Para atleta, que volta à seleção após um ano, Circuito Mundial é como 'Big Brother Brasil': um paredão por semana. Antes defender país, ela disputa Rainha da Praia
Após um ano afastada, Juliana volta a disputar o Circuito Mundial (Foto: Maurício Kaye / CBV)
Um ano longe. Juliana foi cortada duas vezes da seleção brasileira, em dezembro de 2012 e em maio de 2013. O motivo foram as críticas ao sistema de rodízio de técnicos e parceiras implantado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) para o Circuito Mundial. Fora do torneio, ela disputou uma etapa do Circuito Russo em julho do ano passado, com a anfitriã Maria Prokopieva, e foi campeã em Anapa, às margens do Mar Negro. O futuro era incerto. Há menos de duas semanas, a espera chegou ao fim com a convocação do técnico Marcos Miranda. Vice-campeã do Circuito Brasileiro 2013/2014, a santista vislumbra uma nova era. Ao lado da atual parceira, Maria Elisa, ela defenderá o Brasil nas etapas de abertura do Circuito Mundial, na China: o Open de Fuzhou, de 22 a 27 de abril, e, na semana seguinte, o Grand Slam de Xangai, de 29 de abril a 4 de maio.
- É como se eu estivesse chegando pela primeira vez na seleção. Me sinto como em 2009, o sentimento é o mesmo. Fiquei fora porque lesionei o joelho nas vésperas das Olimpíadas. Eu acordava e dormia pensando em Pequim e, de repente, tudo mudou. Foi difícil, mas eu voltei. E naquele mesmo ano, a gente foi tetracampeã mundial e, pela primeira vez, a melhor dupla do mundo.
O que eu mais queria era voltar para a seleção e fazer o que eu mais amo, que é jogar vôlei de praia. Mas aprendi que na vida as coisas acontecem no tempo certo. Estou muito feliz de voltar ao Circuito Mundial. É o torneio que eu mais gosto, onde estão as melhores atletas e os maiores desafios. O resultado a gente vê em dezembro.
Juliana e Larissa com a medalha de
bronze no vôlei de praia das
Olimpíadas de Londres, em
2012 (Foto: Reuters)
- O Circuito mundial se define semana a semana. Eu costumo falar que é igual ao Big Brother (risos), é paredão toda a semana até a decisão. Passamos muito tempo longe de casa, da família e dos amigos, é um sacrifício. Não é só vôlei, tem muita cabeça. Eu fiquei fora no ano passado e confesso que não acompanhei muito. Ainda não sei qual é o cenário que vou encontrar, mas é uma casa que eu visitei muitas vezes e conheço bem. Estou muito feliz e motivada. Me senti acolhida em Saquarema, todos me receberam de braços abertos e estou esperançosa por um ano produtivo. O que vier vai ser maravilhoso e eu espero que seja o melhor possível. Vou trazer tudo o que tem de mim, a minha experiência e as coisas que eu sempre almejei.
2016: medalha de ouro e gravidez
Vice-campeãs brasileiras, Juliana e Maria Elisa podem jogar juntas em 2016 (Foto:Paulo Frank/CBV)
- É claro que eu quero disputar 2016. Querer eu quero demais, assim como todas as jogadoras, mas não depende só de mim. Só de passar pelo Leme, eu já fico imaginando a arena que será montada ali, como nos Jogos Pan-Americanos. Meu sonho é conquistar a medalha de ouro e descobrir a gravidez durante os Jogos. Quase fiquei grávida em Londres, mas fechei a casa. Quero muito ser mãe e ter esse ouro, é o que falta. Se isso acontecer, vou lá no Cristo Redentor agradecer. Mas, ainda tem 2014, 2015... Estou planejando, sem criar expectativas.
Em busca da coroa do Rainha da Praia
Antes de vestir a amarelinha, Juliana irá brigar pelo título do Rainha da Praia, neste final de semana, nas areias de Ipanema, com transmissão do SporTV. A atleta foi coroada em 2005. A competição mantém o formato de 2013. Neste sábado, serão disputados jogos com um set de 21 pontos, de acordo com as regras oficiais da FIVB. A atleta com o maior número de vitórias em cada chave se classifica para a decisão no domingo. Para a final, disputada em melhor de três sets, a jogadora poderá escolher qualquer participante eliminada para compor sua dupla. A jogadora que vencer a partida será coroada. No Grupo A estão Bárbara, Maria Elisa, Talita e Carol. No Grupo B, Ágatha, Juliana, Taiana e Maria Clara. As reservas são Thais e Amanda.
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- As meninas sempre falam isso de que o Rainha é um torneio para se divertir, mas, na hora do jogo, muitas ficam nervosas. Todas entram com esse espiríto, só que aí já vem aquela pressão por vitórias. É um torneio bacana e descontraído. Não chega a ser 100% descontraído porque você vai estar jogando com uma pessoa diferente, que não é sua parceira, e por você querer ser rainha. Existe uma pressão. Quem controlar esses nervos, leva a melhor - finalizou.
Juliana e Larissa no ato do pódio do
Mundial de 2011. Juntas, elas foram
pentacampeãs brasileiras
(Foto: Divulgação/FIVB)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei-de-praia/noticia/2014/03/sobrevivente-do-bbb-juliana-mira-ouro-olimpico-e-gravidez-em-2016.html
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