Em etapa de Maceió do Circuito Brasileiro, jogadores usam braçadeiras de apoio ao esporte, mas querem esclarecimentos da entidade
runo Schmidt se solidariza com a campanha
"Eu amo vôlei de praia" (Foto: Carol Fontes)
"Eu amo vôlei de praia" (Foto: Carol Fontes)
Beto Pitta, presidente da Assembleia e também jogador de vôlei de praia, explicou o posicionamento dos atletas.
- Todos ficaram sabendo dos recentes acontecimentos, não estamos contentes e queremos esclarecimentos. Mas o nosso trabalho é estar aqui, treinar todos os dias, jogar e representar o Brasil. Estamos com o pé atrás, olhando os fatos. Não estamos contentes com tudo que a gente ouviu, mas não queremos julgar nada. Estamos de olho. A ideia é mostrar o amor pelo vôlei, que está acima disso tudo. O nosso trabalho é não deixar que o vôlei saia prejudicado dessa história. A gente só está demonstrando que o nosso esporte tem que vir em primeiro lugar, independentemente do que está acontecendo nos bastidores.
Para o campeão olímpico Emanuel, o momento é de união para os jogadores.
- Estamos quebrando um paradigma. Antigamente, a distância entre os atletas, os dirigentes e os chefes de delegações era gigantesca. Houve maturidade geral até pelo processo das Olimpíadas, que fez com que nós nos víssemos como parte do contexto. Todo mundo está engajado pelo melhor para os jogadores e o esporte, trabalhando da melhor forma possível - disse Emanuel, ouro nos Jogos de Atenas 2004.
Após denúncias envolvendo a CBV, jogadores
como Juliana exaltam amor ao esporte
- Não tem uma pessoa que está aqui e que não ame esse esporte, seja na praia ou na quadra. Todos têm muito amor pelo vôlei e quando vemos coisas que prejudicam o esporte não é legal.
Sabemos que muitos atletas poderiam estar sendo beneficiados, atletas que estão começando, por exemplo, que passam por uma série de dificuldades... Está todo mundo muito solidário a essa campanha, firme e forme pelo amor ao vôlei. Queremos defender o esporte e que ele cresça cada vez mais. O vôlei é muito importante para o nosso país nas Olimpíadas - completou Emanuel.
Josi e Vivian com braçadeiras que viraram um
acessório quase obrigatório em Maceió (AL)
acessório quase obrigatório em Maceió (AL)
- Como atleta, estou muito triste ver um esporte como o vôlei, que deu tantas medalhas para o Brasil, estar passando por este momento. Um esporte que sempre foi uma referência de grandes atletas, profissionais e seres humanos em todo o mundo. Cresci vendo Emanuel, Loyola e Ricardo na praia, Giba e Nalbert na quadra, fora as outras gerações de 1992... Sempre foi um esporte exemplar, e estar passando por isso dois anos antes de uma Olimpíada é muito triste. E não só pensando em 2016, mas em 2020, 2024... Nós temos que nos unir e buscar o melhor do esporte. Como o Bernardo falou, estou muito triste com esse momento - disse o "Mamute", prata em Londres 2012
Atual campeã brasileira e líder do ranking nacional, ao lado da parceira Ágatha, Bárbara Seixas quer respeito ao esporte.
- Não nos cabe julgar, mas pedimos da CBV esclarecimento e transparência. Nós dedicamos a nossa vida pelo nosso amor ao vôlei. Só queremos fazer o que a gente ama e pedimos respeito ao esporte.
Atual campeã brasileira, Bárbara Seixas mostra
que o vôlei está acima de tudo
- Eu não consigo jogar com braçadeira, mas, se desse para fazer uma tatuagem, eu faria. Estamos vivendo um momento delicado e eu me solidarizo com os outros atletas. Estou envolvido na causa e temos que nos expor, dizer o que pensamos e não ficar omissos diante desta situação. Mas acredito que tudo poderá ser resolvido da melhor maneira possível. Se houve algum desvio de verba, quem cometeu essa infração deve ser punido. A CBV sempre foi transparente e precisa apurar os fatos. O Banco do Brasil esteve sempre envolvido no esporte, sendo o sétimo jogador na praia. Precisamos honrar quem nos honra, ser fiel a quem é fiel a ti, foi o que eu aprendi com os meus pais. O atleta não pode ser prejudicado.
Atletas se reúnem na quadra e cobram
esclarecimentos sobre denúncias
envolvendo CBV
(Foto: Paulo Frank)
A CBV é acusada de ter pagado irregularmente comissões pelos contratos de patrocínio com o Banco do Brasil. Segundo denúncia da ESPN Brasil, os contratos foram negociados diretamente entre CBV e o banco, mas houve pagamento de comissão pela intermediação. O BB já divulgou que não houve qualquer intermediação, com os contratos sendo negociados diretamente com a entidade.
Ainda que a CBV garanta não haver ligação entre as denúncias, o presidente licenciado da CBV Ary Graça renunciou ao cargo - ele estava afastado desde 2012, quando assumiu a presidência da Federação Internacional de Vôlei. Antes dele, o superintendente-geral da CBV, Marcos Pina, já havia pedido demissão do cargo também.
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