Central destaca assédio no país, fala de obstáculos com idioma e revela conversas com empresas por time em Santos. Ele lamenta investimentos concentrados na Copa
Rodrigão jogou com o número 14 pelo Barij Essence Kashan (Foto: Arquivo Pessoal)
Entretanto, o fim inesperado do patrocínio da OGX causou uma crise que ocasionou a debandada de jogadores e a ameaça até da existência da equipe. O momento turbulento acabou levando o central para o Irã, onde assinou contrato de um mês. No país islâmico, enfrentou dificuldades com a cultura e teve de receber as orientações do técnico traduzidas pelo fisioterapeuta da equipe, um dos poucos que falava inglês. Agora, de volta ao Brasil, ele luta para tirar o projeto de um time de Santos do papel.
Antes de ir para o Barij Essence Kashan, o campeão olímpico acompanhou a saída do levantador Bruninho, dos centrais Maurício Souza e Leandro Vissotto e dos ponteiros Thiago Sens e Thiago Alves. Sua ideia era permanecer no Rio até o fim do torneio, mas uma proposta financeira alta e o pouco tempo de contrato o seduziram. No Irã, onde já havia disputado um Mundial Juvenil, em 1997, ele defendeu a equipe em apenas duas partidas, já que o time foi eliminado pelo Shahrdari Urmia nas quartas de final. No total, ficou duas semanas no país.
Rodrigão em ação durante sua passagem pelo
Rio de Janeiro nesta temporada
(Foto: Divulgação/CBV)
No Irã, Rodrigão foi tratado como estrela. Em uma liga pouco difundida, ele passou a chamar a atenção da imprensa, torcedores e dos próprios companheiros. Em relação ao campeonato, o central destaca que a estrutura e organização não deixam a desejar a da Superliga, mas admite que o nível técnico é inferior. O que mais chamou a atenção do campeão olímpico foi decidir a classificação para a semifinal em um ginásio com 9 mil pessoas, na casa dos rivais, em Urmia. Como comparação, o maior público da Superliga é do jogo entre Maringá e Canoas, com 4.700 presentes, no Ginásio Chico Neto, na cidade paranaense.
- Fiquei em uma cidade pequena (Kashan), a duas horas da capital (Teerã). O vôlei lá é paixão nacional, no último jogo foram 9 mil pessoas. A estrutura dos ginásios é muito boa. Falavam muito nisso, de eu ser o primeiro grande jogar a estar lá. O assédio era grande, até os jogadores pediam para tirar fotos. O idioma que foi bem complicado, já que poucos falavam inglês. O levantador da equipe e o fisioterapeuta que me passavam as informações - disse Rodrigão.
Vivenciar a cultura islâmica trouxe algumas surpresas para o jogador. Com uma rotina revezada entre treino e casa, ele lembra o que o trouxe mais espanto.
- Eles têm alguns costumes que me deixam surpreso. Tinha lá uma pessoa que sempre organizava as orações, colocava incenso nas reuniões - afirmou o central.
Rodrigão foi apresentado com destaque pelo Rio de Janeiro (Foto: Reprodução / Facebook)
Outras negociações seguem na mesa, mas sem algo concreto. Para ele, a Copa do Mundo concentrou as oportunidades de patrocínio, o que prejudicou os esportes olímpicos.
- A gente depende de empresas. Corri atrás, sempre corro. Temos um ginásio para 5 mil pessoas e apoio para jogar com a camisa do Santos (futebol). Eu entrei em contato com algumas empresas em janeiro e já fui a reuniões. A maioria vê com bons olhos, mas muita gente está concentrando os investimentos na Copa. Mas, como a Superliga começa um tempo depois da Copa, vejo que ainda daria para apoiar - analisou o jogador.
Logo em seu retorno ao Brasil, Rodrigão foi no último jogo do Rio de Janeiro na Superliga, quando o time foi eliminado pelo Minas, na semana passada. Para recuperar os salários atrasados (ele não recebeu nenhum enquanto esteve na equipe), o central acredita que a única forma será fazer valer seu direito na Justiça, mas ainda pretende esperar mais um pouco até entrar com uma ação.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/volei/noticia/2014/03/apos-aventura-no-ira-rodrigao-volta-e-trabalha-por-sonho-de-montar-equipe.html
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