sexta-feira, 21 de março de 2014

No dia em que o homem pisou na lua, Bellini deixou os campos pelo Furacão

Ex-zagueiro, bicampeão mundial, defendia o Atlético-PR no empate com o Coritiba, pelo Campeonato Paranaense, na sua despedida dos gramados em 1969

Por Curitiba


Capitão Bellini com a camisa do Atlético-PR (Foto: Agência Estado)No dia 20 de julho de 69, Bellini pendurava as chuteiras pelo Atlético-PR (Foto: Agência Estado)
 
O dia 20 de julho de 1969 está eternizado por ter sido a data da chegada do homem à lua. E, enquanto o mundo parava para ver Neil Armstrong fazer história pisando em solo lunar pela primeira vez, um jogador também parou o mundo do futebol no dia em que encerrava sua história nos gramados. E os paranaenses presenciaram.

Bellini, capitão da Seleção no título de 1958 e bicampeão mundial em 1962, disputava, com a camisa do Atlético-PR, sua última partida oficial. Ele, que sofria de Mal de Alzheimer, morreu na quarta-feira e será enterrado no sábado.

Naquele 20 de julho de 1969, o ex-zagueiro defendeu o Rubro-Negro no clássico contra o Coritiba pelo Campeonato Paranaense. Apesar da presença do capitão, o jogo, disputado no Estádio Joaquim Américo, onde localiza-se atualmente a Arena da Baixada, terminou empatado sem gols. Na oportunidade, o Coxa já tinha conquistado o título de forma antecipada. O Atlético-PR, por outro lado, terminou a competição no modesto quinto lugar.


 Encerrado o tempo regulamentar, 0x0, as equipes juntas aplaudiram o craque que, tirando a camisa mas conservando-a na mão, deu uma volta inteira no campo
trecho do livro:“Clube Atlético Paranaense: uma paixão eterna” 

O livro "Clube Atlético Paranaense: uma paixão eterna" de Heriberto Ivan Machado e Valéria Hoerner Júnior, conta que Bellini recebeu aplausos de todos os jogadores do Atletiba no momento de sua despedida e que se emocionou muito.

“Encerrado o tempo regulamentar, 0x0, as equipes juntas aplaudiram o craque que, tirando a camisa mas conservando-a na mão, deu uma volta inteira no campo. Muitos viram as lágrimas fartas correrem-lhe pelo rosto, iguais às dos torcedores que, gratos por terem tido Bellini por dois anos, aplaudindo, não tinham vergonha do pranto que choravam”, cita o livro. 

A história de Bellini com o Atlético-PR começou em 1968, um ano antes de o capitão se aposentar. Ele chegou ao clube a convite do então presidente do Atlético-PR Jofre Cabral e Silva, que trouxe para o time nomes consagrados do futebol como Djalma Santos, Sicupira, Nilson Borges, Zequinha, além de Bellini, que já havia construído sua história de glórias no Vasco da Gama e na Seleção Brasileira. 

Quando chegou ao Atlético-PR, Bellini tinha quase 38 anos e, mesmo consagrado internacionalmente, sempre foi um exemplo de humildade. O eterno capitão comandou a zaga atleticana no Campeonato Paranaense, mas não conseguiu um título pelo rubro-negro. Por outro lado, o Atlético-PR angariou muitos torcedores orgulhosos por terem em seu time o bicampeão mundial. 

O Atlético-PR publicou nota de condolências a todos os amigos e familiares de Bellini.

bellini atlético-pr (Foto: Divulgação/Site oficial do Atlético-PR) 
Bellini, o terceiro de pé da esquerda para a 
direita, se despediu em um Atletiba 
(Foto:Divulgação/Site oficial do 
Atlético-PR)
 
 
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