Para vencer a batalha contra as húngaras pelas quartas de final, seleção brasileira se entregou totalmente e deixou a quadra extenuada. Rival agora é a Dinamarca
Por Thierry GozzerDireto de Belgrado, Sérvia
Duda exibe, sorrindo, o corte que sofreu na altura do olho direito (Foto: Thierry Gozzer)
Duda, elogiada por todos os técnicos rivais e séria candidata a melhor jogadora do torneio, sentiu de novo na pele contra a Hungria o resultado de tamanha dedicação. A armadora recebeu marcação individual em grande parte do duelo. E mesmo do alto dos seus 1,86m, deixou a quadra com os braços arranhados, a camisa rasgada e o rosto cortado, resultado já da partida contra a Holanda, pelas oitavas.
- Agora a pressão saiu um pouquinho, aquela pressão das oitavas de final, das quartas. Até que enfim a gente passou. A vitória é da equipe. Ninguém quis pegar a briga sozinha. Todas entraram juntas nessa batalha e deu resultado. E digo mais. Vai continuar dando. Essa ferida é do jogo, mas é guerra, então temos que nos entregar. Lutamos até o último minuto. Olhamos umas nos olhos das outras e sabíamos que tinha que ser desta vez - disse a armadora Duda.
As húngaras, apesar de não terem a marcação como o forte, deram muito trabalho no corpo a corpo, um dos pontos fortes do Brasil. Com nove suspensões por dois minutos, a seleção sofria para brecar o ataque rival. Conseguiu. Anita Gorbicz, até então com 70% de aproveitamento no Mundial em seus arremessos, fez poucos gols, a maioria de tiros de sete metros. Em poucas palavras, a goleira Mayssa dá o tom das conversas entre o time nos intervalos entre uma prorrogação e outra, nos 80 minutos de entrega total.
Segura por duas húngaras, Duda continuava a
progredir,como um rolo compressor (Foto:
Cinara Piccolo / Photo&Grafia)
- Se queremos medalha, temos que continuar mostrando essa garra. O tempo todo dissemos: "Acredite, eu confio em você". Se eu tivesse que morrer, morreria depois do jogo. Sem pensar em cansaço, dor, nem nada. E eu estou muito feliz por termos feito isso - frisou a goleira Mayssa, que desde a primeira fase joga com cinco pontos na mão direita, devido a um acidente no banheiro do hotel em Nis.
Duda teve a camisa rasgada pelas húngaras
(Foto: Thierry Gozzer)
(Foto: Thierry Gozzer)
- É na defesa que se ganha o jogo. Tanto que ficou claro isso. Erramos no ataque, e enquanto o nosso time não fazia gol, elas também não cresciam no jogo. É mental. Chega um nível que o físico e o tático contam, mas se a mente não estiver preparada para essas batalhas, não dá - explicou a jogadora.
A pivô Dani Piedade também sofreu. Deixou o jogo e foi para a coletiva de imprensa com os braços todos arranhados. Um troféu, segundo a mesma. Afinal de contas, a luta dentro de quadra valeu a vaga na semifinal. Nesta sexta-feira, às 17h45 (de Brasília), o GloboEsporte.com acompanha Brasil x Dinamarca, em Tempo Real, na Arena Belgrado.
- A guerra não acabou ainda. Foi um jogo de explodir o coração. A arbitragem foi difícil de jogar. Mas já sabíamos que nada é fácil. Com duas prorrogações, conseguimos, com o coração na mão, passar por cima de tudo isso - declarou a pivô.
Deonise, mesmo com a camisa completamente
dominada pela rival, tenta o passe (Foto:
Cinara Piccolo / Photo&Grafia)
FONTE:
http://globoesporte.globo.com/handebol/noticia/2013/12/cortes-arranhoes-e-camisas-rasgadas-marcas-da-historica-vaga-na-semifinal.html
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