domingo, 9 de novembro de 2014

Muricy elogia ambiente e deixa aberta possibilidade de Fabuloso ser titular

Técnico diz ter gostado de atuação do camisa 9 e deu a entender que pode mantê-lo contra o Inter, quarta. Treinador só exclui Ganso de revezamento: "Ele é diferente"


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Salvador


Após o triunfo do São Paulo sobre o Vitória, por 2 a 1, em Salvador, na tarde deste domingo, o goleiro Rogério Ceni deixou o gramado elogiando o ambiente do clube. A palavra do capitão do time ganhou apoio do técnico Muricy Ramalho, que apontou o comportamento de seus jogadores como o ponto alto dessa campanha do Tricolor, vice-líder do Brasileiro e semifinalista da Copa Sul-Americana.

- Esse grupo é muito bom, sabe que o técnico não tem preferência. Eu escalo quem eu acho que é bom para o time – afirmou Muricy.


O treinador foi questionado sobre a opção de poupar jogadores na Bahia, numa semana marcada por longas e desgastantes viagens. Ele disse que se baseou em exames que apontaram a necessidade de alguns descansarem e que informou a decisão em conversa com os atletas na véspera da partida.

- Conversei muito com eles ontem, disse que ia mexer mesmo e todos aceitaram. Aceitam porque sabem que o técnico tem experiência nesse sentido. Nosso ambiente é excelente – completou ele.

- O futebol é simples.  Ano passado tínhamos grandes jogadores, mas tínhamos um ambiente muito ruim, de atletas que não se comprometeram com o clube, e brigamos para não cair – afirmou Muricy, lembrando da má campanha de 2013.


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 Quem também foi alvo de elogios do chefe foi o atacante Luis Fabiano, autor do primeiro gol são-paulino e do passe para o segundo, de Kaká. Ele deixou aberta a possibilidade de o camisa 9 retomar um lugar entre os titulares no duelo com o Internacional, quarta-feira, no Morumbi, em jogo adiantado da 35ª rodada.

- Ele fez uma função boa, fazia tempo que ele não jogava sem a bola. É difícil para um centroavante ocupar um espaço. Todos têm que ocupar o espaço sem a bola. Ele brigou muito. A gente vai ver o que vai fazer. Estamos revezando um pouco o time, temos grandes jogadores que ficaram fora hoje. O Luis jogou bem e agora a gente vai ver se mexe no time. Aqui todo mundo tem a cabeça feita que todas as mudanças são para (o bem) do time. Se tiver que ficar fora, o jogador aceita – afirmou Muricy.

Pelo que disse o técnico, apenas um jogador não deve entrar nesse revezamento imposto pelo cansaço: o meia Paulo Henrique Ganso.

- A gente, quando escolhe alguém pra fazer o revezamento, nunca escolhe o Ganso porque é um jogador que quem corre é a bola. É um atleta muito inteligente, que sabe se posicionar. Está em condição física muito boa, ele foi disparado o melhor em campo, não se desgasta à toa. É um cara diferente mesmo.

Com a vitória em Salvador, o São Paulo chegou aos 62 pontos, ainda na caça ao Cruzeiro, líder do campeonato. Depois de enfrentar o Internacional, na quarta, pega o Palmeiras no final de semana, novamente no Morumbi.


Confira a íntegra da coletiva de Muricy Ramalho:

Luis Fabiano
Com relação ao jogo, a gente armou a equipe com alguns jogadores que não jogavam, a gente notou que nesse jogo no Equador, esses jogadores que tiramos estavam no limite, muito cansados. Aí escolhemos a estratégia de jogar com dois caras rápidos do lado, com o Luis em campo a gente não pode ter só meias, para ele ter em quem se apoiar. Ele fez uma função boa, fazia tempo que ele não jogava sem a bola. É difícil para um centroavante ocupar um espaço. Todos têm que ocupar o espaço sem a bola. Ele brigou muito, sem a bola. Ajudou muito. A gente vai ver o que vai fazer. A gente está revezando um pouco o time, temos grandes jogadores que ficaram fora hoje. A gente tira pela preocupação dos exames de alguns deles, especialmente o Kardec. O Luis jogou bem e a agora a gente vai ver se mexe no time. Aqui todo mundo tem a cabeça feita que todas as mudanças que a gente faz são para o time. Se tiver que ficar fora, o jogador aceita. O Luis está de parabéns, fazia tempo que não corria desse jeito.


Ganso
A gente, quando escolhe alguém pra fazer o revezamento, nunca escolhe o Ganso porque ele é um jogador que quem corre é a bola, é um atleta muito inteligente, sabe se posicionar. Está em condição física muito boa, ele foi disparado o melhor em campo. Ele é muito inteligente, por isso a gente o utiliza mais, ele não se desgasta à toa. É um cara diferente mesmo.


O ambiente do São Paulo
Simples, o futebol. Se você tem grandes jogadores como nós temos e como tínhamos ano passado, mas tínhamos um ambiente muito ruim de jogadores que não se comprometeram com o clube e brigou para não cair. Esse grupo é muito bom, sabe que o técnico não tem preferência, escalo quem eu acho que é bom para o time. Conversei muito com eles ontem, que ia mexer mesmo e todos aceitam. Aceitam porque sabem que o técnico tem experiência nesse sentido. Nosso ambiente é excelente. Ambiente no futebol é tudo.


A aposentadoria de Rogério
Ano passado ele também falou de se aposentador, e fizemos o jogo contra a Universidade Católica no Chile e ele pegou tanto naquele jogo que não era possível ele parar. Conversei com ele no final do ano e ele aceitou permanecer. Quando a gente vê um goleiro desse nível, acho que ele sinceramente é o melhor goleiro do Brasil nesse ano. Ele é perfeito tecnicamente. Ele corta caminho, é muito técnico. Pena que ele já tomou essa decisão, não sei se é definitivo, pena que não só o São Paulo, o futebol vai perder um dos melhores goleiros. Ele está numa fase excelente.


Rogério pode repensar a decisão?
Sei lá, depois desses jogos. Ele tinha o projeto de parar esse ano, ele quer ir pra fora para estudar e se preparar para ser técnico. Ele sabe que não basta ser bom jogador para ser bom técnico, senão ele bate e volta. Mas no futebol, sabe como é, é dinâmico. É uma decisão dele, exclusiva dele, e o que ele decidir a gente apoia, porque a gente é parceiro há muitos anos. No ano passado já estava definido, aí comecei aquela onda pra ele ficar e ele resolveu. Agora é com ele. Uma coisa é importante: todo jogador tem que saber a hora de parar e parar na hora certa, por cima. O futebol te dá tudo, mas ele também é ingrato. Quando não dá certo, as pessoas esquecem todos esses vinte anos.


O jogo contra o Inter
A gente lamenta (a derrota para o Grêmio, por 4 a 1) porque tenho um carinho especial pelo Inter, tenho muitos amigos lá ainda. Toda vez que vou lá é uma festa, o presidente é meu amigo. A gente fica triste, sou parceiro do Abel, um cara que admiro. Fico triste, mas não pode se iludir porque vem mordido. Time grande é assim, perde um clássico e tem que se recuperar. Mais uma decisão, a gente tá tendo uma atrás da outra.


Chances no Brasileiro
Temos a outra competição que é a Copa Sul-Americana, que é mais difícil pelas viagens. Mas ajuda um pouco porque não é fácil jogar duas competições, apesar que eles (Cruzeiro) têm elenco, mas tem a rivalidade também, é uma loucura Atlético-MG x Cruzeiro (na Copa do Brasil). Não é fácil, a gente sabe o que o técnico passa lá. É ruim para os dois. A gente está lutando muito nas duas competições, não é fácil o que esses jogadores estão fazendo, se doando. E agora acabou a Sul-Americana, é Libertadores, só ficaram os campeões. É pedreira. O torcedor tem que entender que às vezes a gente tira jogador, tira outro. Às vezes dá certo, às vezes não. A gente tem que ter um time apto para jogar, o que mais preocupa é a parte física.


Alexandre Pato volta?
O Pato está treinando, não sentiu. É importante, estava dolorido. Começou a treinar um pouco mais forte e não sentiu. Para quarta-feira é muito em cima, para o fim de semana pode dar, pelo menos para ficar no banco.

Ganso e Juan, São Paulo x vitória (Foto: Rubens Chiri / Ag. Estado)
Em boa forma, Ganso tirou elogios de Muricy: 
"É inteligente, não se desgasta à toa" 
(Foto: Rubens Chiri / Ag. Estado)


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