Torcedores de diferentes gerações lotam o Estádio Nacional de Santiago na final da Copa América e assistem à primeira conquista da história da seleção do Chile
Dominga tem cinco anos. Vestiu o vermelho de La Roja, pintou o rostinho com as cores da seleção chilena e foi para o Estádio Nacional no último sábado levada pelos pais e a irmã mais velha. Sapeca e inquieta, quase não parou na cadeira na final da Copa América entre Chile e Argentina. Passou a maior parte do tempo distraída com canetinhas de colorir e preocupada em encher e estourar os barulhentos bastões de plástico. Ainda não sabe se comportar numa decisão de campeonato. Era tudo muito novo para a chileninha. Tudo muito novo para ela, para os 45.693 torcedores que assistiram à final ou para qualquer chileno, jogador e torcedor.
Dominga, de cinco anos, vibra e assiste ao
primeiro título conquistado pela seleção
chilena (Foto: Richard Souza)
Difícil, sofrido, suado, com uma vitória nos pênaltis por 4 a 1 após empate sem gols no tempo normal e na prorrogação. A taça da Copa América vai ganhar uma plaquinha nova, com o escudo da Federação de Futebol do Chile.
O GloboEsporte.com assistiu à decisão das cadeiras do Estádio Nacional. No meio dos torcedores, o que se viu foi confiança, emoção, medo, tensão, alívio, choro e sorrisos. Um sentimento atrás do outro até a consagração na cavadinha ousada de Alexis Sánchez. Quando a bola cruzou a linha, e o camisa 7 disparou para comemorar, os chilenos se abraçaram meio sem jeito. A impressão era que não sabiam como festejar. Passada a angústia das penalidades, se declararam aos principais jogadores do time.
- Gary Medel, Gary Medel! Gary Medel, Gary Medeeeel! – cantavam para o volante, um dos mais festejados do grupo e de maior identificação com os fãs.
Chilenos
de diferentes gerações assistem ao
momento histórico no Estádio
Nacional.
Ídolo, Gary Medel tem nome e número
"carregados" nas costas
(Foto: Marcelo Hazan)
- Chile, campeón! Chile, campeón, Chile campeón! – cantavam, enquanto saíam do estádio para tomar as ruas da capital chilena.
O sábado só acabou no domingo. O ônibus que levou os campeões ao Palácio de La Moneda, a sede da Presidência do Chile, foi cercado no trajeto até o local, tomado pelos fãs. Gente que ainda engatinha na hora de festejar um título, mas que começa a aprender com uma lição das boas. A pequena Dominga ainda não lê nem escreve, mas uma palavrinha fará parte do seu vocabulário: campeã.
Bandeiras tremularam o tempo todo durante
a final contra a Argentina
(Foto: Richard Souza)
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