Brasileiro crê que Glenn Hall se jogou de propósito para induzir árbitros a o punirem, fala palavrão ao dizer que foi xingado e faz críticas ao período de 10 dias de "lay days"
Gabriel Medina demorou a digerir a polêmica eliminação para o irlandês Glenn Hall na terceira fase da etapa de Gold Coast, na Austrália, que abre o Mundial de Surfe. O brasileiro perdeu a bateria após os árbitros o penalizarem por “interferência” - quando um atleta atrapalha o rival que está com a prioridade. No lance da sua eliminação, o atual campeão mundial tentou pegar uma onda, mas Glenn, que possuía a prioridade no momento, também remou para ela. Ao ver o adversário, o brasileiro até tentou recuar, mas Hall acabou se jogando da prancha e os árbitros da WSL entenderam que Medina o atrapalhou.
Medina concede entrevistas após eliminação em Gold Coast (Foto: Luciana Pinciara / Motion Photos)
- Não toquei nele. Não aconteceu nada. Não cheguei a tocar
nele. Eu entrei na onda antes dele subir, mas deram interferência. Se não fosse
a interferência, eu teria vencido. Não concordei com a decisão.
Tem uma nova
regra que fala que com você prioridade não pode sentar lá embaixo do pico. No
caso que aconteceu eu estava mais fora e remei na onda mais para fora do pico.
E quando subi, ele estava mais embaixo e me bloqueou. E a regra é: você tem que
surfar essa onda para não dar essa intenção de bloquear e não ficar muito longe
do pico. E foi o que aconteceu na minha bateria. Eu não entendi essa regra ainda.
Espero que expliquem melhor – disse.
Momento do lance que provocou a punição a
Gabriel Medina (Foto: Luciana Pinciara /
Motion Photos)
O irlandês admitiu que os dois se estranharam dentro d'água mas minimizou:
- Nós trocamos algumas palavras dentro d’água, mas não foi nada pessoal – garantiu Glenn.
Em seguida, ao comentar o lance em que foi punido, Gabriel disse
acreditar que o irlandês se jogou de propósito para induzir os juízes a
concluírem que foi uma “interferência”.
- Ele forçou sim. Não
vi as imagens, mas tenho certeza que ele deve ter se jogado, deve ter fingido
que caiu para forçar a interferência. Vou tirar minhas conclusões - afirmou.
No
entanto, horas depois, o brasileiro voltou à praia de Snapper Rocks,
conversou com membros da organização e amenizou a repercussão de suas
críticas. Em seguida, cumprimentou amigavelmente o algoz Glenn Hall,
colocando um ponto final em qualquer desavença com o irlandês.
Gabriel Medina conversa amigavelmente com
Glenn Hall após eliminação em Gold Coast -
Mundial de Surfe (Foto: Divulgação)
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Antes, Gabriel havia reclamado que a pouca melhora das condições do
mar nesta quinta-feira não justificava a organização da WSL ter decretado dez
dias seguidos sem competição e ter estendido a janela por mais dois dias:
- Erraram. A gente
esperou dez dias para entrar onda, teve onda nesses dez dias, uns dois ou três
dias. Erraram no “call”. A gente estendeu dois dias para pegar
onda assim. Já tinha onda assim alguns dias atrás. Espero que ele melhore no
call.
Medina deixou a praia de Snapper Rocks
chateado com a eliminação (Foto: Luciana
Pinciara / Motion Photos)
Por fim, Medina lamentou a eliminação precoce e disse que agora
focará na próxima etapa, no mês que vem em Bells Beach, também na Austrália.
- Derrotas acontecem. É do esporte. Tem campeonato que você
ganha, tem campeonato que você perde. É preciso estar preparado mentalmente. Eu
sei lidar com isso. Foi assim que cresci e estou aí até hoje. Se não fosse a
interferência, eu teria vencido. Agora é pensar em Bells. Foi o primeiro de dez
etapas. Há muita coisa para rolar ainda. Espero me dar bem no próximo evento.
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