A CRÔNICA
por
GloboEsporte.com
É possível o time com três volantes e nenhum meia cerebral criar mais
do que um adversário repleto de peças habilidosas? É possível um jogador
que errara quase todos os lances ser iluminado com um gol e uma
assistência? É possível tudo isso se transformar na quebra de jejum
histórico, que se arrastava há mais de dois anos, além do fato de nunca
ter vencido na Arena? Num Gre-Nal, tudo é possível. Foi possível no 403.
Contrariando tendências, soterrando teses, o Grêmio goleou o Inter, de
D’Ale e cia, por 4 a 1, com gols de Luan, Ramiro e dois de Alan Ruiz -
Rafael Moura descontou -, pela 33ª rodada do Brasileirão.
Um placar histórico, sim, um troco do 4 a 1 colorado na final do Gauchão, ainda neste ano. Mas consegue ir muito além dos nove clássicos anteriores sem vitórias e de todos esse período de provações. Tem implicação nos presente e futuro da Dupla. Faz o Grêmio ultrapassar o rival na tabela, o que não se via desde a sétima rodada e pisar no G-4 - é o terceiro lugar, com 57 pontos, enquanto o Inter ocupa a quinta posição, com 56. Que presente de aniversário para Felipão, 66 anos de idade festejados - e como - neste domingo de calor em Porto Alegre, diante de 46.437 pessoas.
Embalado, o Grêmio tem agora o desafio de se manter no G-4. No sábado, vai a Santa Catarina duelar com o Criciúma, alojado no Z-4. A recuperação do Inter pode surgir ainda na quarta-feira, em jogo antecipado da 35ª rodada diante do São Paulo, no Morumbi.
Superioridade tricolor desde o início
O Grêmio começou a ganhar o Gre-Nal no mistério, que havia perpassado toda a semana prévia ao clássico. Felipão foi o que conseguiu surpreender mais, ao sacar Riveros e manter o esquema de três volantes com Walace. A mudança de Abel Braga foi forçada - Cláudio Winck acusou lesão muscular e deu lugar a Wellington Silva. Wellington, aliás, sofreu um bocado com as investidas de Dudu, a peça mais perigosa de um primeiro tempo que refletiu o predomínio que o Grêmio já tinha nas arquibancadas - mais de 44 mil contra 1,3 mil almas vermelhas. Que sofreram ao ver Alisson salvar chute de Dudu logo a um minuto. Aos cinco, Ramiro arriscou.
Aos 19, nova tentativa, de Barcos.
O Grêmio tinha mais volantes, sim, mas conseguia ser mais criativo. Uma contradição? Felipão prefere chamá-la de tática. Que chegou ao seu ápice aos 27 minutos num lance que simboliza a concepção de Scolari. Se não tem armadores capazes, que os jogadores mais habilidosos se aproximem e costurem o gramado da Arena. Assim fizeram Barcos e Dudu. Este última engatou arrancada que só terminaria no fundo do campo, em drible estiloso sobre Aránguiz e passe generoso para Luan, então figura esmaecida, marcar 1 a 0.
A superioridade gremista era tão categórica que o primeiro ataque vultoso do Inter surgiu por uma falha individual do time de Felipão. De vilão a herói, Luan quase fora vilão novamente ao errar na saída de bola e entregá-la para Nilmar, derrubado por Geromel. A falta não resultou em nada. Logo depois, no entanto, Nilmar quase marcou golaço em bicicleta que raspou o travessão. A ousadia do camisa 7, antigo carrasco azul, animou os vermelhos. Os minutos finais foram de pressão colorada. Mas havia Rhodolfo, em tarde inspirada, para desarmar e inclusive disfarçar vacilos de Marcelo Grohe.
He-Man tenta, mas reservas decidem
Quem não vacilou foi Ramiro. Aos três minutos do segundo tempo, recebeu belo passe de Luan e aumentou: 2 a 0, e justiça diante de um Gre-Nal com um time declaradamente superior. O gol não apenas mexeu no placar, contagiou Luan, que de irregular passou a ser vital. Um herói improvável também começou a se desenhar no Inter. Criticado e reserva, Rafael Moura entrou aos 12 minutos. Aos 15, acertou um chutaço de longe, diminuindo o placar e esquentando ainda mais um ótimo clássico.
Foi um reserva tricolor, no entanto, que ampliou a capacidade de o Gre-Nal inverter padrões, derrubar lógicas e fazer o impossível… possível. Giuliano, aplacado por dores crônicas no púbis, quase em chances de jogar no ano, acabou relacionado. Para entrar na etapa final e retomar as rédeas do embate para o lado azul. Outro reserva, Alan Ruiz, cavou falta que se tornaria o terceiro gol, marcado por ele próprio, de cabeça, após cruzamento de Zé Roberto.
Eram 30 minutos, impossível para uma reação vermelha. Mas o suficiente para mais um gol: 4 a 1, a primeira vitória tricolor por mais de dois gols de diferença no Brasileirão. O tento foi de Alan Ruiz, que provocou a ira de D’Alessandro. O camisa 10 não gostou da aproximação do rival e tentou agredi-lo. O desfecho perfeito para uma tarde ainda mais perfeita para o Grêmio. É possível o Gre-Nal mudar a sua própria história? Se é.
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Um placar histórico, sim, um troco do 4 a 1 colorado na final do Gauchão, ainda neste ano. Mas consegue ir muito além dos nove clássicos anteriores sem vitórias e de todos esse período de provações. Tem implicação nos presente e futuro da Dupla. Faz o Grêmio ultrapassar o rival na tabela, o que não se via desde a sétima rodada e pisar no G-4 - é o terceiro lugar, com 57 pontos, enquanto o Inter ocupa a quinta posição, com 56. Que presente de aniversário para Felipão, 66 anos de idade festejados - e como - neste domingo de calor em Porto Alegre, diante de 46.437 pessoas.
Embalado, o Grêmio tem agora o desafio de se manter no G-4. No sábado, vai a Santa Catarina duelar com o Criciúma, alojado no Z-4. A recuperação do Inter pode surgir ainda na quarta-feira, em jogo antecipado da 35ª rodada diante do São Paulo, no Morumbi.
Barcos e Luan vibram com gol do Grêmio
(Foto: Marcos Cunha / Ag. Estado)
Superioridade tricolor desde o início
O Grêmio começou a ganhar o Gre-Nal no mistério, que havia perpassado toda a semana prévia ao clássico. Felipão foi o que conseguiu surpreender mais, ao sacar Riveros e manter o esquema de três volantes com Walace. A mudança de Abel Braga foi forçada - Cláudio Winck acusou lesão muscular e deu lugar a Wellington Silva. Wellington, aliás, sofreu um bocado com as investidas de Dudu, a peça mais perigosa de um primeiro tempo que refletiu o predomínio que o Grêmio já tinha nas arquibancadas - mais de 44 mil contra 1,3 mil almas vermelhas. Que sofreram ao ver Alisson salvar chute de Dudu logo a um minuto. Aos cinco, Ramiro arriscou.
Aos 19, nova tentativa, de Barcos.
O Grêmio tinha mais volantes, sim, mas conseguia ser mais criativo. Uma contradição? Felipão prefere chamá-la de tática. Que chegou ao seu ápice aos 27 minutos num lance que simboliza a concepção de Scolari. Se não tem armadores capazes, que os jogadores mais habilidosos se aproximem e costurem o gramado da Arena. Assim fizeram Barcos e Dudu. Este última engatou arrancada que só terminaria no fundo do campo, em drible estiloso sobre Aránguiz e passe generoso para Luan, então figura esmaecida, marcar 1 a 0.
A superioridade gremista era tão categórica que o primeiro ataque vultoso do Inter surgiu por uma falha individual do time de Felipão. De vilão a herói, Luan quase fora vilão novamente ao errar na saída de bola e entregá-la para Nilmar, derrubado por Geromel. A falta não resultou em nada. Logo depois, no entanto, Nilmar quase marcou golaço em bicicleta que raspou o travessão. A ousadia do camisa 7, antigo carrasco azul, animou os vermelhos. Os minutos finais foram de pressão colorada. Mas havia Rhodolfo, em tarde inspirada, para desarmar e inclusive disfarçar vacilos de Marcelo Grohe.
He-Man tenta, mas reservas decidem
Quem não vacilou foi Ramiro. Aos três minutos do segundo tempo, recebeu belo passe de Luan e aumentou: 2 a 0, e justiça diante de um Gre-Nal com um time declaradamente superior. O gol não apenas mexeu no placar, contagiou Luan, que de irregular passou a ser vital. Um herói improvável também começou a se desenhar no Inter. Criticado e reserva, Rafael Moura entrou aos 12 minutos. Aos 15, acertou um chutaço de longe, diminuindo o placar e esquentando ainda mais um ótimo clássico.
Foi um reserva tricolor, no entanto, que ampliou a capacidade de o Gre-Nal inverter padrões, derrubar lógicas e fazer o impossível… possível. Giuliano, aplacado por dores crônicas no púbis, quase em chances de jogar no ano, acabou relacionado. Para entrar na etapa final e retomar as rédeas do embate para o lado azul. Outro reserva, Alan Ruiz, cavou falta que se tornaria o terceiro gol, marcado por ele próprio, de cabeça, após cruzamento de Zé Roberto.
Eram 30 minutos, impossível para uma reação vermelha. Mas o suficiente para mais um gol: 4 a 1, a primeira vitória tricolor por mais de dois gols de diferença no Brasileirão. O tento foi de Alan Ruiz, que provocou a ira de D’Alessandro. O camisa 10 não gostou da aproximação do rival e tentou agredi-lo. O desfecho perfeito para uma tarde ainda mais perfeita para o Grêmio. É possível o Gre-Nal mudar a sua própria história? Se é.
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