Tigre encerra o jejum de 10 jogos sem vencer e treinador consegue seu primeiro triunfo na primeira divisão nacional de acordo com a estratégia montada para a partida
Acabou o jejum. O Criciúma não apenas encerrou o período de 10 jogos sem vencer, como o técnico Gilmar Dal Pozzo sentiu o gosto do triunfo pela primeira vez na Série A do Campeonato Brasileiro. O 1 a 0 sobre o Goiás, na noite deste domingo, teve um sabor especial ao comandante porque foi uma vitória como ele projetou, de acordo com a leitura que fez do adversário e com o que pediu aos seus comandados.
Dal
Pozzo queria um time com maior posse de bola e passes certos, conseguiu
55% e apenas 27 toques errados dos 245 no total (o Goiás errou 21 de
seus 101). O gol, num tiro de canhota do lateral-direito Luís Felipe
também foi de acordo com o que planejou.
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Projetamos este jogo para vencer jogando por dentro, porque o Goiás
fecha muito pelo lado e não teria espaço. Por isso entrei com Serginho,
Rafael Costa, Cleber Santa e Paulo Baier povoando o meio, queria a posse
e pedi aos laterais, porque não haveria espaço, que fechassem pode
dentro, fizessem infiltrações. Não conseguimos fazer um treino tático
para isso, e passei ao Luís Felipe e o ao Giovanni... eles entenderam. O
Giovanni teve mais dificuldade para aparecer e não tem a mesma
habilidade que o Luís com a outra perna. O Luís Felipe tem a
característica de bater com as duas e ele conseguiu.
Na
entrevista coletiva após o confronto, o treinador não escondeu a
felicidade de alcançar o primeiro triunfo na primeira divisão nacional.
Ele a perseguiu em seis jogos pela Chapecoense e no terceiro pelo Tigre –
no total de nove na Série A – sentiu o gosto incomum, como o próprio
descreve.
- A vitória é muito especial porque só eu
sei o quando eu lutei por ela. Mesmo com bons jogos na Chapecoense ela
não veio e custou minha permanência. Fizemos um grande jogo contra o
Corinthians e não veio, contra o Palmeiras foi equilibrado e perdemos no
único erro nosso na partida. Sabia que iria encontrar um adversário
qualificado, que ganhou do Flamengo e veio com qualidade. Mas os atletas
entenderam o que passei, pois não teve nenhum trabalho tático depois do
jogo de quarta. Priorizamos o descanso e eles entenderam tudo que
coloquei no quadro. Por isso a vitória veio e estou feliz pela primeira
vitória.
Gilmar Dal Pozzo exalta vitória do
Tigre (Foto: Fernando
Ribeiro/Criciúma EC)
A seguir, veja a integra da entrevista coletiva.
Avaliação
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Estou feliz pela vitória que foi por merecimento. Eu tinha o meu
desafio de organizar e dar uma cara para equipe, uma maneira de jogar,
antes mesmo de resultado. O resultado só vem se produzir, e estou
satisfeito com entrega dos jogadores nos três jogos. Não somos mais a
pior defesa, e tivemos equilíbrio e uma maneira de jogar. O Criciúma tem
uma ideia de jogo bem clara: qualidade de posse, ousadia, criação e sem
a bola é uma equipe competitiva. Os atletas entenderam a ideia e por
isso vencemos, consagrando também o rendimento dos dois jogos
anteriores.
Bom primeiro tempo e apoio da torcida
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No primeiro tempo tivemos quatro situações claras de gol. A equipe não
fez e continuou com volume, agredindo, marcando e jogando. Sabia que com
a persistência a gente iria encontrar o resultado. Quando fomos para o
intervalo torcedor aplaudiu e isso municiou os atletas. Falei que era
para seguir produzindo, sendo melhor e assim o resultado viria. Foi pela
persistência e vencemos
Desentendimento entre Fábio Ferreira e Zé Carlos antes do jogo
- É deste espírito que precisamos, de muita vontade dos dois. Com este espírito se consegue uma retomada.
Fim do jejum de gols
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Foi embora a pressão de uma equipe envolvida com a causa, o time
extravasou. Na hora eu vi um fato marcante, vi o Eduardo
(lateral-direito) abraçando o Luís Felipe, isso mostra o respeito entre
eles. Vi o Souza abraçar o Zé, um colega da mesma posição, e isso
enaltece o trabalho.
Falhas na defesa
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Teve um lance do Gualberto em que saiu jogando por dentro e o Goiás fez
pressão e retomou. Não considero que tenha sido uma situação clara,
faltou a bola de segurança, um chute longe para frente. No segundo tempo
a melhor chance deles foi de bola parada, em que um jogador entrou
sozinho. Foram as duas e o adversário tem qualidade, está com pontuação
boa e uma equipe que chama atenção pela velocidade. Conseguimos marcar
bem e o Serginho esteve bem posicionado, não dando possibilidade do
adversário jogar em velocidade. Caso contrário a gente teria muita
dificuldade, mas a equipe ficou bem compacta. Precisávamos da vitória e a
melhor forma de conseguir é fazer pressão. Tínhamos o calor da torcida,
que é bom demais jogar com o torcedor, mas precisava ter atitude e não
deixar de usar a qualidade.
Substituições
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Já estava preparado com o Ricardinho, que tinha feito trabalho tático
(na sexta) e deixei ele preparado. Não iniciei com ele porque ele teve
um problema particular que ficou um tempo parado, não sei se iria
aguentar. Quando ele entrou, deixei o Cleber Santana mais livre. No caso
da saída do Baier tem que ter lucidez, ele não estava mais produzindo,
chegou ao limite e deu tudo que tinha e o máximo. O Lucca entrou bem e
deu resposta positiva.
Jejum de gols
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Foi difícil, o time vinha numa pressão forte por resultado, estava
precisando. No primeiro tempo tivemos quatro situações clara e a bola
não entrou. Quando a bola entrou no segundo tempo, teve técnico em
campo, torcida e jogadores extravasaram. Mas é compreensível, o gol
veio e tem que comemorar.
Próximo jogo: Figueirense
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Ainda vamos analisar o desgaste físico e vamos forte para o clássico.
Sei a maneira que o Argel joga e vamos para fazer um grande jogo, Mas
temos produzir para conquistar a vitória.
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