Colorado transforma frustração de empate em motivação e usa força de seu estádio contra rival que se alimenta de viradas: "Eles estão mortos no Beira-Rio", diz Pellegrini
O "caiu no Horto, está morto" da torcida do Atlético-MG não surtiu efeito. O "eu acredito" tampouco incomodou os colorados. Apesar do baque pelo gol no último minuto da partida - empate em 2 a 2 na quarta-feira -, o Inter deixa Belo Horizonte com a confiança de que conseguirá administrar a vantagem adquirida e ir às quartas da Libertadores. Para isso, valoriza a mística de seu lar, o novo Beira-Rio que desconhece derrotas em 2015.
O gol de Leonardo Silva aos 49 minutos da segunda etapa fez explodir um Independência que nem de perto reverberava e amedrontava conforme vitimou inúmeros adversários. Longe disso. Quem cantava eram os colorados, com o tradicional "vamos, vamos, Inter". A igualdade despertou a massa do Galo.
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De quebra, frustrou os gaúchos. Rodrigo Dourado estava inconsolável. Atirou-se no gramado com as mãos no rosto. A saída de campo dos jogadores também era o retrato da dor. A procissão no curto trajeto campo-vestiário deixava a impressão de que o Inter tinha sido abatido com facilidade. Alisson, Alan Costa, Alan Ruschel passaram cabisbaixos. No intuito de injetar um ânimo, o diretor de futebol Carlos Pellegrini os recepcionava na porta e abraçava um a um, além de palavras de incentivo.
Mesmo assim, o sentimento era de tristeza. Ou pior. De irritação, por não ter saído com a vitória que aproximaria ainda mais a equipe das quartas de final. Porém, a partir dali, a conversa no vestiário começou a colocar na cabeça do grupo que o resultado fora bom.
- Quando entramos no vestiário, tinha um pouco de chateação, de revolta, pelo resultado, como foi. A ficha vai caindo e você vê que foi um belo resultado - avaliou o zagueiro Juan.
- Ninguém fica contente em tomar um gol no último segundo. Mas saímos tranquilos. Temos certeza de que foi um excelente resultado - resumiu Pellegrini, exercendo um lado "psicólogo" no vestiário do Horto.
O discurso do dirigente não perdeu força nem mesmo ao ser questionado sobre a empolgação dos atleticanos. O empate do zagueiro fez os mais de 19 mil torcedores dos donos da casa evocar o tradicional grito de "Eu acredito", que tomou força no título da Libertadores de 2013, quando o time cansou de recuperar placares adversos.
Valdívia marcou novamente e é esperança
para o jogo da volta (Foto: Alexandre
Lops/Internacional)
- Eu acredito na mística das camisas, da história, dos estádios. Assim como eles têm aqui, o Inter tem no Beira-Rio. Eu acredito, sim. Agora é pensar no jogo que vem, com a vantagem de marcar dois gols fora. Hoje, estamos mais perto da classificação. Essa é a verdade - disse Aguirre.
Durante a tarde da última quarta, antes do embate, mais de 14 mil colorados já tinham garantido presença para o jogo de volta com o Galo. A expectativa é de um público que ultrapasse a casa dos 40 mil. Questionado como se completava o "caiu no Beira-Rio", já que há o "caiu no Horto, está morto", Pellegrini sentenciou:
- Eles estão mortos no Beira-Rio. No Beira-Rio, não tem essa de "eu acredito". E esperamos casa cheia, um público recorde.
Inter e Galo voltam a se enfrentar no dia 13 de maio. A partida será disputada a partir das 22h no Beira-Rio. O Colorado vai às quartas com empate em 0 a 0 ou 1 a 1.
Diretor Carlos Pellegrini recepciona atletas
para levantar moral do grupo após empate
no final (Foto: Tomás Hammes)
FONTE:
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