Getty Images)
- A crise ainda não chegou por aqui. Pelo contrário. A cada ano que passa o pessoal injeta mais dinheiro. E isso faz com que todo mundo olhe diferente para a Premier League. Até mesmo a nossa Segunda Divisão é uma das melhores do mundo, para falar a verdade. Tudo passa pela maneira do inglês de organizar. Quem investe tem retorno garantido – completou o brasileiro.
Ver um estreante Bournemouth mais poderoso financeiramente que o tradicional Ajax já era algo esperado. De acordo com as divisões de direitos de TV das cinco principais ligas, clubes como o Sunderland (R$ 379 milhões), quase rebaixado, arrecadaram mais do que o Juventus na Itália (R$ 369 milhões), o PSG na França (R$ 174,7 milhões) e o Bayern na Alemanha (R$ 194,3 milhões).
- Nessa condição, os clubes que recebem mais têm mais dinheiro ainda, mas proporcionalmente os menores conseguem ter um potencial muito maior que os outros países. Tem clube médio inglês ganhando mais do que o Bayern. Para um West Ham, por exemplo, a TV vai representar 70% do orçamento, enquanto nos grandes vai ficar na casa dos 30%. Isso gera extrema dependência também, não é diferente do que acontece no Brasil, com clubes com até 60% vinculados a essas receitas – opinou o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi.
RUMO AO BI?
Em campo, o Chelsea é o líder nas casas de apostas para repetir o sucesso de 2014/15. As movimentações no elenco foram pequenas: saíram Drogba, Filipe Luís e Cech, e chegaram Falcao García e Begovic. Se contratar um lateral-esquerdo, os Blues terão mantido a base apenas trocando algumas peças. É nos rivais que José Mourinho enxerga um equilíbrio.
- Eu acredito que times que não são favoritos estão mais fortes. A distância entre eles será menor.
Talvez eu esteja errado, mas acho que o campeão terá menos pontos neste ano. Você tem um mínimo de cinco grandes candidatos ao título e os outros estão investindo. Anos atrás, os melhores jogadores dos melhores times em outros países vinham para os grandes da Inglaterra. Hoje estão reclamando na França porque Payet foi para um clube médio (West Ham). É difícil porque eles têm jogadores que podem jogar no meu time, como Cabaye (Crystal Palace), Wijnaldum (Newcastle) e Gradel (Bournemouth). Qual é a dúvida? Essa é a realidade – disse Mou.
- O que tende a acontecer é o fortalecimento da liga. A partir do momento que todos têm dinheiro para gastar, os patrocinadores põem mais dinheiro, a torcida vai mais, é um círculo virtuoso. Por isso a visão de liga americana – afirmou Amir Somoggi.
Roberto Firmino chega com a missão de recolocar
o Liverpool no grupo dos quatro melhores
(Reprodução / Facebook)
A caça a Mourinho parte com um Arsenal mais entrosado - e empolgado com o reforço de Petr Cech, que promete acabar com uma carência de década no gol. Os Gunners, aliás, derrotaram os Blues na decisão da Supercopa há uma semana. O Manchester City também não mudou tanto, e ainda contratou o meia-atacante Raheem Sterling, do Liverpool, por 49 milhões de libras. Precisa, porém, reencontrar os melhores dias de nomes como Kompany, Yaya Touré e David Silva, todos abaixo na última temporada do que já renderam com a camisa azul.
Schweinsteiger é novidade no Manchester United (Foto: Reuters)
O Liverpool, também tradicionalíssimo, é quem mais se mexeu – e talvez por isso saia um pouco atrás da concorrência. Terá de jogar pela primeira vez desde 1998 sem o capitão Steven Gerrard, além de Sterling. Como reforços, trouxe Benteke, Milner, Clyne, Joe Gomez, Ings e o brasileiro Roberto Firmino, que fará companhia no setor criativo a Philippe Coutinho.
CUIDADO COM A SIMULAÇÃO ...
A Premier League também traz novidades no campo da arbitragem. O jogador que simular lesão para expulsar o rival poderá ser punido por até três jogos se os juízes desconfiarem do ato e reverem a decisão. A regra do impedimento também muda: o atleta avançado que tentar tocar na bola invalidará a ação – o Chelsea fez um gol na temporada passada quando Diego Costa não encostou, mas atrapalhou o adversário.
Petr Cech já chegou ao Arsenal com troféu da
Supercopa da Inglaterra (Foto: Getty Images)
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