Surfista de 20 anos vê características em comum do seu comportamento com o do tricampeão mundial da Fórmula 1: "Claro que nunca vou chegar aos pés dele"
Com apenas 20 anos, Gabriel Medina é um dos responsáveis pelo surfe estar se tornando um esporte popular no Brasil. Se no exterior, o surfista já é conhecido de longa data e apelidado de "The Freak" (A Aberração) pelo talento, os brasileiros começaram a acompanhar mais de perto a trajetória do jovem em agosto. Foi quando Medina venceu Kelly Slater, maior nome da história da modalidade, por três centésimos e ampliou a vantagem sobre os rivais na liderança do Circuito Mundial de Surfe (WCT).
O fenômeno da prancha também se tornou um monstro do marketing. São oito patrocinadores. Em sua última visita à praia de Maresias, em São Sebastião, litoral de São Paulo, ele mal teve tempo para ficar em casa. Foram diversos compromissos com fãs, patrocinadores e imprensa. O tempo livre faz parte do acordo que Medina tem com seu padrasto e técnico, Charles Rodrigues. Agora, às vésperas da etapa final do WCT, no Havaí, o jovem está em "rotina militar" de treinamentos. Além de isolado de amigos e família, nada de ações de marketing ou entrevistas.
Gabriel Medina se tornou o centro das atenções
do mundo do surfe (Foto: Filipe Rodrigues)
Nos últimos dias de sua passagem pelo Brasil, Medina falou sobre seus planos, suas ideias, o assédio e a preparação para a final em Pipeline Masters.
Confira:
Como é a rotina do Gabriel Medina quando não está competindo?
Quando não tenho nenhum compromisso consigo aproveitar com a minha família (Simone, sua mãe, além dos irmãos Sophia e Felipe). Por exemplo, hoje acordei, tomei café em casa com a minha família. Mas no começo da tarde tinha compromisso. Agora (19h), estou aqui com você. Terminando, vou para a igreja com a minha mãe
Nicole Bahls dá selinho em Gabriel Medina após eliminação do WQS de Maresias (Foto: Divulgação)
Perdi. Devido às coisas que tive que fazer, ao meu trabalho. Tive que ir para Austrália sem falar inglês e tive que aprender lá. Então tive que perder essa timidez. Eu era muito tímido. Tinha uma vez que eu estava surfando, vi uma menina me observando e fui remando direto para minha casa para não ter que encontrar ela. E era uma menina que eu ficava. Mas hoje em dia eu estou tranquilo, me viro bem.
Existe privacidade diante de tanto assédio?
Minha privacidade é em casa, com meus amigos, minha família. Lá que acabo me divertindo, na verdade. Jogo poker, pingue-pongue. Converso com a galera. Se tem amigos, chamo meus amigos para minha casa. Essa é minha privacidade.
Tem muitos atletas até mais velhos e de outras modalidades, que já citam Gabriel Medina como um ídolo. Como você se sente quando vê uma entrevista de alguém dizendo que é fã do Medina?
É muito legal. Bom ver o surfe crescendo. É um esporte que não era muito visto no Brasil para ser sincero. Mas devido aos meus resultados e a possibilidade de título aumentou. Questão de mídia e a oportunidade que estamos tendo agora é única. Estamos tão perto de alcançar este título que vou dar tudo de mim para que o surfe possa crescer. Vai ser bom para mim, bom para o Brasil, bom para o esporte. É maneiro ver o surfe crescendo assim.
Charles Rodrigues e Gabriel Medina
(Foto: Filipe Rodrigues)
Quem administra meus patrocinadores e minhas coisas são meu tio (Jaime) e meu pai (Charles). Estamos fechando com a Samsung. É uma empresa gigante. Muito bom estar no time. Mais um parceiro que me ajuda na minha carreira.
Ayrton Senna é a inspiração de Gabriel Medina (Foto: AP)
O meu ídolo é o Ayrton Senna. Claro que nunca vou chegar aos pés dele. Muitas pessoas já me disseram que temos a personalidade parecida. Até acho um pouco pelo que eu assisti no filme dele. É um cara muito inspirador, bem frio. Amava competir. Podia estar com o pior carro que pela força de vontade, pela garra, ele conseguia chegar aonde queria. É um cara que sempre dedicou. Eu quero um dia ser igual a ele.
O Ayrton Senna também ficou conhecido pela liderança entre os pilotos. Você também tem essa postura entre os surfistas, principalmente entre os mais jovens?
Nunca fui. O surfe é muito individual. Claro que no carro também é individual. Nunca fui de ficar cuidando dos outros. Não temos muito contato uns com os outros. Sou mais junto com a galera do Brasil. Sempre competimos juntos. Com os gringos, temos amizade de trabalho. Encontramos todo dia, falamos "oi, tudo bem?" e é isso. Eu quero servir de exemplo para as crianças que estão aprendendo surfe.
Família Gabriel Medina em Peniche
Foto: Breno Dines)
Sou muito novo. Não penso em casar e ter filhos ainda. Estou vivendo um momento muito bom. Quero aproveitar ao máximo. Tenho 20 anos agora. Não vou voltar aos meus 20 anos, então quero aproveitar ao máximo. O que tiver que ser vai ser. Quando eu conhecer a mulher da minha vida, eu vou saber, vou ter meus filhos. Deus está no comando. Com certeza, ele tem o que é melhor para mim.
o que medina precisa para ser campeão mundial
- Se Medina perder na segunda (25º) ou na terceira fase (13º) em Pipeline, precisa torcer para Slater não vencer a etapa, e Fanning não chegar às semifinais. Caso Fanning pare nas quartas, os dois farão uma bateria homem a homem para decidir o caneco.
- Se perder na quinta fase (9º), tem que torcer para Mick não chegar à final.
- Se perder nas quartas (5º) ou nas semis (3º), tem que torcer para Mick não vencer a etapa.
- Se chegar à final, conquista o título, independentemente do resultado de Mick.
FONTE:
http://glo.bo/1xVhnkS
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