sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Galo tem renda recorde no Horto, mas público não entra nem no top 20

Bilheteria de R$ 4.741.300 é a maior de 83 jogos, mas espaços vazios incomodam jogadores. "A gente acha um pouco absurdo", afirma lateral Marcos Rocha


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Belo Horizonte

 
A primeira partida da final da Copa do Brasil entre Atlético-MG e Cruzeiro mostrou prós e contras da estratégia adotada por Alexandre Kalil. Ele escolheu o Independência como palco do jogo, em detrimento do Mineirão, e aumentou o preço dos ingressos, que custaram entre R$ 200 e R$ 700. A aposta no critério técnico foi bem-sucedida, já que o Galo venceu por 2 a 0. A questão financeira também pesou: os R$ R$ 4.741.300 representam a maior renda como mandante no Independência desde a sua reabertura, em abril de 2012. 

No entanto, dava para observar na decisão algumas áreas com muitos assentos vazios. Se a renda ficou em primeiro lugar, o público de 18.578 pagantes ocupa apenas a 25ª posição entre os 83 jogos. O número 1 fica com a final do Mineiro deste ano, com 22.315 pagantes.

estádio Independência América-MG x Cruzeiro (Foto: Bernardo Ferreira)
Independência apresentou áreas com muitos 
assentos vazios na final da Copa do Brasil 
(Foto: Bernardo Ferreira)


Logo após o apito final, Alexandre Kalil concedeu entrevista e voltou a falar na escolha pelo Horto. Disse, entre outras coisas, que "o Galo é o maior mandante do mundo" e que "querer levar a final para o Mineirão é achar que o presidente tem cara de retardado". Porém, os próprios jogadores perceberam lugares vazios na noite de quarta-feira.

 - Sabemos que o presidente optou por um estádio menor, elevou o valor do ingresso, e é difícil para alguns pagarem. A gente acha um pouco absurdo, mas o Atlético precisa pagar as contas, e era o momento de arrecadação. O presidente precisou fazer isso. Quem foi ao estádio apoiou, mas deu para perceber em alguns momentos que tinha alguns espaços vazios, talvez uma carga para mais umas três mil pessoas, que não compareceram. Mas foi por causa disso. A gente sabe que, hoje em dia, não é qualquer pessoa que pode pagar R$ 700 por um ingresso - afirmou Marcos Rocha.

O tíquete médio para a decisão da Copa do Brasil foi superior ao cobrado na partida que garantiu o título da Libertadores do ano passado. Na ocasião, a média por ingresso foi de R$ 250, contra R$ 255 dessa quarta.

O goleiro Victor também falou de assentos vazios, mas foi mais diplomático ao abordar a questão:

- Mesmo com espaços vazios, a participação da torcida foi muito legal e importante para a gente. O futebol é um esporte popular, e ingressos de R$ 600 e R$ 700 ficam um pouco alto. Mas tenho certeza que aqueles que não foram ficaram satisfeitos pela entrega do time. E os que estiveram no estádio foram fundamentais para a gente conquistar o resultado.


Mineirão seria melhor?

O Cruzeiro tem aproveitado a dimensão do Mineirão para conseguir números superiores de renda (média de quase R$ 1.300.000 por jogo, contra R$ 530 mil do Galo nos jogos do Horto antes dessa quarta). No entanto, o Galo consegue explorar parte de camarotes, estacionamento e bares no Independência, o que não ocorre no Mineirão. Na goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo, pela semifinal, a renda foi R$ 4.615.660, dos quais R$ 829.860 ficaram com a Minas Arena. Com todos os outros custos deduzidos, a receita líquida foi R$ 2.947.096,45.

Outro aspecto importante na final, além do valor imensurável de um título inédito, é a premiação. O campeão leva cerca de R$ 3 milhões da CBF, e o vice fatura R$ 1,8 milhão.


FONTE:
http://glo.bo/1xV59c5

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