Jogadoras ficam sabendo de última hora que desafio só estará disponível a partir da segunda fase do torneio. No masculino, o replay foi decisivo em um jogo do Brasil
No jogo Brasil x Camarões houve um
lance duvidoso (Foto:
Divulgação/FIVB)
Apontado como um dos principais avanços para a modernização
do vôlei mundial, o recurso do vídeo foi vetado da primeira fase de
disputas do
Mundial feminino de vôlei, na Itália. O replay, que inclusive definiu a
primeira derrota do Brasil na competição masculina, na semana passada,
só será
utilizado a partir da segunda fase da disputa do torneio das mulheres.
Divulgada de última hora, a decisão desagradou as jogadoras brasileiras.
- Eu acho importante ter. Não é que eles façam de propósito,
mas os árbitros reservas erram bastante em momentos decisivos. Então, acho
legal ter. Tem necessidade do desafio no feminino também, por que os árbitros
erram do mesmo jeito. Acho
que tinha que ter desde o início, mas, por algum motivo, não colocaram –
argumentou a oposto Sheilla.
O recurso do vídeo vem sendo utilizado constantemente nas
competições. No Mundial masculino, disputado na Polônia até semana passada, o ponto
decisivo da primeira vitória polonesa sobre o Brasil saiu depois de um pedido
de desafio do técnico Stephane Antiga. A arbitragem acabou voltando atrás após
constatar nas imagens que a bola desviara no bloqueio de Sidão.
Brasileiros conferem imagens, após
desafio pedido pelos poloneses
(Foto: Divulgação / FIVB)
Na vitória brasileira sobre
Camarões no Mundial feminino, nesta quarta-feira, o desafio seria utilizado em
uma bola duvidosa, caso o recurso estivesse disponível. Nesta situação específica,
não comprometeria o resultado do jogo, uma vez que a superioridade brasileira
era muito grande. O medo, porém, é que em um jogo apertado isso faça a
diferença.
- Em jogo
importante, que depende de bola duvidosa, isso pode comprometer um pouco. Hoje
mesmo teve um lance que o juiz não viu. Imagina se estivesse apertado? Por
enquanto, os juízes não estão errando tanto. Espero que isso não possa
comprometer a gente – comentou Fabiana.
saiba mais
O aviso de que o recurso não estaria disponível em um
primeiro momento do torneio não veio acompanhado de uma explicação oficial. A
assessoria de imprensa do Mundial disse ao GloboEsporte.com que o provável é
que tenham considerado desnecessária a utilização do desafio no feminino, já
que “o jogo entre as mulheres é mais lento do que no masculino”. Portanto, não
costumam surgir tantas dúvidas.
Só quando já estava em Trieste, no início dessa semana, que
o técnico José Roberto Guimarães ficou sabendo da novidade. Apesar de também
achar que o recurso deveria estar disponível desde o primeiro jogo, o treinador
lembrou que até pouco tempo todos eram obrigados a jogar sem qualquer tipo de
auxílio de imagens.
- Só disseram que não teria e não deram nenhum motivo
específico. Eu acho que poderia ter, né?
Mas, se não tem, o que eu posso fazer? O que não tem remédio, remediado está. Então,
vamos esperar para a segunda fase e acreditar que os árbitros vão ter uma boa
atuação. Nós jogamos tanto tempo sem, não acho que vai ser um grande problema
não ter nessa primeira fase.
O Brasil volta a jogar
nesta quinta-feira, às 5h30 (horário de Brasília), quando enfrenta a
seleção canadense, com transmissão ao vivo do SporTV. Os assinantes do Canal Campeão também podem acompanhar os lances pelo SporTV Play.
Nesta primeira fase, as quatro melhores de cada grupo avançam à etapa
seguinte. O Brasil lidera o Grupo B, com duas vitórias (6 pontos),
seguido de Sérvia (5 pontos) e Turquia (3 pontos)
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