Rodolpho Cézar, que defende o atleta no caso, classifica condições às quais seu cliente está entregue como "desumanas" e o considera "jogado" e "abandonado"
Abandonado e sob condições desumanas. Este é o estado de Jobson
na Arábia Saudita, segundo o advogado do atleta, Rodolpho Cézar. Há
quatro meses não recebe salários, e os dirigentes o retiraram do hotel
onde morava, o que o obrigou a alugar um apartamento por conta própria.
Os carros que ganhou logo no início de sua passagem pelo Al Ittihad
foram apreendidos. Tiraram-lhe até mesmo o tradutor e também o
passaporte.
Nesta quinta-feira, o escritório de Rodolpho, Brito & Soares, juntamente com o de Marcos Motta (Bichara & Motta), darão entrada no processo de rescisão unilateral do contrato do brasileiro, de 26 anos, com o Ittihad, para trazê-lo de volta ao país.
- O que o Al Ittihad está fazendo com o Jobson é desumano. Ele está sozinho, não tem nenhum parente nem ninguém com ele. Retiraram a moradia e não pagam alimentação. Está há quatro meses sem receber salários. O Jobson cuida da família e atende familiares na cidade dele (Conceição do Araguaia, no Pará). Ele não contava com essa atitude por parte do clube. Era unanimidade com a torcida, na rua até hoje pedem a volta dele. É desumano!
Ele está abandonado, jogado. Alguns clubes do mundo árabe têm esse grande defeito de, quando ocorre qualquer coisa fora do entendimentos, punem o jogador dessa forma, retendo o passaporte. Na verdade, esse passaporte não era nem para estar com o clube. O passaporte tem que ficar com o atleta - protestou Rodolpho.
Jobson começou a ser preterido a partir da mudança de diretoria no Al Ittihad, ocorrida em dezembro passado. Naquela ocasião, foi sugerida uma redução salarial, algo que foi prontamente recusado. Resultado: em 2014, só disputou um jogo. De acordo com a imprensa local, acabou suspenso pelo Comitê Antidoping da Arábia Saudita sob a alegação de que teria se recusado a fazer um exame. Rodolpho Cézar cobra do clube e da federação local a apresentação de documentos referentes ao suposto pedido de exame, mas até hoje não obteve sucesso.
- Solicitamos ao Al Ittihad e à federação saudita os documentos de todo o procedimento sobre o possível exame antidoping divulgado pelo clube. Eu e Marcos Motta não temos qualquer conhecimento sobre o assunto. Cumprimos as normas da Fifa, enviando as respectivas notificações, dando ciência à Fifa.
O que a gente quer é que o Al Ittihad cumpra o contrato. Que quitem os atrasados e paguem o contrato, porque ele tem vínculo até junho. Quando houve a mudança de diretoria, o Jobson foi afastado sem nenhuma explicação.
Em nenhum momento ele foi notificado, penalizado ou advertido.
Ainda em relação ao drama vivido por Jobson, Rodolpho narra que seu cliente ficou totalmente desorientado quando recebeu a visita de um árabe que sequer falava inglês. Para o advogado, uma forma de forçá-lo a assinar uma proposta classificada como indecente: o brasileiro abriria mão de todos os recebimentos e teria seu passaporte entregue de volta.
- Ele me contou que enviaram uma pessoa à casa dele, e este começou a falar em árabe. O Jobson não entendeu nada, não conseguia enxergar o que tinha no crachá da pessoa. Isso é uma forma de pressioná-lo a aceitar a proposta do presidente para que abra mão de tudo. Depois de inúmeras tentativas de fazê-lo abrir mão de tudo, aí o presidente tirou todos os benefícios do Jobson. Por parte do atleta não houve qualquer descumprimento. Hoje (quinta-feira) estamos rescindindo o contrato e esperamos que devolvam o passaporte imediatamente para o jogador voltar para o seu país - insistiu.
Além da natural defesa ao ex-botafoguense, Rodolpho se vê na missão de abrir os olhos da Fifa a um problema recorrente nos países árabes.
- A reincidência já está sendo alertada à Fifa. O clube é reincidente no assunto e já adotou desse procedimento com outros atletas.
O Al Ittihad reteve o passaporte do meia Diego Souza em 2012. Marcelinho Carioca é outro que viveu esse problema, entre 2003 e 2004, quando defendeu o também saudita Al Nassr. O advogado Marcos Motta conseguiu liberá-lo.
Resolvida a pendência com o Al Ittihad, Jobson se apresenta ao Botafogo, com quem tem contrato até dezembro de 2015. Se jogará pelo Alvinegro ainda não se sabe, porém Rodolpho o vê com outra cabeça depois do drama.
- O que eu percebo é que essa experiência que o Jobson está tendo fora o engrandece muito. É tudo muito positivo nesse sentido de ele dar valor às oportunidades que ele tem recebido no futebol. O jogador tem se mostrado tranquilo, e mantenho contato com ele pelo menos cinco vezes por dia, passando tranquilidade - encerrou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2014/05/jobson-busca-rescisao-na-arabia-e-advogado-lamenta-vida-do-atleta-por-la.html
Nesta quinta-feira, o escritório de Rodolpho, Brito & Soares, juntamente com o de Marcos Motta (Bichara & Motta), darão entrada no processo de rescisão unilateral do contrato do brasileiro, de 26 anos, com o Ittihad, para trazê-lo de volta ao país.
- O que o Al Ittihad está fazendo com o Jobson é desumano. Ele está sozinho, não tem nenhum parente nem ninguém com ele. Retiraram a moradia e não pagam alimentação. Está há quatro meses sem receber salários. O Jobson cuida da família e atende familiares na cidade dele (Conceição do Araguaia, no Pará). Ele não contava com essa atitude por parte do clube. Era unanimidade com a torcida, na rua até hoje pedem a volta dele. É desumano!
Ele está abandonado, jogado. Alguns clubes do mundo árabe têm esse grande defeito de, quando ocorre qualquer coisa fora do entendimentos, punem o jogador dessa forma, retendo o passaporte. Na verdade, esse passaporte não era nem para estar com o clube. O passaporte tem que ficar com o atleta - protestou Rodolpho.
Jobson chegou ao Al-Ittihad em agosto
de 2013, teve sucesso, mas a felicidade
durou pouco (Foto:
Reprodução/Twitter)
Jobson começou a ser preterido a partir da mudança de diretoria no Al Ittihad, ocorrida em dezembro passado. Naquela ocasião, foi sugerida uma redução salarial, algo que foi prontamente recusado. Resultado: em 2014, só disputou um jogo. De acordo com a imprensa local, acabou suspenso pelo Comitê Antidoping da Arábia Saudita sob a alegação de que teria se recusado a fazer um exame. Rodolpho Cézar cobra do clube e da federação local a apresentação de documentos referentes ao suposto pedido de exame, mas até hoje não obteve sucesso.
- Solicitamos ao Al Ittihad e à federação saudita os documentos de todo o procedimento sobre o possível exame antidoping divulgado pelo clube. Eu e Marcos Motta não temos qualquer conhecimento sobre o assunto. Cumprimos as normas da Fifa, enviando as respectivas notificações, dando ciência à Fifa.
O que a gente quer é que o Al Ittihad cumpra o contrato. Que quitem os atrasados e paguem o contrato, porque ele tem vínculo até junho. Quando houve a mudança de diretoria, o Jobson foi afastado sem nenhuma explicação.
Em nenhum momento ele foi notificado, penalizado ou advertido.
Advogado de Jobson, Rodolpho enxerga
condições desumanas no futebol árabe
(Foto: Fred Gomes)
Ainda em relação ao drama vivido por Jobson, Rodolpho narra que seu cliente ficou totalmente desorientado quando recebeu a visita de um árabe que sequer falava inglês. Para o advogado, uma forma de forçá-lo a assinar uma proposta classificada como indecente: o brasileiro abriria mão de todos os recebimentos e teria seu passaporte entregue de volta.
- Ele me contou que enviaram uma pessoa à casa dele, e este começou a falar em árabe. O Jobson não entendeu nada, não conseguia enxergar o que tinha no crachá da pessoa. Isso é uma forma de pressioná-lo a aceitar a proposta do presidente para que abra mão de tudo. Depois de inúmeras tentativas de fazê-lo abrir mão de tudo, aí o presidente tirou todos os benefícios do Jobson. Por parte do atleta não houve qualquer descumprimento. Hoje (quinta-feira) estamos rescindindo o contrato e esperamos que devolvam o passaporte imediatamente para o jogador voltar para o seu país - insistiu.
Além da natural defesa ao ex-botafoguense, Rodolpho se vê na missão de abrir os olhos da Fifa a um problema recorrente nos países árabes.
- A reincidência já está sendo alertada à Fifa. O clube é reincidente no assunto e já adotou desse procedimento com outros atletas.
O Al Ittihad reteve o passaporte do meia Diego Souza em 2012. Marcelinho Carioca é outro que viveu esse problema, entre 2003 e 2004, quando defendeu o também saudita Al Nassr. O advogado Marcos Motta conseguiu liberá-lo.
Resolvida a pendência com o Al Ittihad, Jobson se apresenta ao Botafogo, com quem tem contrato até dezembro de 2015. Se jogará pelo Alvinegro ainda não se sabe, porém Rodolpho o vê com outra cabeça depois do drama.
- O que eu percebo é que essa experiência que o Jobson está tendo fora o engrandece muito. É tudo muito positivo nesse sentido de ele dar valor às oportunidades que ele tem recebido no futebol. O jogador tem se mostrado tranquilo, e mantenho contato com ele pelo menos cinco vezes por dia, passando tranquilidade - encerrou.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2014/05/jobson-busca-rescisao-na-arabia-e-advogado-lamenta-vida-do-atleta-por-la.html
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