Treinador diz que não importa se atleta é brasileiro, estrangeiro, jovem ou veterano: se for bom, joga. Ele também avisa que não montará time em torno de Valdivia
Oswaldo de Oliveira é apresentado como novo técnico do Palmeiras (Foto: Felipe Zito)
Recepcionado pelo presidente Paulo Nobre, Oswaldo falou sobre a nova oportunidade no futebol paulista e sobre os objetivos para a temporada de 2015. Ele disse estar empolgado com a chance de treinar o Verdão e deixou claro que vai montar a equipe respeitando as características do grupo como um todo e não apenas em torno de Valdivia.
- Não existe no futebol atual fazer o time em torno de um jogador só. A Copa do Mundo provou isso. Vamos procurar não só utilizar 11 titulares, mas preparar um time para ter revezamentos ocasionais - afirmou.
Oswaldo disse também que todos terão oportunidades, independentemente de idade e nacionalidade: as chegadas quatro argentinos para a disputa do Campeonato Brasileiro (Tobio, Allione, Cristaldo e Mouche) causou controvérsia no clube. Eles foram contratados por sugestão do ex-técnico Ricardo
Gareca. Com a chegada de Dorival Júnior, os estrangeiros perderam espaço.
saiba mais
- Gosto de trabalhar com jogador bom, independentemente da idade ou da nacionalidade, se é jovem ou austríaco. O que importa é que seja disciplinado.
Sobre reforços e possíveis dispensas, o treinador disse que não irá discutir nomes publicamente. Durante a coletiva, quando lhe foi perguntado sobre se Arouca, volante do Santos, seria um bom reforço. Ele foi direto, sem entrar em detalhes:
- Seria, sim.
Com contrato até o fim de 2015, Oswaldo, de 62 anos, chega ao Verdão fazendo história. Ele será o primeiro treinador a passar pelo comando dos quatros grandes de São Paulo e do Rio de Janeiro. A comissão será formada pelo auxiliar-técnico Luiz Alberto, o preparador físico Ricardo Pinto e o analista de desempenho Gabriel Oliveira.
O elenco se reapresenta na Academia de Futebol no dia 7 de janeiro.
Veja os principais tópicos da coletiva de Oswaldo
Orgulho
- Realizo um sonho hoje ao trabalhar neste clube com tanta tradição e herança
positiva para o futebol brasileiro. É realmente uma emoção muito grande, inspiradora
e motivadora, acima de tudo. Vamos buscar ao longo deste ano conseguir
restaurar os grandes momentos do Palmeiras. Quero agradecer ao meu colega
Dorival Júnior, a quem estou sucedendo, pelo trabalho desenvolvido e a
manutenção na Série A. Vou buscar corresponder e dar continuidade ao que ele
estava desenvolvendo.
Nova diretoria de futebol
Não conheço o Alexandre (Mattos, diretor de futebol) pessoalmente, não tive esse
prazer. Conheço o trabalho, mas de forma anônima, porque nos últimos anos, quando
me perguntavam de Cruzeiro, sempre fiz referência à gestão. Trabalho maravilhoso.
Se vier a acontecer, será um grande prazer trabalhar com profissional desse
calibre.
Trabalho com jovens
- Nos dois últimos anos, ficou muito forte essa coisa do meu trabalho com evolução de garotos que sobem da base, com as pessoas sempre reforçando isso. Gosto, sim, de trabalhar com jovens porque têm muito entusiasmo e vontade. Aquela coisa de revelar, buscar, dar oportunidade me excita muito, me dá vontade de trabalhar. Mas não é só com garotos que gosto de trabalhar, gosto de jogador bom. Não me importa se for jovem, austríaco ou brasileiro, o importante é que sejam bons jogadores, disciplinados e obedientes. O mais importante não é a faixa etária, mas o comportamento dentro e fora de campo.
- Nos dois últimos anos, ficou muito forte essa coisa do meu trabalho com evolução de garotos que sobem da base, com as pessoas sempre reforçando isso. Gosto, sim, de trabalhar com jovens porque têm muito entusiasmo e vontade. Aquela coisa de revelar, buscar, dar oportunidade me excita muito, me dá vontade de trabalhar. Mas não é só com garotos que gosto de trabalhar, gosto de jogador bom. Não me importa se for jovem, austríaco ou brasileiro, o importante é que sejam bons jogadores, disciplinados e obedientes. O mais importante não é a faixa etária, mas o comportamento dentro e fora de campo.
Time em torno de Valdivia
- Não existe time ao torno de um jogador. A última Copa
do Mundo deixa prova disso, Portugal (com Cristiano Ronaldo) e Argentina (com Messi) seriam campeões. De 20 anos pra
cá não é mais assim. Não serão só 11 titulares, vamos preparar a equipe para
revezamentos ocasionais.
Equipe ofensiva?
(O ex-técnico) Otto Gloria disse uma vez: sem ovos não tem omelete. Vou fazer time ofensivo se elenco tiver característica ofensiva. Vai acontecer o que conseguirmos aproveitar desse elenco. Vamos buscar, ao máximo, agressividade para conseguir as vitórias.
(O ex-técnico) Otto Gloria disse uma vez: sem ovos não tem omelete. Vou fazer time ofensivo se elenco tiver característica ofensiva. Vai acontecer o que conseguirmos aproveitar desse elenco. Vamos buscar, ao máximo, agressividade para conseguir as vitórias.
Trabalho dos oito grandes de Rio e SP
- Fico muito orgulhoso. Há até bem pouco tempo, não sabia disso, e não foi esse o motivo que me atraiu ao Palmeiras. Mas é um motivo de orgulho ter trabalhado nas grandes equipes de São Paulo e Rio.
- Fico muito orgulhoso. Há até bem pouco tempo, não sabia disso, e não foi esse o motivo que me atraiu ao Palmeiras. Mas é um motivo de orgulho ter trabalhado nas grandes equipes de São Paulo e Rio.
Passado no Corinthians
Não sou o primeiro, não sou o único e não serei o último. Isso é comum entre os profissionais de futebol. Muitos passaram por aqui e pelo Corinthians. O importante é que pretendo manter minha qualidade profissional e realizar um grande trabalho como fiz lá, ou talvez melhor.
Não sou o primeiro, não sou o único e não serei o último. Isso é comum entre os profissionais de futebol. Muitos passaram por aqui e pelo Corinthians. O importante é que pretendo manter minha qualidade profissional e realizar um grande trabalho como fiz lá, ou talvez melhor.
Planejamento
- Iniciamos um trabalho de inteligência, reorganização e planejamento. Trabalho
prático mesmo é no dia 7. A busca é para formar uma grande equipe, individual e
coletivamente. É isso que vamos procurar fazer e realizar. É
muito difícil chegar no início do ano e já ter tudo o que se estar se planejando.
Vamos buscar condições para fazer isso. Mas pode levar um pouco mais de tempo.
Seria ideal iniciar com o grupo todo resolvido, mas acho difícil de se
conseguir porque envolve negociação e uma porção de coisa que vocês sabem. Mas vamos
dar continuidade por esse objetivo
Oswaldo exibe a camisa do Palmeiras, seu novo clube (Foto: Felipe Zito)
- Seria,
sim
- Eu
acho que é uma questão até acidental de ter chegado ao Palmeiras por último.
Algumas oportunidades antes ao longo da última década aconteceram, mas não conseguimos
fechar. Algumas ameaças aconteceram. Como quem ri por ultimo ri melhor, tomara
que aqui seja a fase mais bem sucedida da minha participação com os clubes de São
Paulo
Elenco
- Eu
não gostaria de me referir a jogadores agora. O presidente (Paulo Nobre) me ligou na
sexta-feira e a partir de então nos acertamos. Ainda não deu tempo de ver tudo.
Confesso que ao longo do Campeonato Brasileiro não olhava para o Palmeiras como
uma possibilidade de trabalhar, mas vejo muitos valores importantes. O Valdivia
é um deles, grande jogador, experiência internacional. Alguns jovens muito
bons. Mas essa questão de elenco vamos analisar com muita calma, examinando
questões de repor. É uma massa para ser modelada. Gosto de trabalhar com quatro
goleiros e 30 jogadores, de preferência com o jovem se aproximando, sendo a
terceira opção na posição
- Conversando
com o presidente ele me passou a ideia de uma reformulação no elenco, e uma
condição de estabilidade no trabalho que não encontrei nos últimos dois clubes
que passei. Tive problemas financeiros com elenco no Botafogo e Santos. Acredito
no projeto que o presidente me falou, procurarmos fazer um Palmeiras forte
e reeditar mais um ciclo vitorioso como vimos tanto, desde a década
de 60. A ideia é ter um pico de virtude nessa temporada, e quem sabe em outras
temporadas.
- Se for resultado do nosso trabalho e planejamento, não.
Mas é difícil de aferir. Vamos disputar uma competição que é a mais difícil dos
associados da Fifa. Em nenhum outro país, o campeonato se inicia com 10 a 12 candidatos a título
ou 10 ou 12 times que já foram campeões. Vamos trabalhar muito para que o pico da curva se eleve.
Jogar na arena
-
Dois jogos são muito pouco. O estádio era neutro porque
nem a equipe do Palmeiras estava acostumada. Esse amadurecimento vai
acontecer
com a sequência de jogos. Fatalmente vai beneficiar a equipe com o
decorrer das partidas. Fundamental jogar em casa, não só por
interferência da torcida, mas para
você se ambientar, com fundo, gramado, quanto mais você repete os jogos
em um
estádio, mais se familiariza, e aquilo vai dando confiança, passa
confiança para
a torcida, que transfere para dentro de campo. Isso acaba fortalecendo
favoritismo.
Mudança de postura na volta ao Brasil
- Quando a gente entra em uma lagoa tem um
comportamento diferente do que apresenta no mar revolto. Passei cinco no Japão, onde as coisas
caminhavam maravilhosamente bem. Chegava em janeiro, fazia a pré-temporada em
fevereiro e o campeonato iniciava em março. Eu recebia a tabela do campeonato,
tudo direitinho. Cheguei no futebol brasileiro, tudo completamente diferente.
Não seria saudável me comportar da mesma maneira na lagoa estando em mar
revolto. Daí as mudanças de comportamento que foram acontecendo.
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