Americano diz que teve que fazer mímica por dificuldades em falar português, recusa pedido por torcida brasileira e elogia Hortência: 'Foi provavelmente o destaque'
Ao final das filmagens, o ex-desafiante número 1 dos pesos-médios e pesos-meio-pesados se mostrou satisfeito com a experiência. Elogiou os lutadores de ambas as equipes e até o trabalho de seu antagonista, Wanderlei Silva, como treinador. Todavia, não escondeu que a convivência com o arquirrival não foi fácil, e disse que sua opinião de que Wand é um "bully" ("valentão", em tradução livre) apenas foi reforçada durante a competição.
Chael Sonnen posa na academia do TUF Brasil
3, em São Paulo (Foto: Adriano Albuquerque)
- Eu poderia derrubá-lo e bater nele todos os dias! Eu me arrependo que tenha acontecido, mas foi tipo, "Wanderlei, não posso deixar você colocar as mãos em mim, e eis o que acontece quando você faz isso, idiota. É assim que você é tratado" - disse Sonnen ao GloboEsporte.com.
Apesar da altercação entre os dois ter tomado as manchetes, o lutador americano garante que os destaques do programa foram os atletas aspirantes que ele e Wand comandaram. Sonnen pareceu bastante empolgado com o nível dos lutadores e disse que o TUF Brasil foi uma espécie de "campeonato brasileiro de MMA". Por outro lado, o estrangeiro admitiu que a comunicação com os seus comandados foi difícil devido à barreira da língua. Apesar de já ter afirmado que o português era mais fácil do que "pig latin" (espécie de "língua do Pê" americana), Sonnen precisou de um intérprete para se comunicar e, mesmo assim, não foi fácil.
- Tive de jogar mímica por 45 dias seguidos, tentando atuar todo dia o que queria dizer. Tínhamos um intérprete incrível, e tivemos algumas pessoas que ajudaram muito, mas o problema é que há oito caras, cinco técnicos e um intérprete. Então, ele era puxado para todos os lados e, quando a conversa está rolando (no treino), tem que ser ali, não dá para voltar nela depois. Joguei muita mímica. A coisa boa disso é que eu gosto muito de mímica. Eu me diverti muito. Mesmo quando ia a restaurantes e tentava pedir comida, tinha um amigo que fala inglês e dizia, "Chael, me diga o que você quer que eu peço", e eu dizia, "Não! Não, deixe-me jogar este jogo! Chegarei lá eventualmente! Eles vão me entender!" Estávamos numa desvantagem competitiva, e já sabíamos disso. Meus caras estavam em desvantagem por minha causa. Eu sinto muito por isso, mas nós já sabíamos que seria assim.
Para Sonnen, Hortência teve influência positiva em sua equipe (Foto: Divulgação)
- Isso foi um desafio muito grande. Vinny realmente assumiu o controle. Vinny sabe o que está vendo, sabe o que está fazendo, mas não está vendo a mesma coisa que eu. Se eu dividisse minha opinião, seria uma opinião diferente, mas a opinião dele ainda é boa. Ele sabe o que faz, e o trouxemos por isso. Trevor estava sempre lá, mas o problema é que a ação se move tão rápido! Se você quer gritar "jab", você não tem nem um segundo, você tem menos de meio segundo. Se eu disser "jab" e ele for gritar "jab", já passou um segundo, não precisamos mais do jab, agora queremos um cruzado! - explicou.
Falando em assistentes, esta temporada do TUF Brasil terá uma novidade: a presença das ex-atletas Isabel Salgado e Hortência Marcari como treinadoras ao lado dos dois lutadores. A campeã mundial de basquete ficou no time de Sonnen, e o americano elogiou muito sua participação.
- Provavelmente, foi o destaque de tudo isso. Eu odeio listar as coisas e dizer qual foi a favorita, nunca faria isso com um atleta - são como filhos, gostei de todos por igual - mas Hortência foi provavelmente a experiência número 1. Ela é uma competidora de verdade. Ela fez tudo, como treinadora e atleta. Foi uma tremenda líder e nos saímos muito melhor graças a ela. Não só ela tinha sua própria experiência em competição e não só tinha as palavras certas nos momentos certos, mas ela foi genuína. Ela ficava mal quando os caras estavam mal, ela ficava empolgada quando os caras estavam comemorando. Foi real, e os caras sentiram - contou.
Ao final do reality show, o público brasileiro terá conhecido melhor tanto Wanderlei Silva quanto Chael Sonnen, e poderá escolher por qual dos dois vai torcer na luta do dia 31 de maio, ainda com local indefinido. O americano, porém, não quis especular se o público terá uma nova opinião sobre ele nessa época, e afirmou que gostaria de permanecer como o "vilão da história".
- Eu nunca pedi para uma plateia por sua aprovação, e não vou começar agora. Eu preferiria ser o cara mau. É o que me trouxe aqui, e não vou pedir a ninguém por aplausos - concluiu Sonnen.
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/lutas/tuf-brasil/noticia/2014/02/sonnen-se-arrepende-de-briga-mas-avisa-wanderlei-nao-pode-me-tocar.html
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