quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Achei! Kleber Pereira vira a casaca e torce por título inédito do Atlético-PR

Atacante confessa ser flamenguista, ressalta força da torcida, mas afirma que vai torcer para que o Furacão saia vitorioso na final da Copa do Brasil

Por São Luís

Kléber Pereira no Moto (Foto: Douglas Junior/O Estado) 
Kleber Pereira diz que o Flamengo é seu clube de
coração, mas na final da Copa do Brasil, a torcida
será pelo Furacão (Foto: Douglas Junior/O Estado)
 
Kleber Pereira, o Incendiário. Ídolo do Atlético-PR, responsável por 124 gols com a camisa do Furacão. Aos 38 anos, ele ainda atua como jogador profissional, só que num outro clube rubro-negro: o Moto Club, do Maranhão. Após três "aposentadorias" e retornos aos gramados, Kleber segue com o status de ídolo inabalável no Atlético-PR. Não é pra menos. Afinal de contas foi um dos responsáveis pelo título do Campeonato Brasileiro de 2001, até hoje a única conquista nacional da equipe paranaense.

Só que agora, passados 12 anos daquela conquista histórica, o Furacão pode ser novamente campeão de uma competição nacional, caso levante a taça da Copa do Brasil, que é inédita não só para o clube, como também para o estado do Paraná, que foi vice nos dois últimos anos com o Coritiba, quando foi derrotado por Vasco e Palmeiras respectivamente. Para que este objetivo se torne realidade, os torcedores poderão contar com o empenho dos jogadores em campo, além do apoio do eterno goleador, que promete virar a casaca na segunda e decisiva partida da final contra o Flamengo, seu clube de coração, nesta quarta-feira, às 21h50m (horário de Brasília), no Maracanã. Deixando de lado a torcida pelo clube carioca, Kleber revela que o seu desejo é um novo título para o rubro-negro paranaense.

- Tomara que esses jogadores possam entrar na história, assim como eu em 2001. O Atlético-PR já jogou no Maracanã recentemente e conseguiu uma virada para vencer por 4 a 2. Acompanhei todos os jogos do Atlético-PR, que também está fazendo uma grande campanha no Campeonato Brasileiro. Vai ser difícil, mas sabemos que pode acontecer de tudo. É pela identificação que eu tenho pelo time e por ter amigos por lá, que estou na torcida.  Eu sou flamenguista, não vou mentir (risos). Mas tenho um carinho muito grande pelo Atlético-PR.

Mesmo sabendo da força da torcida do Flamengo, sobretudo quando joga no Maracanã, Kleber dá a receita para que o time de Wagner Mancini saia do Maracanã vitorioso.

- O Flamengo tem uma torcida que dá inveja a qualquer clube brasileiro. Esgotaram os ingressos para a final da Copa do Brasil. Independente disso, o Atlético-PR tem que esquecer a torcida. Tem que viver e sonhar com o título. Em 2001, a gente dormia e vivia o título. O Geninho nos fazia desejar o título como tudo na vida.

Mosaico Kleber Pereira (Foto: Montagem sobre fotos de Bruno Alves: Editoria de Arte) 
No Moto, Kleber Pereira segue a carreira e 'troca' 
o Flamengo, time do coração,  pelo Atlético-PR
(Foto: Montagem sobre fotos de Bruno Alves: 
Editoria de Arte)
 
O carinho de Kleber Pereira pelo Furacão começou em 1998. Até então, o jogador ainda era apenas mais um entre tantos atacantes no futebol brasileiro, com passagens pelo Náutico e pelo futebol suiço (Sion) antes da sua chegada ao Moto Club. Defendendo o Rubro-negro maranhense na Série C do Campeonato Brasileiro daquele ano, o atleta foi observado por dirigentes do Atlético-PR, que não pensaram duas vezes na hora contratar o atacante.

- Eu fui para o Moto em 1998. Numa partida contra o Cori-Sabbá, no Estádio Nhozinho Santos, acabei marcando um gol.  Coincidência ou não, os dirigentes do Atlético-PR estavam no jogo, pois a Seleção Brasileira ia jogar em São Luís, contra a Iugoslávia. Depois do jogo, já no vestiário, me informaram do interesse deles e praticamente ficou tudo acertado ali mesmo. Em dezembro assinei contrato com o Furacão - lembra o atacante, que foi o artilheiro da Série C de 1998, com 25 gols marcados.

O início no Furacão Apesar de todos os detalhes acertados, a transferência de Kleber para o time paranaense ficou emperrada por conta de um atraso salarial do Moto com o atacante. Após a situação ser resolvida, Kleber finalmente seguiu para Curitiba.
No Rubro-negro paranaense, Kleber, então com 24 anos, também contou com a sorte. Inicialmente, ele integrou o time B do Furacão, mas em pouco tempo ganhou uma chance entre os profissionais. O resultado não demorou a aparecer. Logo na primeira temporada na equipe principal, Kleber marcou 18 gols no Campeonato Brasileiro.

- Quando cheguei no Atlético-PR dei um pouco de sorte também. Eles estavam jogando a Copa do Brasil e eu fui integrar o time que disputava a Copa Sul. Assim que o clube saiu da Copa do Brasil, após a eliminação para o Botafogo, fui para o time profissional, por conta da minha boa campanha no time que estava disputando o Regional (Copa Sul). Aquele time era muito bom, contava com Lucas, Kelly e o Adriano. Juntos formamos o quarteto mágico.

Kleber Pereira Atlético-PR 2000 (Foto: Valterci Santos / Agência estado) 
Kleber comemorou 18 gols em seu primeiro Brasileirão 
no Atlético-PR (Foto: Valterci Santos / Agência estado)
 
Os gols de Kleber Pereira foram fundamentais. Fora da briga pelo título nacional, o Atlético-PR foi campeão da seletiva para a Libertadores de 2000. Um título simbólico, mas que valeu ao clube a sua primeira participação na principal competição da América. Era o início do sucesso da parceria entre o Furacão e o atacante.

A conquista do Brasil
Apesar da boa campanha e o primeiro lugar no seu grupo, o Furacão acabou sendo eliminado nas oitavas-de-final da Libertadores de 2000 para o Atlético-MG. No entanto, o ano seguinte guardava grandes alegrias para o clube e seus torcedores. A temporada de 2001 começou com o título do Campeonato Paranaense, com Kleber Pereira sendo o artilheiro da competição, com 22 gols marcados. Na sequência veio a cereja do bolo, com a conquista do Campeonato Brasileiro. Até hoje, Kleber lembra a pressão que existia dentro do time, uma vez que o maior rival, o Coritiba, já tinha ganho o torneio em 1985. 

Na época saíram o Kelly e o Lucas, mas chegou o Alex Mineiro e outros jogadores. Ali vimos que tínhamos um time para ser campeão."
Kleber Pereira, sobre o título de 2001
 
- O título brasileiro foi importantíssimo. O Atlético-PR não tinha essa conquista, ao contrário do Coritiba. Na época saíram o Kelly e o Lucas, mas chegou o Alex Mineiro e outros jogadores. Ali vimos que tínhamos um time para ser campeão.

O ano de 2001 portanto seria fundamental para consagrar o Furacão e o elenco que contava com a dupla Kleber Pereira e Alex Mineiro no ataque. A confiança do atacante, que parecia ser predestinado a fazer sucesso no Atlético-PR, logo foi confirmada. Surpreendendo os prognósticos, o Furacão garantiu a vaga no mata-mata com a segunda melhor campanha da fase classificatória, ficando atrás apenas do São Caetano.

Nas quartas de final, vitória rubro-negra diante do São Paulo por 2 a 1, na Arena da Baixada. Na sequência foi a vez de eliminar o Fluminense na semifinal, jogando novamente em casa, por 3 a 2. Na grande final duas vitórias sobre o São Caetano por 4 a 2 e 1 a 0. O título acabou consagrando o elenco do clube, que tinha no ataque formado por Kleber Pereira e Alex Mineiro um dos seus principais trunfos.

- Não esperavam a gente fosse campeão, mas fomos chegando. Ninguém esperava que a final fosse Atlético-PR e São Caetano, o que foi até justo, pois foram as duas melhores equipes no geral. No mata-mata, a cada jogo a confiança foi aumentando. O Geninho nos chamou e disse que tínhamos que ser campeões por tudo que passamos. Tanto que ficamos na história do Atlético-PR. Foi um ano maravilhoso para todos nós.

Como em todo título, um jogo foi especial para Kleber Pereira. O atacante aponta a vitória por 6 a 3 diante do Bahia, onde marcou três gols, como a partida que ficou em sua memória
.
- A gente não lembra de todos os jogos. Mas teve um jogo contra o Bahia, que estava empatado por 3 a 3 e nos dez minutos finais garantimos a vitória por 6 a 3. Este resultado significou muito para o Campeonato Brasileiro - lembra o atacante. (veja o vídeo acima)

Além do título brasileiro, os quatro anos no Atlético-PR renderam a Kleber Pereira o reconhecimento da torcida e o interesse de vários outros clubes. Em 2002, ele deixou a Arena da Baixada para desembarcar no futebol mexicano, onde repetiria o sucesso. Em 2007, retornou ao Brasil para defender o Santos até 2008. Ele também teve passagens por Internacional e Vitória antes de retornar ao Moto em 2011, onde está atualmente.

Kleber Pereira - Moto Club (Foto: Douglas Junior/O Estado) 
Kleber Pereira ainda comemora gols no Moto e
quer jogo na Arena (Foto: Douglas Junior/O Estado)
 
'Último jogo' na Arena da Baixada
O atacante nunca escondeu o desejo de realizar uma despedida defendendo o Atlético-PR. Sonho este, que ainda não foi realizado. Ao mesmo tempo, o jogador lembra das novas responsabilidades que a vida lhe deu, como ser pai.

- Por tudo que eu passei por lá, por tudo que consegui, pela história do clube e pela minha história queria um jogo de despedida no Atlético-PR. Só para desfrutar a emoção de entrar na nova Arena da Baixada, que está sendo reformada. Seria um grande sonho. Mas agora não posso pensar só nisso, pois tenho minha família, minha filha. Tomara que possa acontecer.

Enquanto esse dia não chega, Kleber Pereira segue defendendo o Moto, que disputa a Copa Cidade de olho em uma vaga na Copa do Brasil de 2014. Para que este objetivo se torne realidade, o clube conta mais do que nunca com os gols  decisivos de Kleber Pereira.

FONTE:
http://globoesporte.globo.com/ma/noticia/2013/11/achei-kleber-pereira-vira-casaca-e-torce-por-titulo-inedito-do-atletico-pr.html

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