quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Bota tem pela frente um caldeirão em fogo brando contra o Unión Española

Palco de adversidade para os outros cariocas em duelos com o Universidad de Chile, Alvinegro não terá Estádio Santa Laura lotado nesta quarta-feira

Por Rio de Janeiro e Santiago

O Estádio Santa Laura tem um histórico recente de ambiente hostil para os times cariocas. A tendência, no entanto, é de que o Botafogo e seus torcedores não tenham pela frente, nesta quarta-feira, contra o Unión Española, tantos problemas quanto Flamengo, Fluminense e Vasco tiveram em outras ocasiões, quando enfrentaram a Universidade de Chile, um time com uma torcida mais numerosa e considerada mais violenta. Enquanto isso, o Unión Española, dono do campo, é considerado a quarta força do futebol do país.

Treino Botafogo Libertadores (Foto: Gustavo Rotstein) 
Estádio Santa Laura, palco do duelo entre Unión 
Española e Botafogo, nesta quarta 
(Foto: Gustavo Rotstein)


O Santa Laura tem capacidade para 18 mil torcedores, mas a expectativa de público para esta quarta-feira é de 6 mil presentes. Enquanto os times mais populares, Colo Colo, La U e Universidad Católica, enchem estádios e protagonizam brigas de torcidas organizadas, o Unión Española tem um perfil mais familiar. Suas partidas são acompanhadas por muitas crianças e idosos, e a organizada não tem fama de ser violenta. As características do estádio, no entanto, podem lhe transformar em um pequeno caldeirão, já que a arquibancada é muito próxima do campo, além de conter arame farpado para impedir invasões, e o banco de reservas é separado da torcida apenas por um vidro. O vestiário do time visitante também é acanhado e com estrutura extremamente simples.

O goleiro Jefferson afirma que a delegação do Botafogo está preparada para qualquer ambiente que encontrar no duelo com o Unión Española. Para ele, o mais importante é não desconcentrar da partida.  


Treino Botafogo Libertadores (Foto: Gustavo Rotstein) 
Arame farpado é utilizado para tentar evitar 
invasões de campo no estádio Santa Laura, 
no Chile (Foto: Gustavo Rotstein)
 
- Desde o início da Libertadores sabemos que vamos enfrentar este tipo de problema. Nessa competição vale tudo, no bom sentido. Às vezes tem estádio que acaba luz, o vestiário é sujo, colocam o pior lugar  possível para o visitante, além de campos ruins... Estamos preparados para tudo, nada pode tirar nossa concentração. Sabemos que lá a torcida vai ficar perto, mas temos que estar preparados.

O Fluminense foi o time que mais sofreu no Santa Laura. Nas quartas da Copa Sul-Americana de 2009, os jogadores tricolores foram alvos de muitos tipos de objetos lançados no gramado, como pedras, pilhas e bolas de golfe. Julio Ayala, um dos auxiliares da partida, foi atingido na cabeça e teve de ser atendido pelos médicos. Após o apito final, o time, que venceu o jogo por 1 a 0, teve que aguardar por cerca de cinco minutos no gramado para ter condições de ir para o vestiário. Na ocasião, a Conmebol multou a La U em 20 mil dólares (cerca de R$ 47 mil na cotação atual).

Os outros clubes cariocas passaram por adversidades. Nas quartas de final da Libertadores de 2010, o Flamengo encarou o local completamente lotado no duelo com o Universidad de Chile, e o ônibus da torcida rubro-negra foi apedrejado na chegada ao estádio. Os brasileiros venceram o jogo por 2 a 1, mas acabaram eliminados porque haviam perdido por 3 a 2 no Rio. 


Vestiário Botafogo Santa Laura Libertadores (Foto: Gustavo Rotstein) 
Vestiário utilizado pelos jogadores do Botafogo 
é bastante simples(Foto: Gustavo Rotstein)
 
O Vasco foi ao estádio de Santiago em 2011, também para enfrentar a Universidad de Chile, mas pela semifinal da Sul-Americana. A polícia montou um forte aparato de segurança, inclusive com uma revista minuciosa, e o duelo não teve problemas mais graves com os torcedores, principalmente porque a equipe local venceu por 2 a 0 e se classificou para a decisão. Os cruz-maltinos, no entanto, também enfrentaram a falta de estrutura.

Assim como Jefferson, o volante Lodeiro garantiu que o Botafogo está concentrado apenas no trabalho de campo e preparado para passar por cima de todas as adversidades.

- A pressão de jogar neste estádio vai ser a mesma, com ou sem torcida. Isso não vai ser um problema para nós e nem tem que ser. Eu gosto de jogar com o estádio lotado, mas o que importa é que em campo são 11 contra 11 em qualquer situação.

O Botafogo é o líder do Grupo 2 da Libertadores com três pontos. A equipe enfrenta o Unión Española nesta quarta-feira, às 19h45m, no Santa Laura.



FONTE:
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/botafogo/noticia/2014/02/bota-tem-pela-frente-um-caldeirao-em-fogo-brando-contra-o-union-espanola.html

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