segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Em 2014, vôlei feminino e basquete se destacam nos esportes coletivos

Equipe de José Roberto Guimarães conquista o decacampeonato no Grand Prix; time de Magnano despacha a Argentina no Mundial da Espanha e fica em sexto lugar


Por
Rio de Janeiro

 

A temporada prometia para as seleções de vôlei. As bicampeãs olímpicas buscavam o inédito título no Mundial da Itália. Entraram na competição empolgadas pela conquista do deca no Grand Prix, mas sofreram apenas uma derrota e acabaram tendo de se contentar com a medalha de bronze. Já os comandados de Bernardinho, queriam o que nenhuma outra equipe na história da modalidade havia conseguido fazer na competição: vencê-la quatro vezes consecutivas. Depois de ter passado por maus bocados na Liga Mundial, correndo o risco de ficar fora da fase final, a seleção reagiu, mas viu a taça parar nas mãos dos americanos. Não seria o único vice na temporada. Apesar de ter começado o jogo decisivo dando as cartas, o time começou a oscilar e a Polônia aproveitou para tomar o comando do placar. Diante de mais de 12 mil torcedores apaixonados, em Katowice, os anfitriões fizeram a festa. No basquete, Nenê & Cia mostraram força. Eliminaram os argentinos e ficaram em sexto no Mundial. No torneio feminino, a equipe mostrou fragilidade. No futsal feminino e no futebol de 5, o Brasil foi soberano. 


01
meninas do vôlei: deca no grand prix, bronze amargo no mundial

Depois de um 2013 perfeito, a equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães sonhava com o deca no Grand Prix e o inédito título no Mundial da Itália. Durante a preparação, o time ficou em quinto no Torneio de Montreux, e pouco depois perdeu uma peça importante. A líbero Fabi resolveu encerrar seu ciclo na seleção.  As companheiras seguiram em frente. O sucesso no segundo campeonato aumentou a expectativa para aquela que era tida como a competição mais importante da temporada. 


Sem ter muito trabalho na primeira fase, o Brasil encontraria seus adversários mais pesados na que estava por vir. Deixou o fantasma russo para trás e colocou as suas reservas para enfrentarem o time B dos Estados Unidos. Com a vitória, as brasileiras tomaram o primeiro lugar do grupo e seguiu invicta para a terceira fase do campeonato.  As chinesas estavam no caminho e não conseguiram frear as bicampeãs olímpicas. As brasileiras entraram em quadra para enfrentar as dominicanas já classificadas para as semifinais. Venceram de novo e iriam reencontrar as americanas na briga pela vaga na final.

Sheilla Brasil x EUA mundial feminino de vôlei (Foto: Divulgação / FIVB)Fabiana e Sheilla após jogo contra os EUA no Mundial (Foto: Divulgação / FIVB)


Só não esperavam que o primeiro tropeço fosse acontecer exatamente na hora que não podia. As rivais sobraram em quadra e não permitiram que a seleção levasse um set sequer.
Depois do choro, a equipe se uniu para não deixar o bronze escapar. Superou a pressão da torcida e as italianas, assegurando seu lugar no pódio. As americanas ficaram com o título ao baterem as chinesas. 


02
seleção masculina de vôlei bate na trave de novo

A Liga Mundial mal tinha começado e a luz de alerta já estava ligada. As quatro derrotas em casa (duas para a Itália e duas para a Polônia B), deixaram o time preocupado. O jogo não fluía, a confiança parecia abalada e a situação se complicava. O Brasil corria o risco de ficar fora da final da competição. Tinha seis derrotas em nove partidas, a pior campanha de sua história até aquele momento. Bernardinho apostava na superação do grupo e ela veio. A seleção venceu a Polônia e entrou na última rodada precisando de dois triunfos por 3 a 0 ou 3 a 1 contra os italianos para avançar. Deu certo. Garantiu lugar na fase final em Florença, pôs fim ao jejum incômodo contra a Rússia, que durava quatro jogos, passou pela Itália e ganhou a chance de brigar com os EUA pelo título. Mais consistentes, os americanos impediram que o 10° troféu fosse para os brasileiros. 


Apesar do revés, a equipe mostrou aos adversários que estava pronta para buscar o inédito tetra no Mundial da Polônia. A campanha invicta empolgava. Mesmo sem Bruninho, com uma contusão na mão direita, o Brasil seguia vencendo. Passou novamente pelos russos, comemorou a melhor campanha do torneio e a vantagem de não ter de sair de Katowice. Até que veio o sorteio. O Brasil caiu no Grupo da Morte e acabou tendo que se mudar de cidade. Embora o regulamento não permitisse, dois segundos colocados estavam na mesma chave (Polônia e Rússia). Bernardinho formalizou o protesto e disse que o regulamento havia sido rasgado. Outros problemas preocupavam: Wallace, Sidão e Murilo estavam lesionados. Sem o experiente ponteiro, com um estiramento na coxa, o time sofreu a primeira derrota após nove partidas exatamente para os anfitriões: 3 a 2. As reclamações ao término do confronto fizeram a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) cogitar punição por "mau comportamento". Além da ameaça, os tricampeões teriam que passar pela Rússia para continuarem no Mundial. No jogo de vida ou morte, Murilo voltou, liderou e brilhou.  

Antes de enfrentarem a França, sensação da competição, a FIVB comunicou que multas seriam aplicadas a Bernardinho e Bruninho por não terem comparecido a duas coletivas. Dentro de quadra, os franceses caíram no tie-break. O desejado reencontro com os poloneses estava por vir, bem na final. Apesar de ter saído na frente, a seleção permitiu que os rivais reagissem no segundo set e, sem conseguiu manter a tranquilidade, viu o sonho do tetra ser adiado na Spodek Arena. 


03
basquete: time masculino tem ano positivo, meninas decepcionam

Nene, Brasil X Argentina - Mundial de Basquete (Foto: Agência AP)
Nenê passa pela marcação de Luis Scola no 
Mundial (Foto: Agência AP)


O Brasil chegou ao Mundial da Espanha com força máxima. Acreditava que um lugar no pódio poderia ser seu. Passou pela França, Irã, Sérvia e Egito na primeira fase. Nas oitavas, lá estavam os carrascos argentinos. Só que desta vez a seleção de Rubén Magnano se impôs e mandou os hermanos para casa. Depois de 12 anos, o time verde-amarelo disputaria as quartas de final do torneio. Para continuar sonhando com a medalha, precisaria passar pelos sérvios novamente. Teodosic não deixou. O armador infernizou a defesa brasileira, ajudou a minar as forças dos rivais, que assimilaram o golpe e perderam a partida por 28 pontos. Sexto lugar, fim do sonho. A Sérvia chegou até a final, mas esbarrou nos Estados Unidos de Irving e Harden. O segundo título seguido - o quinto no total -, estava garantido. A França venceu a Lituânia e levou o bronze.

Mundial de basquete, Brasil x França (Foto: Divulgação / FIBA)Mundial marca a despedida da armadora Adrianinha (Foto: Divulgação / FIBA)


No torneio feminino, disputado na Turquia, o Brasil caiu no Grupo da Morte. Começou perdendo para a República Tcheca, depois para a Espanha e precisava vencer o Japão para não dar adeus na primeira fase. Após início nervoso, Erika & Cia. passaram pelas asiáticas e ganharam sobrevida no Mundial. Nas oitavas, só deram trabalho para a França no primeiro quarto. A partida marcou a despedida da armadora Adrianinha. Com a eliminação, o time terminou em 12º lugar, igualando a pior campanha de sua história, obtida na edição de 1975, na Colômbia. Já as americanas confirmaram sua hegemonia ao baterem a Espanha. Ergueram o troféu pela nova vez. A Austrália passou pelas donas da casa e completou o pódio. 


04
Seleção feminina de futsal conquista o penta mundial

A ida ao Mundial da Costa Rica esteve ameaçada por inviabilidade financeira alegada pela Confederação Brasileira de Futsal (CBFS). Dona de quatro títulos, mas sem apoio, as jogadoras lançaram uma campanha na internet para arrecadar R$ 180 mil. A entidade voltou atrás e deu um prazo para que as atletas apresentassem propostas de patrocinadores que pudessem custear a viagem. Falcão, Neto e outros companheiros da seleção masculina doaram R$ 10mil. Receberam o apoio de um banco e embarcaram. 


Depois de estar perdendo por 3 a 1 a final contra Portugal, a seleção iniciou uma reação quando restavam cinco minutos para o fim da partida. Com uma virada incrível, fez 4 a 3 e ergueu a taça de forma invicta. No retorno ao país, as jogadoras alfinetaram a entidade
No início do ano, quem teve problemas com a CBFS foi Falcão. Depois de fazer duras críticas, ele anunciou que deixaria a seleção. Após as mudanças promovidas, ele voltou a vestir a camisa do Brasil. O retorno foi em grande estilo: com vitória sobre a Argentina no estádio Mané Garrincha, diante de um público de 56.483 pessoas. 

Futsal Brasil x Argentina Falcão (Foto: Andre Borges / GDF)
Falcão durante partida histórica no estádio 
Mané Garrincha (Foto: Andre Borges / GDF)


05
futebol de 5: brasil bate argentina e é tetra mundial

Rivais de longa data, Brasil e Argentina estiveram frente a frente em mais uma final. Em novembro, no Mundial do Japão de futebol de 5 (modalidade para deficientes visuais, na qual apenas o goleiro tem visão total), a seleção venceu a prorrogação por 1 a 0 e conquistou o tetracampeonato de forma invicta. O gol do título foi de Jefinho. 





FONTE:
http://glo.bo/1tud17d

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