segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Vitória “especial” do Criciúma tem a marca da estratégia de Dal Pozzo

Tigre encerra o jejum de 10 jogos sem vencer e treinador consegue seu primeiro triunfo na primeira divisão nacional de acordo com a estratégia montada para a partida


Por Criciúma, SC

 

Acabou o jejum. O Criciúma não apenas encerrou o período de 10 jogos sem vencer, como o técnico Gilmar Dal Pozzo sentiu o gosto do triunfo pela primeira vez na Série A do Campeonato Brasileiro. O 1 a 0 sobre o Goiás, na noite deste domingo, teve um sabor especial ao comandante porque foi uma vitória como ele projetou, de acordo com a leitura que fez do adversário e com o que pediu aos seus comandados.

Dal Pozzo queria um time com maior posse de bola e passes certos, conseguiu 55% e apenas 27 toques errados dos 245 no total (o Goiás errou 21 de seus 101). O gol, num tiro de canhota do lateral-direito Luís Felipe também  foi de acordo com o que planejou.

- Projetamos este jogo para vencer jogando por dentro, porque o Goiás fecha muito pelo lado e não teria espaço. Por isso entrei com Serginho, Rafael Costa, Cleber Santa e Paulo Baier povoando o meio, queria a posse e pedi aos laterais, porque não haveria espaço, que fechassem pode dentro, fizessem infiltrações. Não conseguimos fazer um treino tático para isso, e passei ao Luís Felipe e o ao Giovanni... eles entenderam. O Giovanni teve mais dificuldade para aparecer e não tem a mesma habilidade que o Luís com a outra perna. O Luís Felipe tem a característica de bater com as duas e ele conseguiu.

Na entrevista coletiva após o confronto, o treinador não escondeu a felicidade de alcançar o primeiro triunfo na primeira divisão nacional. Ele a perseguiu em seis jogos pela Chapecoense e no terceiro pelo Tigre – no total de nove na Série A – sentiu o gosto incomum, como o próprio descreve.

- A vitória é muito especial porque só eu sei o quando eu lutei por ela. Mesmo com bons jogos na Chapecoense ela não veio e custou minha permanência. Fizemos um grande jogo contra o Corinthians e não veio, contra o Palmeiras foi equilibrado e perdemos no único erro nosso na partida. Sabia que iria encontrar um adversário qualificado, que ganhou do Flamengo e veio com qualidade. Mas os atletas entenderam o que passei, pois não teve nenhum trabalho tático depois do jogo de quarta. Priorizamos o descanso e eles entenderam tudo que coloquei no quadro. Por isso a vitória veio e estou feliz pela primeira vitória.

Gilmar Dal Pozzo Criciúma (Foto: Fernando Ribeiro/Criciúma EC)
Gilmar Dal Pozzo exalta vitória do 
Tigre (Foto: Fernando 
Ribeiro/Criciúma EC)


A seguir, veja a integra da entrevista coletiva.

Avaliação
- Estou feliz pela vitória que foi por merecimento. Eu tinha o meu desafio de organizar e dar uma cara para equipe, uma maneira de jogar, antes mesmo de resultado. O resultado só vem se produzir, e estou satisfeito com entrega dos jogadores nos três jogos. Não somos mais a pior defesa, e tivemos equilíbrio e uma maneira de jogar. O Criciúma tem uma ideia de jogo bem clara: qualidade de posse, ousadia, criação e sem a bola é uma equipe competitiva. Os atletas entenderam a ideia e por isso vencemos, consagrando também o rendimento dos dois jogos anteriores. 


Bom primeiro tempo e apoio da torcida
- No primeiro tempo tivemos quatro situações claras de gol. A equipe não fez e continuou com volume, agredindo, marcando e jogando. Sabia que com a persistência a gente iria encontrar o resultado. Quando fomos para o intervalo torcedor aplaudiu e isso municiou os atletas. Falei que era para seguir produzindo, sendo melhor e assim o resultado viria. Foi pela persistência e vencemos


Desentendimento entre Fábio Ferreira e Zé Carlos antes do jogo
- É deste espírito que precisamos, de muita vontade dos dois. Com este espírito se consegue uma retomada. 


Fim do jejum de gols
- Foi embora a pressão de uma equipe envolvida com a causa, o time extravasou. Na hora eu vi um fato marcante, vi o Eduardo (lateral-direito) abraçando o Luís Felipe, isso mostra o respeito entre eles. Vi o Souza  abraçar o Zé, um colega da mesma posição, e isso enaltece o trabalho. 


Falhas na defesa
- Teve um lance do Gualberto em que saiu jogando por dentro e o Goiás fez pressão e retomou. Não considero que tenha sido uma situação clara, faltou a bola de segurança, um chute longe para frente. No segundo tempo a melhor chance deles foi de bola parada, em que um jogador entrou sozinho. Foram as duas e o adversário tem qualidade, está com pontuação boa e uma equipe que chama atenção pela velocidade. Conseguimos marcar bem e o Serginho esteve bem posicionado, não dando possibilidade do adversário jogar em velocidade. Caso contrário a gente teria muita dificuldade, mas a equipe ficou bem compacta. Precisávamos da vitória e a melhor forma de conseguir é fazer pressão. Tínhamos o calor da torcida, que é bom demais jogar com o torcedor, mas precisava ter atitude e não deixar de usar a qualidade. 


Substituições
- Já estava preparado com o Ricardinho, que tinha feito trabalho tático (na sexta) e deixei ele preparado. Não iniciei com ele porque ele teve um problema particular que ficou um tempo parado, não sei se iria aguentar. Quando ele entrou, deixei o Cleber Santana mais livre. No caso da saída do Baier tem que ter lucidez, ele não estava mais produzindo, chegou ao limite e deu tudo que tinha e o máximo. O Lucca entrou bem e deu resposta positiva.


Jejum de gols
- Foi difícil, o time vinha numa pressão forte por resultado, estava precisando. No primeiro tempo tivemos quatro situações clara e a bola não entrou. Quando a bola entrou no segundo tempo, teve técnico em campo, torcida e jogadores extravasaram.  Mas é compreensível, o gol veio e tem que comemorar. 


Próximo jogo: Figueirense
- Ainda vamos analisar o desgaste físico e vamos forte para o clássico. Sei a maneira que o Argel joga e vamos para fazer um grande jogo, Mas temos produzir para conquistar a vitória.


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