sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Rio x Praia Clube terá duelo inverso de amigas 'cariocas' e 'mineiras' no Tijuca

Companheiras de seleção, Gabi e Juciely, mineiras do time do Rio, esperam levar a melhor sobre as irmãs Michelle e Monique, cariocas do time de Minas, nesta sexta

Por Fabio LemeRio de Janeiro

O jogo entre Rio de Janeiro e Praia Clube, nesta sexta-feira, às 21h30m, no ginásio do Tijuca, com transmissão ao vivo do SporTV, tem um ar de rivalidade somente dentro da quadra. Amigas fora dela, as “cariocas” Fabi, Gabi e Juciely costumam ser vistas ao lado das irmãs “mineiras” Michelle e Monique Pavão, quando não há uma rede as separando - seja nas concentrações da seleção brasileira ou em momentos de lazer.

O curioso é que as gêmeas Michelle e Monique são cariocas, mas defendem a equipe de Minas Gerais. Já Gabi e Juciely são mineiras de Belo Horizonte e João Monlevade, respectivamente, mas atuam pelo time da Cidade Maravilhosa. Só a carioca Fabi, sete anos mais velha que as irmãs Pavão, se salva nessa inversão de estados. A líbero relembra os tempos em que ainda via as gêmeas despontarem para o voleibol.

Fabi, Gabi e Juciely, do Rio de Janeiro (Foto: Fabio Leme) 
Atletas do Rio, Fabi, Gabi e Juciely são amigas das irmãs 
Michelle e Monique (Foto: Fabio Leme)

- As duas já jogaram aqui com a gente. Eu, particularmente, as conheço desde novinhas, da praia. Temos uma amizade grande fora da quadra. A Monique, agora, está casada e eu acompanhei um pouco da vida delas. Hoje, elas estão dando um trabalho danado para a gente, incomodando, buscando espaço. Chegaram até a seleção brasileira, que era o sonho delas. Conheço a família também. Inclusive, faço um desafio de trazer a mãe delas aqui no jogo. Esse é o grande desafio. Parece um negócio de lenda, ela não aparece – brincou Fabi.

Monique e Michelle Pavão (Foto: Fabio Leme)Monique e Michelle Pavão (no escuro): amizade com adversárias (Foto: Fabio Leme)
 
A lenda é a mais pura verdade. Com medo de ver qualquer tipo de lesão das filhas, Carmem Marinho prefere ficar acompanhando os jogos dentro de casa.

- Minha mãe fica muito nervosa de a gente se machucar, por isso ela fica em casa vendo televisão – explicou Monique, que espera sair para jantar com as amigas após a partida.
Com duas passagens e dois títulos nacionais pelo time de Bernardinho, Michelle aposta no seu bom desempenho atuando no Tijuca Tênis Clube, agora pelo Praia.

- Estamos bem confiantes, mesmo o adversário sendo o atual campeão. Vamos tentar a vitória, os três pontos. Estamos vindo de uma derrota, mas jogamos bem dentro do Tijuca. Espero repetir as boas atuações – disse Michelle.

E o Praia Clube costuma dar trabalho às adversárias. Na Superliga passada, as equipes se enfrentaram duas vezes, ambas vencidas pelas cariocas, mas pelo apertado placar de 3 sets a 2. Enquanto o Rio de Janeiro terminou com o título da competição, a franquia de Uberlândia parou nas quartas de final, após três jogos com o Sesi-SP.

Sabedor das dificuldades que irá enfrentar, o técnico Bernardinho espera uma boa apresentação das suas comandadas para confirmar a linha ascendente na competição.

- É uma equipe montada na qualidade de suas jogadoras, para estar entre as quatro (primeiras). Michelle e Monique são de seleção brasileira, cresceram muito, a Juliana é uma ótima levantadora, a Mayhara, uma central muito boa, e as duas estrangeiras: a americana (Kim) Glass e a cubana (Herrera), que voltou no último jogo. A gente espera uma batalha, assim como foi contra o Pinheiros. Jogo tenso, duro, e, apesar de não temos feito uma grande partida, conseguimos os três pontos contra um time, que joga muito bem dentro de casa. Esperamos uma boa atuação diante do Praia Clube para uma confirmação da ascensão da equipe – ressaltou o treinador.

Rio de Janeiro treinando (Foto: Fabio Leme) 
Treinamento da equipe do Rio de Janeiro antes de partida (Foto: 
Fabio Leme)

Sem ainda poder contar com a atacante Mari, que se recupera de uma cirurgia no joelho esquerdo, após romper o ligamento cruzado anterior, o técnico Spencer Lee, provavelmente, não terá a americana Kim Glass, com uma lesão no ombro. Ela sequer treinou na véspera da partida. Em compensação, a cubana Herrera está confirmada e deverá atuar por mais tempo do que na derrota para o Osasco, na última terça-feira, por 3 sets a 0, quando só entrou na última parcial.

- Esperamos muitas dificuldades, apesar de no ano passado termos perdido por dois 3 sets a 2. É uma grande equipe, do meu maior ídolo no voleibol, que é o Bernardo, e uma comissão técnica vencedora e estrategista. As meninas são bastante disciplinadas taticamente, fazem um jogo cadenciado, erram pouco e são muito agressivas no ataque. (O Rio) tem a Sarah (Pavan), a Mihajlovic, a Gabizinha, que é a grande revelação destes últimos tempos. Tomara que consigamos reproduzir o mesmo desempenho de qualidade dos jogos da temporada passada, pois viemos de duas derrotas, uma para o Campinas, fora de casa, que fizemos uma grande partida, e outra para o Osasco, em casa, onde não vimos a cor da bola – declarou.

Curiosidade

Um fato curioso antecipou o término do treino do Praia Clube no Tijuca. Devido ao mau tempo e à tempestade que caiu no Rio de Janeiro durante boa parte da noite desta quinta, o vento trouxe muita água para dentro do ginásio, deixando a quadra escorregadia. Sem condições de finalizar a atividade, a comissão técnica optou pelo encerramento da atividade. Quando as meninas caminhavam para o banco de reservas, uma queda de luz na região gerou sustos e alguns gritos. 

Até a hora de o time ir embora para o hotel no bairro do Flamengo, a eletricidade não havia voltado, algo que só aconteceu uma hora depois. Caso a condição meteorológica se repita na mesma intensidade, há a preocupação de que a partida não chegue ao seu fim.

Arquibanca bem molhada por causa da chuva (Foto: Fabio Leme) 
Arquibancada do ginásio do Tijuca na escuridão e bem 
molhada por causa da chuva (Foto: Fabio Leme)

Curiosidade 2

Mesmo jogando fora de casa, o Praia Clube terá, ao menos, um torcedor na arquibancada do Tijuca. Luis Felipe, morador do bairro, adotou o time de Uberlândia para torcer, principalmente após a contratação da atacante Mari. Ao saber que ela não jogaria, o fã não escondeu sua frustração.

- Ela não veio, é? Gosto muito dela, sou muito fã. Pena também que a (Kim) Glass esteja machucada, mas vamos ver. Quando o Praia não está jogando, eu torço para o Rio. Ficarei dividido nesta partida, mas vou torcer para o Praia - admitiu.

Veja os demais jogos da oitava rodada da Superliga:
19h30m - Osasco x Sesi-SP
19h30m - São Bernardo x São Caetano
19h30m - Campinas x Barueri
20h - Araraquara x Minas
20h - Maranhão x Rio do Sul
Brasília x Pinheiros - 14h (dia 7, sábado)

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