Maior medalhista paralímpico do país leva os 50m costas S5, e brasileiros fazem dobradinha nos 50m livre S10. Brasil termina primeiro dia do Mundial na liderança
Andre Brasil se emociona após conquistar medalha de ouro (Foto: José Geraldo Azevedo)
O Brasil arrebatou três medalhas de ouro no primeiro dia de
competições do Mundial Paralímpico de Natação, em Glasgow, na Escócia. Dois de
seus donos já estão mais do que acostumados a ganhar, recordistas do país na
modalidade. Mas o lugar mais alto de Daniel Dias nos 50m costas S5 e André Brasil nos 50m
livre S10 foram especiais neste ano. O primeiro deles bateu o jovem britânico
Andrew Mullen, atleta da casa que antes havia prometido superá-lo e contava com
a força da torcida. O outro caiu num choro copioso ao bater na frente do
compatriota Phelipe Rodrigues, que somou uma prata para o país. Para fechar o
dia, ouro no revezamento misto 4x50m livre até 20 pontos com direito a recorde
mundial, o que deixou o Brasil na liderança do quadro de medalhas, com três ouros
e três pratas.
Daniel Dias havia nadado 37s41 nas eliminatórias e terminou
atrás do britânico Andrew Mullem nos 50m costas. O rival da casa havia
prometido baixar ainda mais seu tempo. Ficou só nas palavras. O brasileiro
multicampeão pulou na piscina do Tollcross e logo deixou o adversário para
trás. Com 35s34, Daniel Dias quebrou o recorde da competição na prova da qual é
o recordista mundial (34.99). Já Mullen se contentou com a prata com 37s68,
tempo acima do que havia feito nas eliminatórias.
- Acho que foi um jogo que tentou fazer, estou conhecendo
ele um pouco mais agora. Mas na piscina que a gente mostra como é. Estou feliz
com meu resultado, ele sentiu um pouco, tanto que até pirou. Natação é isso, vamos
mostrar na piscina. Esperava nadar melhor (que as eliminatórias) e consegui
nadar. Queria 35s20, mas foi bem próximo. Faltou um detalhe, mas medalha de
ouro e recorde da competição está ótimo - destacou Daniel.
André Brasil vibra após chegar em primeiro
na final dos 50m livre (Foto: Divulgação
CPB/MPIX)
Pouco
depois foi a vez de um duelo à parte entre dois
brasileiros nos 50m livre S10. A rivalidade aflorava no bloco de saída,
com
André Brasil e Philipe Rodrigues lado a lado nas raias quatro e cinco. A
experiência falou mais alto, e André liderou com folga desde o início
para bater com 23s20, diante dos 23s81 do companheiro de seleção. Na
água ao ver o resultado no painel, gritos de êxtase. Na entrada da zona
mista,
um choro que teimava em não parar.
Na entrevista aos jornalistas, muito emocionado, André
precisou respirar fundo na hora de responder as perguntas, e até palavrão saiu.
- P***! Desculpa até o termo gente, mas 2014 foi um ano
muito difícil. Disse que aqui seria um termômetro para muita coisa. Me machuquei
e fiquei longe dos esportes, foram dois longos meses sem cair na água, reclamando
que estava sem velocidade... Queria lembrar de tanta gente... Só consigo pensar
no meu filho - disse André, antes de completar: “Em 2003 não tinha tamanha
noção da grandiosidade que era ser pai, já foi uma situação muito diferente, e
por tudo aquilo que aconteceu foi aquele que mais deu força para que eu pudesse
estar aqui. Estar longe dele e da minha família por diversos momentos...É para
eles!
Daniel Dias posa com a medalha dos 50m costas
do Mundial de Glasgow (Foto: Márcio
Rodrigues/CPB/MPIX)
Se não bastasse isso, o dia ainda terminou com uma atuação
impecável do revezamento misto 4x50m livre, que deixou o Brasil na liderança do
quadro de medalhas. Clodoaldo Silva foi o primeiro a entrar na água, antes de
entregar para Joaninha, que ainda viu Esthefany passar para Daniel Dias na
terceira posição. O dono de dois prêmios Laureus não queria o bronze, e tratou
de garantir mais uma medalha dourada para o país.
O dia ainda teve as medalhas de prata de Matheus Rheine nos
100m livre S11, com 59s20, atrás apenas do americano Bradley Snyder (56s78), e
Carlos Farrenberg, segundo colocado nos 50m livre S13, com 24s13. O bielorrusso
Ihar Boki ficou com o ouro com o tempo de 23s20. Carlão, como é conhecido, fez o melhor tempo da carreira na prova.
-
Agora está sendo emocionante, mas na hora doeu tudo (risos). Nadei bem
de manhã (na eliminatória), mas sabia que tinha condição de fazer
melhor. Era só nisso que pensava para a tarde, em nadar para o meu
melhor. Desde que cheguei aqui falei com meu técnico que se fizesse o
meu melhor daria tudo certo. O primeiro (colocado) é recordista da
prova, estava pensando, lógico, em ganhar uma medalha, mas fazer o meu
melhor e fazer meu melhor tempo da vida, e fiz - disse o nadador.
Os dois brasileiros que não subiram ao pódio
foram Regiane Nunes, quinta na final dos 100m livre S11, e Talysson Glock,
quarto nos 400m livre S6.
Phelipe Rodrigues e André Brasil com prata
e ouro nos 50m livre S10 em Glasgow
(Foto: Márcio Rodrigues/CPB/MPIX)
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