Dois anos após levar o Corinthians ao topo do mundo, técnico é apresentado para período de três anos: "É um prazer estar de volta, e é diferente essa retomada"
Tite assinou contrato de três anos com o Timão
(Foto: Marcos Ribolli)
(Foto: Marcos Ribolli)
Há exatamente dois anos, em 16 de dezembro de 2012, o
Corinthians chegava ao topo. O capitão Alessandro erguia a taça de campeão
mundial de clubes e coroava uma era mágica. A maior estrela, talvez, estivesse
no banco de reservas. Tite
virou símbolo de um grupo operário e vencedor, capaz
de apagar traumas, tirar a graça de velhas piadas sobre a Libertadores e
fazer história. Aquele time se desfez, e o Timão saiu da rota das
grandes conquistas. Tite também. Depois de um ano sabático à espera do
convite que não veio para a seleção brasileira, chegou a hora de voltar
ao trabalho. E na casa preferida.
Tite chegou ao CT
Joaquim Grava antes das 9h. Como gosta de dizer, já está "pilhado" para
reassumir a posição. Vai usar as próximas semanas para discutir com os
dirigentes alguns nomes para reforçar o time, sobretudo o ataque. Às
12h, entrou na sala de imprensa. E logo de cara foi bem Tite, usando uma
palavra recorrente em seu discurso: retomada.
- Bom dia! É um prazer estar de volta, e é diferente essa retomada. Obrigado, (Ronaldo) Ximenes (diretor de futebol), obrigado, Mário Gobbi (presidente). O mais importante é o Corinthians e sua torcida. Vamos ver se consigo ter capacidade para poder contribuir em mais uma etapa. Cada profissional passa por etapas e momentos importantes. Vamos fazer valer esse grande clube. Obrigado, obrigado e obrigado - declarou o técnico do Timão.
- Bom dia! É um prazer estar de volta, e é diferente essa retomada. Obrigado, (Ronaldo) Ximenes (diretor de futebol), obrigado, Mário Gobbi (presidente). O mais importante é o Corinthians e sua torcida. Vamos ver se consigo ter capacidade para poder contribuir em mais uma etapa. Cada profissional passa por etapas e momentos importantes. Vamos fazer valer esse grande clube. Obrigado, obrigado e obrigado - declarou o técnico do Timão.
Tite chega para a entrevista coletiva ao lado de
Ronaldo Ximenes (esquerda) e Edu Gaspar
(direita) (Foto: Marcos Ribolli)
O treinador regressa em meio ao furacão. Em fevereiro, o Corinthians passará
por eleições presidenciais com o grupo da situação rachado. Mário Gobbi, atual
mandatário e com quem Tite se desentendeu no passado, e Roberto de Andrade, candidato favorito a vencer, não falam a
mesma língua desde que o presidente decidiu demitir Tite para recontratar Mano
Menezes.
Para piorar, também em fevereiro, o técnico terá pela frente um obstáculo que
conhece bem: a fase prévia da Taça Libertadores. O adversário ainda não está
decidido, mas será colombiano, assim como o Tolima, que derrubou o Timão em
2011, gerou a revolta dos torcedores e fez Tite balançar no cargo.
Esta será a terceira passagem de Tite pelo Corinthians – as outras foram entre
2004 e 2005 e 2010 a 2013 -, o que o coloca como o segundo técnico que mais
vezes dirigiu o Timão na história. São 272 partidas (131 vitórias, 86 empates e
55 derrotas), perdendo apenas para Oswaldo Brandão, com 435.
Confira abaixo os principais tópicos da coletiva:
Emerson Sheik
- Todos os atletas do clube são patrimônio e vão ser respeitados para
trabalharem de forma igual. O Sheik junto com os outros todos. Ele é
atleta do clube.
Comparação com Mano
- Tenho a dimensão exata da responsabilidade. Eu me preparei em termos educacionais e profissionais para isso. Tenho essa dimensão. Também tento evitar comparações. Meu respeito profissional ao Mano é muito grande. Cada um cria sua própria etapa e própria história. Comparações não levam a lugar algum.
- Tenho a dimensão exata da responsabilidade. Eu me preparei em termos educacionais e profissionais para isso. Tenho essa dimensão. Também tento evitar comparações. Meu respeito profissional ao Mano é muito grande. Cada um cria sua própria etapa e própria história. Comparações não levam a lugar algum.
Tite cumprimenta os profissionais da imprensa
na sala de coletiva do Corinthians (Foto:
Marcos Ribolli)
Ausência de Mário Gobbi
- Sei que o Ronaldo Ximenes está representando a diretoria, das outras vezes foi assim também. É um momento importante de transição do clube, e estou sendo contratado com o aval do comando. Não tem absolutamente nada.
Sombra dos títulos
- A gente carrega a sombra daquilo que construiu a vida toda. Não sei se vou ter o mesmo êxito, mas vou ter a mesma conduta, até mais maduro, sem cometer os mesmos erros que cometi. Quero ser menos incompleto a cada dia que passa.
Período inicial de trabalho- A gente carrega a sombra daquilo que construiu a vida toda. Não sei se vou ter o mesmo êxito, mas vou ter a mesma conduta, até mais maduro, sem cometer os mesmos erros que cometi. Quero ser menos incompleto a cada dia que passa.
- Intensidade é pau dentro. E a partir de agora ficar voltado ao nosso trabalho. Temos experiência em relação a essas situações. É sentar com o Edu (Gaspar, gerente de futebol) e ficar envolvido com todas as coisas, é ficar tomando café o quanto tempo for possível para redirecionar todas as situações. É um momento difícil. Primeiro é entrar em contato com todos eles e dizer o quanto é importante passar as férias se cuidando para voltar num processo bom de recondicionamento. Cuidado para não voltar machucado. Vontade de ganhar todo mundo tem. Mas vontade de preparar é o detalhe. Cada um recebe e vai conquistar na medida da preparação.
Elenco para 2015
- Vem da linha do processo de construção da equipe. Dos sete semestres que passei aqui sempre teve reformulação. Foi assim ano passado também. É natural essa troca, oxigenação, para que a equipe cresça. Isso não depende do técnico.
Paolo Guerrero
- Guerrero é do clube, tem vínculo com o clube, tem contrato até julho. Ele tá conosco. Comigo ele tem todo simbolismo, momento importante, como Liedson teve. Cada um tem a sua história.
Tite mostra tranquilidade em conversa com
jornalistas: novo contrato vai até o fim de
2017 (Foto: Marcos Ribolli)
Novidades que vai trazer
- Invencibilidade de um ano (risos). Venho invicto. Em termos de metodologia, trabalhei treinos específicos ofensivos. Queria ter uma gama de trabalhos ofensivos maiores para passar aos atletas, ser chato e exigente. Mantendo aquela ideia de futebol equilibrado. Não consigo conceber só agressividade, assim como não consigo só marcação. Entendo dessa forma. Variações de trabalhos ofensivos maiores, mas sempre com nível alto de exigências e com intensidade alta.
Eu quase fui na Copa, naquele Argentina x Holanda,
mas não queria parecer oportunista depois da derrota da Seleção no dia anterior
(7 a 1 para a Alemanha).
Tite, sobre a Arena Corinthians
- Ter 80% de aproveitamento no estádio é extraordinário. Pegamos esse legado também. Fui uma vez ao estádio a convite do Andrés (Sanchez, ex-presidente). Estava no período pré-inauguração. Eu quase fui na Copa, naquele Argentina x Holanda, mas não queria parecer oportunista depois da derrota da Seleção no dia anterior (7 a 1 para a Alemanha). Essa adaptação ao local vai ser minha também.
Temor por "apagar" trabalho anterior
- Era muito fácil para mim não aceitar o convite do Corinthians. Muito fácil dizer não ao Corinthians. Porque eu poderia ser vaidoso e querer que apenas se lembrassem de mim. Mas vocês nunca viram eu procurar vocês para dar uma entrevista oportuna. Isso me deixa feliz. Cobrado eu vou ser em qualquer situação. Vou sair da minha zona de conforto e colocar minha cara de novo para bater.
Salário que vai receber
- Estou voltando satisfeito e gratificado por tudo aquilo que o Corinthians me proporciona. Números: tem que ter muito cuidado. Quando se passa essa informação fica muito ruim para o clube e o treinador. Ainda mais quando traduz coisas que não são verdadeiras. Não só em relação a mim, mas de uma maneira geral. Mas nunca foi a grana antes de qualquer coisa.. Não é isso que me move.
Conversou com Mano Menezes?
- Não, não conversamos. Estou me integrando agora a toda a situação. Seguramente foi tudo passado ao diretivo. Todas as pessoas têm conhecimento sobre a busca e caraterística dos atletas que queremos.
Tite na bancada, observado pelos jornalistas
presentes na entrevista coletiva no Timão
(Foto: Marcos Ribolli)
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