Filho do agente Assis, Diego é tratado como joia desde muito cedo. Aos 19 anos, ele lida com a pressão e diz que descarta um dia voltar ao Grêmio: 'Ouvi abobrinhas'
O GloboEsporte.com acompanhou Diego em uma tarde cinzenta desta semana num treino no Centro de Treinamentos no Lami. Treinar é o que mais ele tem feito. O sobrinho do craque do Galo entrou em campo em apenas um jogo no Campeonato Gaúcho de 2014, no último domingo, no empate em 2 a 2 com o São Luiz, sua estreia no profissional. Os motivos para a espera, segundo o clube, são dois: a pouca idade e o processo de emagrecimento pelo qual passa o garoto que se diz um meia de armação, central ou pelos lados, com vocação para garçom.
Diego Assis, sobrinho de Ronaldinho, no
Cruzeiro-RS (Foto: Paula Menezes/
GloboEsporte.com)
- Foi difícil. Muito puxado, eu sentia bastante dor, sentia a falta de ritmo. Minha dieta não tem mistério. É baseada em arroz, feijão, salada e carne. Quando como massa, não como arroz.
Espero estar na condição ideal até o período da Copa do Mundo - afirmou Diego.
O Diego é muito mais parecido com o tio do que com o pai, seu problema é só o peso mesmo
Luiz Antonio Zaluar, técnico
No Gauchão, a próxima oportunidade pode ser diante do Inter, no sábado. O clube enfrentará o Colorado pelas quartas de final da competição. Como a fase é eliminatória, o treinador Luiz Antonio Zaluar deve utilizá-lo apenas no decorrer da partida.
- Estamos sendo muito criteriosos. Ele tem ficado no banco, mas foi preservado pela sequência de jogos do Cruzeiro, todos duríssimos, não teve nenhum jogo mais tranquilo. Só tenho elogios ao Diego. Vejo ele totalmente focado, humilde, quer trabalhar, ajuda os outros meninos, todo mundo do profissional adora o Diego. E ele é muito mais parecido com o tio do que com o pai, que usava mais velocidade. O Diego cadencia mais a partida, tem uma excelente bola parada e o lançamento. O problema é físico mesmo, o sobrepeso, nunca foi problema técnico - esclarece o treinador.
'abobrinhas' de gremistas
- Ouvia muita "abobrinha" dos torcedores. Às vezes, nos jogos, eles gritavam. Já ouvi na rua também, justamente por ser parecido com o meu pai e eles me reconhecerem. Mas não tem por que se estressar. Acho que esse é um clube para o qual eu não voltaria, por causa dessas situações.
Diego
no Flamengo, no Galo, no Inter e no
Cruzeiro-RS. À esquerda, ainda
criança
com Assis e o atual jogador do Grêmio
Guilherme Biteco. À
direita, crescido,
com o tio Ronaldinho e novamente ao
lado de Assis
(Foto: Editoria de Arte)
Os dois nunca chegaram a treinar juntos. Mas a figura de Ronaldinho é presente na vida de Diego. A distância e os compromissos de R10 não permitem contato diário. A relação, porém, é de parceria.
- Não sei explicar por que passei pelos mesmos clubes que ele. É uma coincidência. No Flamengo, eu fiquei pouco tempo. Aconteceram aqueles problemas (do R10) com a diretoria, então eu saí também. No Atlético-MG, fui muito bem tratado. Uma estrutura incrível. Lá, a gente se falava todos os dias. Mas nunca cheguei a treinar com ele. Quando trabalhei com o elenco principal, eram os reservas - lembra.
Mais uma curiosidade: após o Galo, o meia veste a camisa do Cruzeiro. Não exatamente o rival, mas um clube homônimo, pequeno, de Porto Alegre e que, em breve, se mudará para uma nova arena em Cachoeirinha, cidade próxima. O que interessa, no entanto, é que o nome é o mesmo.
Motivo de corneta por parte de Ronaldinho?
- Não, não. Ele apenas desejou boa sorte. É porque o pai dele jogou aqui, então tem todo um histórico, um carinho.
assis segue de perto e admite pressão
- Não venho sempre, porque eu viajo muito, né. É meu filho, então tento sempre estar por perto - resume.
Roberto de Assis Moreira acompanha o filho no
treino (Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)
Entrar em forma é complicado. Mas ele já deu a resposta. Evoluiu muito"
Assis, pai
Ressalta, no entanto, que nunca o pressionou para ser atleta.
A questão do peso de Diego é minimizada pelo ex-jogador, campeão da Copa do Brasil com o Grêmio em 1989. Com a recuperação pós-cirurgia, o pai está confiante de que o meia encontrará seu caminho no futebol.
- Ele está fazendo a história dele no esporte. No futebol, a motivação é muito importante. A gente tem que ter cuidado, existe toda uma pressão. Tem que querer. O Diego passou por um ano difícil (2013), entrar em forma é complicado. Mas ele já deu resposta. Já evoluiu muito.
FUTURO... no inter?
- Voltaria para o Inter, porque tenho muitos amigos lá e fui muito bem tratado.
Se traçará o mesmo caminho de sucesso do grande astro da família, a saber no futuro. Afinal, o desempenho do jovem dentro de campo ainda é pouco conhecido. A certeza é de que incentivo e conselhos de quem entende do assunto não faltarão a Diego.
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